Atlético-MG de Dorival troca mais passes e dribla mais que o de Luxa 09/10/2010 - 08h10

Gustavo Andrade
Em Belo Horizonte

Dorival Júnior assumiu o comando do Atlético-MG na 25ª rodada do Brasileirão e, com aproveitamento de 58,33% em quatro jogos, deixou o time alvinegro a um ponto do Avaí, primeiro fora da zona de rebaixamento. Sob a orientação do novo treinador, a equipe alvinegra passou a trocar mais passes e a driblar muito mais que no período em que tinha Vanderlei Luxemburgo como técnico.
Com Luxa, o Atlético somou 21 pontos em 24 rodadas, o que equivale a aproveitamento de 29,16%. Sob o comando do técnico pentacampeão brasileiro, a equipe alvinegra investia pouco nas jogadas individuais. Os jogadores atleticanos tentavam em média 15,45 dribles por partida. Já com Dorival Júnior, esse número saltou para 24,75, um aumento de 60,29%.
Responsável por comandar o Santos nas campanhas vitoriosas dos títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, Dorival Júnior implantou no Atlético um estilo de maior troca de passes. Com ele, o time mineiro toca a bola entre os jogadores 16,18% a mais do que fazia com Luxa. A porcentagem de passes certos, porém, não aumentou muito e saltou de 83,14% para 86,22%.
Para chegar ao gol adversário, os comandados de Dorival Júnior finalizam menos do que o período em que tiveram Vanderlei Luxemburgo como treinador. Os arremates a meta adversária, que aconteciam 12,25 vezes por partida com o antigo técnico, caíram para 11 por jogo com o novo comandante. Entretanto, houve evolução na pontaria e a equipe passou a acertar o gol em 45,45% das vezes que finaliza, contra 38,09% com Luxa.
O Atlético de Dorival Júnior também alça menos bolas para a área adversária que o de Vanderlei Luxemburgo. Com o novo treinador, os atleticanos fazem 29,45% menos cruzamentos que nas primeiras 24 rodadas do Brasileirão.
No período em que comandou o Atlético no Brasileirão, Luxemburgo viu as principais críticas sobre seu time recaírem ao setor defensivo. Com ele, foram 45 gols sofridos em 24 partidas. Após os cinco jogos com Dorival Júnior, a equipe alvinegra permanece coma defesa mais vazada da competição, com 50 gols, dois a mais que o penúltimo colocado Goiás.
Para evitar que seus goleiros sejam vazados, Dorival Júnior, entretanto, modificou pouco o padrão de jogo atleticano em relação às estatísticas. As faltam cometidas, que aconteciam 17,16 vezes por partida com Luxa, caíram para 16,75 com o novo treinador. Já os desarmes tiveram o pequeno aumento de 109,29 por jogo para 111,5.
As duas vitórias em sequência com Dorival Júnior, conquistadas nos dois últimos compromissos, é um feito jamais atingido por Vanderlei Luxemburgo nas 24 rodadas em que esteve à frente do time alvinegro. O novo treinador, porém, dividiu méritos com o antigo comandante após seu primeiro triunfo no Atlético.
“Tudo isso vai sendo conquistado com o passar dos jogos e treinamento, e com outros detalhes que estamos observando, mas há muitas coisas deixadas pelo Vanderlei, que são coisas boas, e que fazem com que a equipe, em determinados momentos, se posicione bem em campo”, comentou Dorival Júnior após a vitória de virada por 3 a 2 sobre o Atlético-GO, em Goiânia.
Neste domingo, o novo técnico atleticano tentará reverter o principal ponto negativo da era Vanderlei Luxemburgo na equipe mineira. Mesmo depois de sete pontos conquistados nas últimas três rodadas, Dorival Júnior não conseguiu tirar a equipe da zona de rebaixamento, onde está há 19 rodadas consecutivas. Para que isso aconteça nesta rodada, o Atlético precisa vencer o Internacional, em Porto Alegre, e contar com tropeços ou do Avaí diante do Flamengo ou do Vitória contra o Goiás.