
Presidente Alexandre Kalil investiu alto na vinda de Luxemburgo, mas 'projeto' não deu certo
Segundo Kalil, não restou alternativa, senão demiti-lo após a goleada
Ailton do Vale - Superesportes
Bruno Furtado - Superesportes
Publicação:24/09/2010 18:21
Ao longo de sua carreira, Vanderlei Luxemburgo deixou alguns clubes com relacionamento desgastado. Basta citar as saídas do Cruzeiro, em 2004, e do Palmeiras, em 2009. No Atlético, foi diferente. Mesmo após demiti-lo, por sentir que uma mudança era necessária, o presidente Alexandre Kalil só fez elogios ao técnico.
Kalil disse ter se surpreendido com o profissional e com o ser humano, até porque sempre ouviu coisas negativas a respeito dele no meio do futebol. O trabalho de Vanderlei Luxemburgo no dia a dia da Cidade do Galo foi considerado árduo e de alto nível.
”Poucas vezes vi um treinador que dedicasse tanto tempo ao futebol. Fiquei muito honrado de trabalhar com ele, muito satisfeito e tenho certeza que ganhei um bom amigo no futebol. Tudo que se fala posso atestar que é uma grande covardia, uma grande bobagem. Ele ficou aqui no CT todo o tempo em que ficou no Atlético e antes de qualquer pergunta, quero falar que ele é um dos profissionais injustiçados nesse país. Devo o meu agradecimento, o agradecimento da família atleticana, pelo profissional que foi comigo, com o Atlético, e que Deus ilumine essa luta para sairmos desse lugar onde nós estamos”, discursou Alexandre Kalil.
O sentimento que fica desse trabalho, apesar de toda a admiração pelo técnico, é de frustração. “O Vanderlei chegou, chegaram jogadores e a torcida acreditou que aquilo ia dar certo. A sensação é a mesma de todo atleticano, e a minha é pior, pois tenho a responsabilidade de tirar o Atlético dessa situação. Foi uma decepção. É um sentimento de decepção. Mas vamos sair disso, vamos fazer de tudo para sair”, acrescentou.
Demissão
Kalil insistiu que tinha a intenção de manter Vanderlei Luxemburgo no comando, apesar de seguidos maus resultados. O que lhe fez tomar a medida extrema de demitir o técnico na noite de quinta-feira foi a goleada por 5 a 1 para o Fluminense e como ela se deu.
No fim, ele reconhece que tomou uma decisão “batida” no futebol. “Tentei fazer algo diferente, ver se o Atlético se reabilitava, tentei de todas as maneiras segurar, porque achei que a mudança de treinador seria maléfica. Mas a gente enxerga as coisas. O que vimos ontem foi um negócio a olhos vistos de que a coisa ia desandar. Infelizmente, não me restou outra opção, outra saída, apesar da mesmice, de trocar o treinador. Antes que me bombardeiem, eu não previa um desastre como aconteceu, tomar de cinco do Fluminense, com um time apático. Foi um negócio grotesco. Perante o quadro, o Atlético vai lutar desesperadamente e tenho certeza que vamos sair”.
Boicote
Quando falou que a coisa “ia desandar”, Kalil não se referia a um suposto boicote ao ex-treinador. ”Não. Nós tivemos uma conversa com os jogadores leve, boa. Isso não houve e os jogadores em momento algum falaram nada sobre isso. Eles falaram muito, me deram esperança, estão muito amolados, e vão ficar concentrados, como combinaram com o Vanderlei e buscar uma forma de saída”.
Multa
Como todos os esforços nas próximas horas estão voltados para a contratação do novo comandante, Alexandre Kalil adiou a conversa que teria com Vanderlei Luxemburgo. Por contrato, o clube teria que pagar uma multa ao treinador proporcional ao tempo restante do vínculo, até o fim de 2011. Mas essa questão não preocupa o presidente. “Isso nós vamos fazer acerto. O problema do Vanderlei não é dinheiro, podem estar certos disso. Eu nem conversei com ele ainda, estou devendo isso a ele. Como foi iniciativa minha, ainda vou conversar com ele ainda”, concluiu o mandatário atleticano. (UAI)
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