segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Luxemburgo é demitido após vexame e vê saída do Galo como processo natural


Luxemburgo comandou o Atlético em 53 jogos, com aproveitamento de 49%
Técnico foi contratado em dezembro e ficou nove meses no cargo

Bruno Furtado - Superesportes

Publicação:23/09/2010 23:13
O ‘projeto’ de Vanderlei Luxemburgo acabou no Atlético. Na noite desta quinta-feira, após a goleada por 5 a 1 para o Fluminense, no Engenhão, o presidente Alexandre Kalil decidiu demiti-lo para tentar evitar o segundo rebaixamento do clube à Série B, como ocorreu em 2005. O Galo está há 15 rodadas do Campeonato Brasileiro na zona de descenso e precisa de números ambiciosos para seguir na elite.
Luxemburgo foi informado da demissão no vestiário, pelo diretor de futebol Eduardo Maluf, e em seguida se despediu do grupo. O seu último ato foi um comunicado à imprensa, sem perguntas.
”Só quero comunicá-los que o presidente Kalil ligou para o Maluf e mandou o Maluf me dispensar, então não sou mais técnico do Atlético. O presidente entendeu que tinha que fazer uma troca e me dispensou. O momento é delicado, eu entendo isso como uma coisa natural no futebol, a postura do presidente, de ter me mandado embora, porque isso tudo faz parte de um processo”, iniciou.
Luxemburgo deixa o Atlético sem cumprir as várias promessas que fez, de fazer um time competitivo, vencedor e com planos mais ousados em 2011, como voltar à Libertadores. Ele começou a temporada com a conquista do Estadual sobre o Ipatinga, reformulou o elenco durante o Brasileirão, trouxe medalhões, o maior deles Diego Souza, e nada deu certo daí em diante.
”Lamento muito porque nos últimos anos foi uma das únicas vezes em que peguei um clube redondo, um clube que me deu toda a condição de trabalhar. Contratamos bastante jogadores, e a coisa não fluiu. Fizemos o máximo. Estou chateado porque é a primeira vez que acontecesse isso na minha vida profissional, um trabalho que não consegue fluir e com toda a condição”, destacou Luxemburgo.
Relação com o grupo
Na saída, o treinador disse que sua relação com o elenco era boa. Nos últimos tempos, sua liderança chegou a ser questionada, principalmente em função dos fracassos. “O ambiente de trabalho é maravilhoso, não tem nenhum problema com jogador, muito pelo contrário, a minha relação com os jogadores é muito boa. Falei com os jogadores que eu entendia a postura do clube de me mandar embora, porque faz parte de um processo, em que existe uma instabilidade. A derrota foi muito feia”.
Ironia
Mesmo sem ter conseguido tirar o time dessa situação incômoda na competição, com um aproveitamento de 29,16%, Vanderlei Luxemburgo teria dito aos jogadores, no vestiário do Engenhão, que eles têm a obrigação de buscar a salvação nas 14 rodadas finais.
”Falei para os jogadores o seguinte: que o nosso grupo é muito bom, tem muita qualidade, e que as vaidades, o pensamento individual, tudo que possa conduzir o Atlético para uma situação pior do que já está, tudo isso é ruim. Eles deveriam se unir ainda mais, porque existe união. Mas eles têm que se unir muito mais porque eles têm um compromisso moral com o clube. O clube é que paga o salário em dia, é que dá a condição de trabalhar, dá condição que poucos clubes dão, e eles têm a obrigação moral de se unir, de se doar ao máximo, de fazer o maior sacrifício possível. Acho que o Atlético não vai cair. O Atlético tem time para não cair”, concluiu Vanderlei Luxemburgo. (UAI)

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