terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fim de projeto

Vanderlei Luxemburgo não resiste à goleada por 5 a 1 para o Fluminense e é demitido ainda no Engenhão. Diretoria corre para achar substituto

Redação Superesportes - Estado de Minas

Publicação:24/09/2010 07:00
Na terça-feira, o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, afirmou, em entrevista coletiva, que estava decepcionado com a campanha da equipe no Campeonato Brasileiro, mas não pretendia fazer mudanças drásticas no momento, apesar de boa parte da torcida pedir a troca do comando técnico. Mas a goleada por 5 a 1 para o Fluminense, ontem à noite, no Engenhão, o fez mudar de ideia e demitir o técnico Vanderlei Luxemburgo.
Assim, o treinador, que chegou ao clube em dezembro ovacionado pela torcida e prometendo muitas conquistas, deixa o alvinegro apenas com o título mineiro e em situação complicadíssima no Nacional. Com 15 derrotas em 24 jogos, o Galo precisará melhorar muito seu desempenho para escapar do rebaixamento – seriam necessários pelo menos 25 pontos em 14 jogos.
A reação precisa começar já no próximo compromisso, contra o Grêmio, domingo, às 18h30, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Até lá, a diretoria espera anunciar a contratação de novo treinador, que terá ainda o desafio das oitavas de final da Copa Sul-Americana, contra o Independiente Santa Fé, da Colômbia, que empatou sem gols com o Caracas, na Venezuela, depois do 2 a 1 em casa.
Um nome comentado é o de Dorival Júnior, demitido pelo Santos terça-feira, mas que para muitos não tem o perfil necessário para assumir o Galo agora. Dunga também foi ventilado. Se não acertar com nenhum técnico, a equipe será comandada interinamente por Rogério Micale, do júnior.
“Lamento muito que tenha sido assim. Tudo isso faz parte de um processo, contratamos bastante, tentamos montar uma grande equipe, mas o trabalho não fluiu. Saio chateado porque queria fazer as coisas acontecerem para o Atlético”, afirmou Luxemburgo, no vestiário do Engenhão, lembrando não estar acostumado a fracassos. “Tenho uma carreira vitoriosa.”
Tão logo foi comunicado da demissão pelo diretor de futebol Eduardo Maluf, que acompanhou a delegação no Rio, ele se despediu dos atletas, agradecendo, mas sem deixar de ser duro. “Falei para eles que o grupo é bom, mas que é preciso, mais que nunca, deixar qualquer vaidade de lado. A hora é de se unir e buscar a reação. Eles tem a obrigação moral de se esforçar ao máximo para escapar do rebaixamento”, disse ele, que continua acreditando que o Galo não será rebaixado.
Maluf explicou que a goleada para o Fluminense foi mesmo a gota d’água para a demissão do treinador. “O Vanderlei vinha fazendo todo o possível, mas o futebol é vinculado a resultados. Como não houve a reação, tínhamos de mudar”, afirmou o dirigente, que recebeu telefonema de Kalil ordenando a demissão de Luxemburgo tão logo a partida de ontem acabou.
PROBLEMAS Quem quer que assuma o Galo, efetivo ou interino, terá muito trabalho. Isso ficou claro neste Brasileiro e a goleada de ontem foi só uma demonstração da falta de entrosamento, aliada à falta de compromisso de alguns jogadores. Como nos últimos jogos, o alvinegro ficou em desvantagem logo no início da partida: aos 11min, Leandro Euzébio marcou de cabeça. Até conseguiu o empate oito minutos depois, em cobrança de falta de Daniel Carvalho. Mas foi só, pois sofreu o segundo aos 35min, em chute de Carlinhos da entrada da área.
No segundo tempo, o desastre: o volante Alê recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso aos 17min. O tricolor carioca se aproveitou e fez o terceiro com Gum, novamente de cabeça, e o quarto com Carlinhos, que arrancou de seu campo. Já com dois a mais em campo, depois de Diego Souza ser expulso por entrada desleal, os donos da casa fecharam a tampa do caixão alvinegro com Marquinho.
ATLÉTICO
FÁBIO COSTA (Nota 2)
Além de falhar no segundo gol, se complicou em lances teoricamente fáceis, deixando os companheiros inseguros
RAFAEL CRUZ (Nota 1)
Nada criou no ataque e foi
simplesmente nulo na defesa, dando espaço aos adversários e sendo facilmente envolvido
RÉVER (Nota 3)
Não impediu Leandro Euzébio de marcar o primeiro gol do jogo. Depois, alternou bons e maus momentos
JAIRO CAMPOS (Nota 3)
Se perdeu junto aos companheiros
LEANDRO (Nota 3)
Até tentou algumas jogadas, mas (novamente) não era noite do Atlético
ZÉ LUÍS (Nota 4)
Fora de ritmo e sem nunca ter jogado ao lado de Alê, ficou um tanto perdido. Deu lugar no fim a WERLEY (Sem nota)
ALÊ (Nota 1)
Passou o jogo tentando achar os jogadores do Fluminense. Só encontrou cometendo faltas, que lhe renderam a expulsão, o que prejudicou enormemente o Galo
SERGINHO (Nota 4)
Ficou mais preocupado com a marcação e com isso pouco apareceu. Substituído por um animado NETO BEROLA (Nota 4), que entrou em uma verdadeira fria, pois logo depois o Galo ficou com 10
DANIEL CARVALHO (Nota 6)
Fez um belo gol e lutou bastante, mas sucumbiu junto com a equipe
DIEGO TARDELLI (Nota 2)
Tentou se movimentar, mas pouco conseguiu produzir
OBINA (Nota 7)
Responsável por alguns dos melhores momentos do Galo no primeiro tempo. Substituído por DIEGO SOUZA (Nota 1), cuja principal participação foi o carrinho por trás em Carlinhos, que lhe rendeu o cartão vermelho
VANDERLEI LUXEMBURGO (Nota 4)
Armou a equipe para ser mais segura defensivamente, mas, com os 2 a 1 no primeiro tempo, tentou deixá-la mais ofensiva. A expulsão de Alê, porém, colocou seus planos por água abaixo
FLUMINENSE
Com muita velocidade, os laterais MARIANO (Nota 7) e CARLINHOS (Nota 7) destruíram o esquema montado pelo Atlético
ARBITRAGEM
O árbitro PAULO GODOY BEZERRA (Nota 7) teve atuação discreta e eficiente. Acompanhou bem os lances e soube controlar a parte disciplinar, acertando tanto nas advertências quanto nas expulsões

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