sexta-feira, 27 de maio de 2011

Goleiros lutam contra a dor e agradecem o sofrimento diário 23/05/2011 21h09 - Atualizado em 23/05/2011 21h45

Victor, arqueiro do Grêmio, garante que faz de 80 a 100 quedas por treino e, mesmo sabendo cair, não consegue evitar a dor dos exercícios
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Diferentes, maiores e quem mais treinam. Os goleiros nem sempre tem habilidade para pleitear uma vaga na linha. Mas muitos deles sonharam jogar no ataque. A camisa de manga comprida, já foi curta e igual à dos outros companheiros. É o que conta o arqueiro do Grêmio.
- (Queria) Ser um grande artilheiro, um matador, um cara que decide as partidas lá na frente. Se você pegar, 90% dos goleiros foram uma descoberta um pouco mais tardia - afirmou Victor, em entrevista ao repórter Tino Marcos na primeira matéria da série do Jornal Nacional sobre o Campeonato Brasileiro.
Renan, goleiro titular do Atlético-MG, revela que a sua posição de origem no futebol era outra.
- Com 10 anos, eu era volante - disse.
Talvez isso aconteça por que os goleiros sofrem. Eles trabalham de 30 a 40 minutos a mais que os jogadores de linha. Não podem falhar e precisam estar muito bem psicologicamente. Sem falar no tipo de treinamento, que na maioria das vezes é mais pesado.
- A gente faz facilmente de 80 a 100 quedas. Se você não souber cair, realmente te causa dor. E, mesmo sabendo, tem dor - confirmou Victor.
Dizem que onde eles pisam não nasce grama. Às vezes, surgem poças de lama. Além disso, a posição é considerada a mais ingrata. A ponto de ter empresários e procuradores que não trabalham com goleiros, por consideraram que eles não são comerciais.
Para completar, os arqueiros têm tendência a engodar, já que o gasto calórico é menor se comparado aos demais jogadores. A nutricionista do Santos confirma essa tese.
- O trabalho aeróbico deles é um pouquinho menor. Então, eles têm a tendência de ficar mais pesado.
No entanto, apesar disso tudo, são apaixonados pelo o que fazem. Apreciam como poucos a arte do reflexo e da intuição. Pode soar estranho, mas o goleiro agradece o sofrimento do dia a dia.

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