domingo, 15 de maio de 2011

Raposa e Galo contam com coadjuvantes essenciais


Serginho comemora gol pelo Atlético-MG (Crédito: Bruno Cantini)
Marquinhos Paraná e Serginho não são brilhantes, mas são peças fundamentais para a final desta tarde
Daniel Hott
Thiago Fernandes
Publicada em 15/05/2011 às 06:35
Belo Horizonte (MG)
Ao som da banda mineira Skank, o meio-campo foi eternizado como o lugar dos craques, que ditam o ritmo de uma equipe dentro campo. No clássico mineiro, porém, a história não é bem assim. Cruzeiro e Atlético-MG possuem em seus meios dois coadjuvantes que jogam em prol de seus respectivos times.
Marquinhos Paraná, pelo lado azul, e Serginho, no alvinegro, nem sempre aparecem muito para o jogo. Mas, no combate, que sabem fazer como poucos, contribuem para o sucesso de suas equipes. São dois atletas voluntariosos, que conquistaram espaço sem grandes dribles, gols ou badalação.
Paraná, como de costume, se coloca à disposição em fazer o que for melhor para a Raposa.
- Desde que cheguei aqui, eu sempre joguei para o Cruzeiro, nunca pensei em mim. Em alguns momentos falei que poderia atuar em várias funções, mas que preferia jogar no meio. Mas se tratando de uma final contra o maior rival, estou sempre à disposição do treinador – comentou.
Pelo lado atleticano, Serginho tem o mesmo pensamento. O volante, que é cria da base do Galo, não se ilude mesmo com a boa fase que vive. Para ele, mais importante do que sua realização pessoal é sucesso do Atlético-MG.
- Fico muito feliz por dar minha contribuição e ter esse crescimento, juntamente com a minha equipe. Acredito que o crescimento vem de todos, não de um jogador apenas. Toda a equipe cresceu, está se qualificando e fazendo tudo aquilo que o professor Dorival Júnior vem pedindo. Acho que meu crescimento é em prol do grupo – analisou Serginho.
Nesta tarde, os dois estarão mais uma vez defendendo suas cores, mas apenas um irá levar o prêmio de melhor ator coadjuvante da principal festa do dia, o título.
Paraná não se interessa pelo rival
Na semana passada, ainda antes do primeiro jogo da final, com a eliminação da Copa Santander Libertadores na cabeça, Marquinhos Paraná não se mostrou muito simpático ao Atlético.
Primeiro, o volante não gostou de algumas provocações de atleticanos após a derrota celeste para o Once Caldas (COL).
- Alegria deles é sempre a nossa derrota - disse à época. Na sequência, Paraná afirmou não ter o mínimo conhecimento sobre o arquirrival.
- Eu não vejo muito jogo do Atlético, nada no Atlético me interessa. Só me interessa o Cruzeiro – disse Paraná na ocasião.
O volante tem uma longa história nos clássicos contra o Atlético. Até aqui, Paraná disputou 14 jogos contra o maior rival do Cruzeiro e tem um retrospecto invejável: 10 vitórias, dois empates e duas derrotas. Já conquistou dois títulos em cima da equipe alvinegre, em 2008 e 2009.
Com a propriedade de quem já é muito experiente em clássicos, Marquinhos Paraná alertou para que os comandos do técnico Cuca sejam colocados em prática na partida desta tarde.
- Classico é uma decisão, de uma torcida só. Temos que fazer aquilo que o treinador pede para irmos em busca de um bom resultado – comentou.
Exemplo de superação, Serginho curte boa fase
Cria da base atleticana, Serginho é um dos maiores exemplos de superação que o futebol mineiro teve nos últimos anos. Após subir para o time profissional, foi emprestado para o CRB, em 2008, onde ficou por alguns meses e regressou para o Atlético-MG.
Se destacou no Brasileirão daquele ano, mas acabou tendo uma séria lesão no joelho e ficou afastado por oito meses. Voltou aos gramados em 2009, mas acabou sofrendo nova lesão, que o deixou mais um longo período afastado.
Nesta temporada, conseguiu se firmar novamente e vem mostrando um grande futebol. Apesar de novo, com apenas 24 anos, Serginho já é um espelho para o grupo atleticano, que conta com muitos jovens jogadores da base.
Ao lado de Fillipe Soutto, Serginho tem comandado o meio-campo. Para ele, a boa pessoal e do time é reflexo da confiança que o grupo tem recebido.
- Isso tudo é confiança. O Fillipe Soutto entrou, é um menino que está aprendendo ainda, como eu e outros jogadores. Mas nós temos um entrosamento muito bom dentro de campo. Estou fazendo boas partidas, como ele tem feito também - comentou o jogador, que enalteceu o trabalho realizado pelo Galo.
- O trabalho que fazemos tem sido bem feito e quem ganha com isso tudo é o Atlético - acrescentou.
Com a palavra: Robson Gomes, preparador físico do Cruzeiro
"O Marquinhos é um profissional exemplar em todos os sentidos. Aos 33 anos, às vezes é preciso segurá-lo, porque ele está disposto a continuar as atividades. Com todo um trabalho complexo de análise de jogos e também da fisiologia, nós orientamos que ele descanse, mas ele está sempre apto a continuar as atividades.
Ele se machucou no começo do ano, mas para alguns atletas, o descanso é tão importante quanto a atividade. O descanso forçado pela lesão fez com que ele tivesse uma recuperação muscular para enfrentar a carga de trabalho do ano."
Com a palavra: Marcelo Oliveira, técnico do Coritiba e ex-técnico do Atlético-MG
"Fui eu quem coloquei o Serginho para jogar. Ele estava afastado durante 2008, e eu decidi colocá-lo no time e entrou muito bem. O Serginho é um jogador moderno, que tem um excelente poder de marcação, muita velocidade e boa técnica.
Ele teve a carreira um pouco prejudicado por duas sérias lesões, quando estava muito bem, principalmente, em 2008, comigo. Mas é um atleta muito útil, porque tem boa técnica e sabe como marcar. Eu destacaria a determinação do Serginho, pois ele é um atleta que não para em nenhum momento."

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