sábado, 29 de outubro de 2011

Atlético-MG investe alto em reforços, mas jogadores 'baratos' é que têm se destacado 27/10/2011 - 07h00


O lateral Carlos César é exemplo de jogador de baixo custo que se firmou no Atlético
Bernardo Lacerda
Em Vespasiano (MG)
A diretoria do Atlético-MG, ao longo deste ano, fez grandes investimentos, na contratação de jogadores badalados, alguns deles que estavam fora do país. Porém, sem o retorno esperado dessas apostas, a torcida atleticana vê, na reta final do Brasileiro, atletas que chegaram com muito menos “pompa” assumirem papel de destaque na luta contra o rebaixamento.
Após a chegada do técnico Cuca, em lugar de Dorival Júnior, o Atlético fez contratações menos badaladas: o lateral-esquerdo Triguinho, o lateral-direito Carlos César, volante Pierre e o meia Didira. Com exceção do último, os novos contratados se tornaram titulares e, juntamente com duas revelações da base, o meia Bernard e o volante Fillipe Soutto, dão esperança aos torcedores de acreditarem na permanência na Série A.
Para o lateral-direito Carlos César, que disputava a Série B pelo Boa Esporte, o motivo de alguns jogadores mais conhecidos não terem dado resultado é pela adaptação ao time. “Às vezes você faz contratação grande e não dá resultado e o jogador não adapta aqui e vai adaptar em outro lugar”, disse. “Mas o Atlético procura contratar os melhores jogadores possíveis. Graças a Deus quem está chegando agora está fazendo bom trabalho, como eu, ajudando e espero que a gente possa evoluir ainda mais”, acrescentou.
Carlos César reconhece que foi encarado com desconfiança em sua chegada ao Atlético. “Sabia que ia ser muito difícil, mas queria chegar e mostrar serviço logo pela situação que a gente se encontrava. Eu cheguei, fui bem e espero conseguir cada vez mais meu espaço”, destacou. Já Bernard, revelado na base e que se firmou como titular, valoriza a ajuda dos mais experientes do elenco, como Daniel Carvalho e Magno Alves. “Eles passam coisas para a gente, eles sabem do que eu preciso melhorar, como a finalização, e me ajudam a adaptar melhor ao time”, ressaltou.
Esta temporada começou como o Atlético-MG reformulando o seu elenco, investindo, entre outros, nos volantes Richarlyson e Toró, e no atacante Jóbson. Enquanto se reforçava, o time perdia três jogadores importantes e que agradavam à torcida: Diego Souza, Obina e Diego Tardelli, que se transferiram para outros clubes.
A diretoria foi atrás de novos e badalados reforços, como os atacantes Guilherme e André e o volante Dudu Cearense. Por Guilherme, revelado pelo rival Cruzeiro, o Atlético pagou 6 milhões de euros, com ajuda de parceiros, para repatriar o jogador que estava no Dínamo de Kiev. O jogador chegou no dia do aniversário de 103 anos do clube mineiro, apresentado como presente ao torcedor.
Posteriormente, o presidente Alexandre Kalil foi atrás do também atacante, André, que se destacou no Santos em 2010, emprestado pelo Dínamo de Kiev e tem contrato com o Atlético até a metade de 2012. O clube adquiriu 20% dos direitos do jogador por 2,2 milhões de euros. Se comprar os 80% restantes, o Alvinegro fará um contrato de quatro anos com o atacante.
Outro reforço que chegou com status de solução e bastante badalado pela diretoria foi o volante Dudu Cearense. Anunciado para a vaga de Zé Luís, dispensado por indisciplina, o jogador foi apresentado pelo diretor de futebol Eduardo Maluf como exemplo a ser seguido nas contratações atleticanas, pelos inúmeros títulos conquistados em seus anos na Europa.
Já Richarlyson, dos primeiros a serem contratados, chegou ao time mineiro com o currículo recheado, com conquistas do Campeonato Brasileiro e Libertadores pelo São Paulo. Contratado em janeiro, o jogador foi um dos principais reforços da pré-temporada, juntamente com Jóbson, que veio do Botafogo e que deixou o clube pouco tempo depois.
Os principais reforços não deram o retorno esperado. Além de pouco atuarem durante todo o ano, convivendo com lesões, ou sendo barrados pelos técnicos, os jogadores quando estiveram em campo não mostraram futebol que valesse o alto valor pago.
Os dois atacantes, por exemplo, que chegaram com a missão de substituir Obina e Diego Tardelli, poucos gols marcaram. Em 16 partidas com a camisa atleticana, sendo 11 como titular, André marcou quatro gols. Já Guilherme, contratado em março e que sofreu três lesões musculares, mais ficou no departamento médico, realizando apenas 15 jogos e balançando as redes duas vezes apenas.
No meio de campo, Dudu Cearense, que demorou a se readaptar ao futebol brasileiro, atuou 13 vezes e fez três gols. Richarlyson, que chegou a atuar como zagueiro, lateral-esquerdo e volante, fez 37 partidas, marcou um gol, mas nunca caiu no agrado do torcedor atleticano. Na reta final do Brasileirão, depois de algumas expulsões, o jogador perdeu espaço e vem amargando a reserva, entrando geralmente no segundo tempo dos jogos.

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