sábado, 14 de maio de 2011

Atlético e Cruzeiro apostaram em planejamentos diferentes


Dirigentes atuaram de formas distintas (Foto: Gil Leonardi e Juliana Flister/Vipcomm)
Estudo disseca como as duas diretorias trabalharam para formar os grupos que decidem o Campeonato Mineiro no domingo
Thiago de Castro e Thiago Fernandes
Publicada em 12/05/2011 às 07:06
Belo Horizonte (MG)
Os rivais mineiros, que buscam o primeiro título do ano no domingo, apostaram em perfis diferentes na montagem dos seus grupos para 2011, conforme aponta um estudo da empresa de gerenciamento esportivo Prime Time Sport Brasil.
Enquanto o Cruzeiro apostou em um número menor de compras e investimento por ter uma base consolidada, o rival Atlético garantiu maior movimentação no mercado de transferências e abriu os cofres, além de fazer uma mescla com jogadores da base.
Foram quatro compras da equipe celeste contra 15 do rival alvinegro.
Por um lado, a diretoria de futebol azul confia em uma base já montada e consolidada. Já os alvinegros, recorreram em maior número ao mercado para dar peças ao seu treinador.
- O Cruzeiro tinha uma base vice-campeã brasileira, por isso, contratamos pouco - justifica o gerente de futebol celeste, Valdir Barbosa, ao LANCENET!.
Curiosamente, apesar de ter contratado mais, o Atlético é quem passou a usar mais jogadores das categorias de base. No clássico de domingo, por exemplo, o meio de campo era todo formado por crias da Cidade do Galo. A Raposa já encontra dificuldades para lançar as suas promessas, como os números comprovam.
- Tivemos a grata satisfação de os meninos da base entrarem, corresponderem e mostrarem que podem fazer parte de um elenco muito bom. Então, quando se vê o elenco que temos hoje e compara que ainda temos cinco jogadores para entrar, não há dúvidas que temos um bom time para o Campeonato Brasileiro – afirma Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético, ao LANCENET!.
No grupo principal, o número de jogadores da base é três vezes maior para o lado atleticano.
- O uso de jogadores da base tem de ser de acordo com a safra que você tem - afirma Barbosa.
No apito final do próximo domingo, quem levantar a taça do Campeonato Mineiro vai ver a sua aposta respaldada no desfecho da primeira etapa da temporada. Quem vai levar a melhor, a ousadia alvinegra ou a base celeste?
Com a palavra: Valdir Barbosa, gerente de futebol do Cruzeiro, ao LNET!
"Nós temos que administrar, aqui dentro, o futebol, de forma profissional. Temos de tirar um pouco a emoção da análise. Tivemos a melhor campanha da Copa Libertadores e do Campeonato Mineiro. Tivemos uma derrapagem e não podemos achar que fizemos tudo errado por causa disso. Foi um acidente de percurso e agora temos de superar isso com o título do Campeonato Mineiro. Sobre o grupo de jogadores, alguma coisa pode acontecer em termos de alterações porque no meio do ano é quando se abre a janela para o futebol europeu. Mas se sai alguém, evidentemente, tem de que chegar alguém.
O uso de jogadores da base tem de ser de acordo com a safra que você tem. Muitas vezes, quando você sobe uma safra, você fica praticamente dois anos sem poder usar jogadores da base. Mas para o Campeonato Brasileiro já vamos utilizar os atacantes Sebá e Anselmo Ramón, que estavam emprestados e se destacaram.

Com a palavra: Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético, ao LNET!
"Quando eu aceitei fechar com o Atlético, no ano passado, o time estava na 18º colocação no Campeonato Brasileiro. Eu falei para o presidente do clube, Alexandre Kalil, que precisávamos fazer uma reformulação, porque o Atlético não usava jogadores de categorias de base, fazia muitas contratações ruins, caras e que iríamos fazer as coisas aos poucos. Quando nós tiramos o Ricardinho e o Zé Luis, todos acharam o maior absurdo do mundo e se perguntavam como nós fizemos isso. Por exemplo, vocês (jornalistas) estão no jornal pensando a matéria em que tem de fazer e sabem que precisam falar com o Maluf, Alexandre Kalil ou o Fulano e ficam focado em seus trabalhos. Então, nós estamos focados no Atlético. O Dorival é um técnico, que utiliza extremamente jogadores das categorias de base, não é nenhuma surpresa para nós. Mas não se iluda, nós temos cinco jogadores que não estrearam e não podem jogar o Campeonato Mineiro e estamos pensando em um elenco forte para 2011.
Mas nós não podemos achar, por causa de dois jogos, que descobrimos o Brasil ou a América, pois o futebol não é assim. Há um mês, estávamos liquidados, porque havíamos perdido a Copa do Brasil e pela demissão de Ricardinho e Zé Luis. Nós, que dirigimos um clube de futebol, temos de ter tranquilidade, serenidade no momento de uma derrota, quando precisamos mudar o rumo ou na hora de uma derrota, em que sabemos que o caminho está correto.
A MONTAGEM DOS GRUPOS EM 2011
Fonte: Primetime Sport Brasil
CONTRATAÇÕES:
Atlético 17 (15 compras, 2 empréstimos)
Cruzeiro 9 (4 compras, 5 empréstimos)
Análise: Atlético demonstrou bom poder de compra no mercado. Cruzeiro mescla e aposta também em empréstimos
SAÍDAS:
Atlético 12 (2 empréstimos, 10 vendas/dispensas)
Cruzeiro 11 (7 empréstimos, 4 vendas/dispensas)
Análise: Cruzeiro aposta em empréstimo de jovens. Atlético rescindiu com medalhões, segurou garotos e realizou três vendas maiores
VALOR GASTO EM CONTRATAÇÕES:
Atlético: R$ 23 milhões
Cruzeiro: R$ 4,4 milhões
VALOR RECEBIDO EM VENDAS:
Atlético: R$ 21 milhões
Cruzeiro: R$ 4,5 milhões
JOGADORES SUB-21*:
Atlético: 8
Cruzeiro: 4
* Jogadores que fazem parte do grupo profissional chegaram a ser relacionados para algum jogo do Estadual
JOGADORES DA BASE*:
Atlético: 12
Cruzeiro: 4
Análise: Atlético contratou mais. Em contrapartida, valoriza mais os jogadores da base.
* Jogadores que fazem parte do grupo profissional chegaram a ser relacionados para algum jogo do Estadual

Nenhum comentário: