sábado, 15 de outubro de 2011

Desfalcado, mas confiante

Mesmo ficando praticamente sem meio time para enfrentar o Vasco amanhã, técnico Cuca não lamenta. Afinal acredita que, se perde em conjunto, o Galo pode ganhar em vontade
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:15/10/2011 10:14
A vitória sobre o Santos, na noite de quinta-feira, em Sete Lagoas, foi muito importante, mas o Atlético nem tem tempo de comemorá-la. Ontem, já embarcou para o Rio, onde amanhã enfrentará ninguém menos que o vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Vasco, em jogo da 30ª rodada, precisando da vitória para continuar brigando para escapar da ameaça de rebaixamento.
Além de encarar um dos melhores times da competição, na casa do adversário, o Galo perdeu “meio” time para a partida. O zagueiro Réver, o volante Pierre e o armador Bernard, todos com atuação destacada contra o Peixe, receberam o terceiro cartão amarelo e estão suspensos. Já o lateral-esquerdo Triguinho reclamou dor no músculo adutor da coxa direita e foi vetado, se juntando a dois atletas que já desfalcaram a equipe anteriormente, o armador Daniel Carvalho e o atacante Guilherme.
Com tantos problemas, o técnico Cuca só deverá anunciar a escalação da equipe no vestiário do Estádio São Januário, minutos antes da partida. “Não vamos lamentar os desfalques, temos confiança de que quem entrar vai jogar bem, pois está bem trabalhado. Reduzimos o número de jogadores justamente para trabalhar todos da mesma forma”, argumentou o treinador, bastante confiante em mais um bom resultado. “Se você perder em conjunto, pode ganhar, de repente, em vontade. Vamos ver as melhores opções.”
Um nome certo para entrar é o zagueiro Werley, que foi titular enquanto Réver esteve a serviço da Seleção Brasileira. No meio, o volante Serginho, que entrou bem contra o Santos, deverá ser mantido, atuando ao lado de Fillipe Soutto e Renan Oliveira. Já para a lateral esquerda as opções são o jovem Eron, que é da posição, e o experiente Richarlyson, que é volante. Assim, a grande dúvida é mesmo sobre quem substitui Bernard.
O certo é que o ataque alvinegro contará mais uma vez com Magno Alves, artilheiro da equipe no Brasileiro, com sete gols, e na temporada, com 18. Aos 35 anos, ele tem preenchido a lacuna deixada por jogadores contratados para balançar as redes adversárias, como André, que ainda não se firmou, e Guilherme, novamente contundido.
Experiente, ele não foge à responsabilidade. “Sobrou para o mais novo, que sou eu (risos). Mas falando sério, não sei se é falta de sorte, pois o Guilherme, quando está começando a encaixar, se machuca, o Neto Berola também vinha bem e teve de sair, o André... Mas me sinto bem, pronto para assumir a missão de ser artilheiro da equipe. Não posso falar pelo time todo, mas no ataque tenho responsabilidade maior realmente. Já estava há quatro jogos sem marcar, havia perdido pênalti e é bom ter a chance fazer gol novamente”, argumentou.
Sangue frio
A conversão da penalidade máxima contra o Santos, aliás, deve ter tirado um peso das costas do goleador. Afinal, no empate por 1 a 1 com o Ceará, pela 27ª rodada, em 2 de outubro, na Arena do Jacaré, viu o goleiro Fernando Henrique pegar sua cobrança e passou a ser vaiado pela torcida até deixar o gramado.
Ele garante que estava tranquilo antes de bater o pênalti na quinta-feira, mas reconheceu que a situação exigiu sangue frio. “Claro que passou aquele filme diante dos olhos, o que é normal. Mas você vai aclamando o nome de Jesus, sabendo que teria de fazer o gol, pois, do contrário, teria de sair do estádio dentro de um camburão da Polícia Militar”, disse, com bom humor, Magno Alves.
Palestra nota mil
“Foi nota mil”. Assim o técnico Cuca explicou a companhia do ex-atacante Marques antes da vitória sobre o Santos, por 2 a 1, quinta-feira, em Sete Lagoas. Na busca por algo diferente na preparação da equipe, o treinador convidou o craque, que parou de jogar no meio do ano passado – atualmente, exerce mandato de deputado estadual e faz parte da bancada do Alterosa no ataque –, para uma conversa com os jogadores. Marques explicou aos atuais atletas, entre outras coisas, o que significa jogar no Atlético, a importância da torcida e a responsabilidade de vestir a camisa alvinegra.

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