sábado, 29 de outubro de 2011

A mescla que dá equilíbrio

Quando mais luta para fugir do descenso, Galo parece ter encontrado a formação ideal. Praticamente metade do time é de jogadores experientes e a outra metade, de jovens
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:28/10/2011 08:47
Técnico do Atlético desde 8 de agosto, quando substituiu Dorival Júnior, Cuca demorou um pouco, mas há cerca de um mês parece ter encontrado a formação ideal para a equipe. Depois da contratação de jogadores indicados por ele, como o volante Pierre e os laterais Triguinho e Carlos César, o Galo se mostrou mais organizado e, mesmo nas partidas em que não conseguiu vencer, encarou os adversários, salvo o jogo com o Vasco, quando teve muitos desfalques.
Para atingir o atual estágio, que deixa a torcida bastante esperançosa de que o alvinegro escapará do rebaixamento, ele encontrou o equilíbrio entre juventude e experiência. Para um goleiro jovem, Renan Ribeiro, uma zaga experiente, com Leonardo Silva e Réver. Se um lateral é novo, caso de Carlos César, o outro, Triguinho, é rodado. Um volante, Fillipe Soutto, é garoto. O outro, Pierre, é vivido. O mesmo ocorre entre os dois armadores, Bernard e Daniel Carvalho, e os dois atacantes, André e Magno Alves. Nem mesmo a possível entrada de Neto Berola, que ainda é jovem, no lugar do experiente Magnata tira esse acerto.
Segundo os próprios atletas, essa mescla tem sido fundamental. E ela só está dando certo porque todos pensam apenas no bem do Atlético, cumprindo as determinações do treinador.
É o caso de Bernard, de apenas 19 anos e promovido nesta temporada aos profissionais. “Tento fazer o que o Cuca me pede, e até um pouco mais. Tento também mostrar aos companheiros que podem me passar a bola que vou dar sequência à jogada”, declara.
Mais novo do grupo, ele procura prestar atenção nos conselhos dos mais experientes. Um deles é Daniel Carvalho, para quem a mais nova revelação atleticana tem qualidade, mas precisa aprender a finalizar melhor para se tornar um atleta completo. “O Bernard precisa ter um pouco mais de vontade de fazer gol, ser mais objetivo”, argumenta o armador.
O jovem concorda e procura manter os ouvidos abertos. “Não só o Daniel (Carvalho) que fala comigo. Todos chegam e dão conselhos para eu melhorar, como faz o Réver. Fico feliz, pois, eles estão me dando força e, se fazem isso, é porque tenho potencial para melhorar”, diz Bernard, humilde.
Artilheiro da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro defendendo o Democrata-SL, com 14gols, ele ainda busca o primeiro gol como profissional. Por isso, aprimorar as finalizações é fundamental. “Também tenho de me concentrar um pouco mais. Converso com todos para evoluir a cada dia e marcar esse gol logo.”
OFENSIVO Na maior parte das partidas sob o comando de Cuca, Bernard atuou como quarto homem de meio-campo, explorando o lado esquerdo e se transformando, em alguns momentos, em terceiro atacante. Mas, se o treinador optar pela formação que testou em treino tático, ontem, na Cidade do Galo, vai jogar mais avançado, quase como um ponta esquerda, com André centralizado no meio e Neto Berola caindo pela direita.
Independentemente da escalação, a ordem é manter a concentração e, principalmente, a humildade. “Temos um time muito rápido e, pela nossa situação, precisamos buscar a vitória. Temos de ser ofensivos, mas organizados, com os homens de frente voltando para marcar os laterais. Tem de ser assim”, declara Bernard.
O ADVERSÁRIO
Ambiente conturbado
A crise no Palmeiras parece não ter fim. Não bastassem os problemas de relacionamento com o atacante Kléber, liberado para procurar outro clube, e a contusão de jogadores como o volante Marcos Assunção, afastado do jogo de domingo, às 18h, na Arena do Jacaré, esta semana foi a vez do armador Valdívia conturbar o ambiente. Fotos suas beijando uma mulher foram publicadas por um jornal carioca e ele acusou o fotógrafo de extorsão, além de pedir desculpas à família. Garantiu que só pensa em ajudar o Verdão a se recuperar no Brasileiro. “Se eu saísse agora, estaria traindo meus princípios. Quando tive a oportunidade de sair (em setembro, quando recebeu proposta do Al Saad, do Catar), falei que não iria. Não vou embora até que o torcedor peça ou que a diretoria me mande”, afirmou o chileno, que, apesar da polêmica, deve continuar como capitão diante do Galo.

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