sábado, 14 de maio de 2011

Se está bom,para que complicar?

Às vésperas da decisão, e com aposta na base que vem funcionando no meio-campo, clube vive a expectativa da chegada, à Cidade do Galo, do temperamental armador Carlos Alberto
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:11/05/2011 07:00
Sério problema no Atlético num passado recente, o meio-campo tem sido o ponto forte do alvinegro nesta reta final de Campeonato Mineiro, como ficou comprovado no primeiro clássico decisivo contra o Cruzeiro, domingo passado, em Sete Lagoas. Mas o que está funcionando como a torcida espera pode se agitar caso seja confirmada a contratação do armador Carlos Alberto. O treinador dispõe de 10 opções para o setor, sendo seis deles formados na base. O entrosamento da meninada com alguns jogadores mais experientes tem sido fator determinante, segundo os próprios atletas.
Nesse sentido, a chegada de mais um, a pedido do próprio comandante, seria mesmo uma solução? Ele deve ser apresentado depois da finalíssima, domingo, às 16h, em Sete Lagoas. O mais provável novo atleticano, que saiu recentemente do Grêmio antes do fim do contrato, alegando problemas nunca revelados pelo tricolor gaúcho, está acostumado a decisões. E já trabalhou com Dorival Júnior, quando foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro pelo Vasco em 2009. Por outro lado, o jogador tem um temperamento inconstante e fama de baladeiro. O volante Cléber Santana, sem espaço no São Paulo, também teria proposta.
Mas ninguém quer pensar agora em concorrência. Atenção total no jogo do título, como diz o volante Serginho, um dos veteranos do setor. Graças ao triunfo na primeira partida, por 2 a 1, o Galo precisa de um empate para ser campeão. Por isso, qualquer outro assunto está proibido no clube. Até mesmo as provocações do arquirrival são ignoradas. “Isso é clássico. Se não houver essas coisas, não o seria. Penso no Atlético. Estamos numa bela final de campeonato e não podemos deixar isso nos afetar. O que eles falam, deixamos lá fora. Vamos trabalhar para sermos campeões.”
Titular absoluto do alvinegro, ele vive uma das melhores fases da carreira, depois de um longo período no estaleiro por causa de duas cirurgias no joelho. Agora, serve de referência para os mais novos do setor, como o volante Fillipe Soutto e o armador Giovanni Augusto. “Fico feliz de poder dar a minha contribuição. Aprendemos um com o outro. A gente tem que continuar trabalhando para que apareçam mais jogadores da base”, acrescenta o jogador, destacando que o time inteiro está assimilando bem as orientações de Dorival Júnior. “O crescimento é de todos nós que estamos fazendo o que o Dorival vem pedindo. Se Deus quiser, teremos uma final feliz. Pensamos no título.”
RETORNO O treinador terá a volta de mais um reforço para o setor. Depois de cumprir suspensão automática na primeira partida, o armador Renan Oliveira deve naturalmente retornar ao time. No domingo, ele viu da arquibancada o triunfo atleticano sobre o arquirrival, com os colegas que não foram relacionados, e não esconde a ansiedade pelo retorno. “A vontade de jogar é muito grande. Da arquibancada, a adrenalina sobe mais ainda. É um sofrimento. Quero ajudar o Galo no nosso objetivo maior.”
O jogador, apesar de bastante criticado pelos torcedores, tem a confiança do técnico e espera reconquistar a massa, apagando a impressão de eterna promessa. “Procuro a cada dia dar resposta a ele (Dorival Júnior), pela confiança, por me trazer de volta e me possibilitar uma sequência. Quero acrescentar para que nossa equipe cresça cada vez mais. Tenho de procurar manter uma regularidade. Principalmente no jogo de domingo, dar a minha contribuição, fazer a minha parte.”
Para Renan, se existe segredo para a boa fase atleticana, ela se deve à dedicação do grupo, como também pensa Serginho. “Mudamos a nossa postura. Agora é mais agressiva. O ambiente é bom. Nossa equipe tem qualidade. Com esse ambiente, as coisas acontecem naturalmente nos jogos. A amizade no clube, com entrosamento e a alegria, tem dado tudo certo.”
O jogador é outro que evita o clima de provocações na semana pré-clássico e afirma que o Galo náo jogará pela igualdade. “A gente tem de procurar jogar bola, fazer o nosso melhor. Em época de clássico, essas coisas acontecem mesmo, as pessoas de fora falam mesmo. Essas coisas externas, a gente prefere deixar de lado. Cada um procura colocar pilha, isso não vai abalar a gente. Tenho certeza de que vamos fazer o nosso melhor no domingo. Esse é o jogo mais importante pra gente no momento. Temos de jogar pra frente. Se procurarmos defender, vamos tomar o gol.”
O zagueiro Réver foi poupado das atividades de ontem na Cidade do Galo, em razão de uma pancada no joelho direito sofrida no jogo anterior. Mas não será problema para domingo. O atacante Fernando Viana, também da base, foi a novidade no treinamento.

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