Candidato à presidência do Atlético diz que é de "oposição de idéias" a Alexandre Kalil e que já tem nova equipe formada para diversas áreas do clube
Thiago de Castro - Superesportes
Publicação:26/10/2011 17:15
Atualização:26/10/2011 18:20
Os trejeitos, a postura firme nas declarações e até a profissão do candidato à presidência do Atlético e engenheiro, Fred Couto, mostram semelhanças com o atual mandatário, Alexandre Kalil. Contudo, o líder da chapa “Galo, uma nova ordem”, aposta em reformulação na administração alvinegra e avisa que é oposição.
Frederico Peçanha Couto, de 53 anos, é conselheiro benemérito do Atlético, ex-presidente da comissão de patrimônio e lançou a sua candidatura ao cargo máximo do clube com uma coletiva para a imprensa na tarde desta quarta-feira, no Mercado Central, em Belo Horizonte.
A concorrência será com Alexandre Kalil e Irmar Ferreira Campos, em dezembro, sem dia ainda definido. Fred Couto, questionado sobre a expectativa para a data, mostrou convicção em desbancar os concorrentes. “Eu vou ganhar a eleição. Está certo? Eu vou ganhar. O Atlético precisa de mudanças nas cabeças. Eu vou ganhar a eleição”, afirmou.
Se eleito, o candidato pretende descentralizar o comando do clube. “A minha proposta é ter cada profissional do ramo na sua especialidade. Eu tenho que me assegurar de bons profissionais e tenho certeza de que vamos conseguir. Até porque já temos isso (profissionais). Não posso falar, mas já temos”, disse.
A diretoria de futebol, atualmente nas mãos de Eduardo Maluf, é uma que poderia sofrer alteração com Fred Couto. “Tenho (um nome), mas não posso te falar”, disse o candidato, questionado sobre o assunto.
Quando questionado sobre a semelhança física com Alexandre Kalil, com quem Fred garantiu ter bom relacionamento, o candidato brincou, mas afirmou que não concorda. “O Alexandre é muito feio, não fala isso comigo não... Na maneira de ser, difere muito. Na maneira de administrar, acho que nos diferenciamos muito. A minha posição de administração é ‘nós’ administrados, ‘nós’ comandamos, ‘nós’ chegamos a um consenso. Aí sim, a decisão é minha. Mas é sempre ‘nós’. Eu tenho comigo que tenho que escutar a todos. Acho que aí, já é uma diferença muito grande”, argumentou.
Propostas para o futebol
Fred Couto criticou a alta rotatividade de jogadores no grupo alvinegro recente. Ele defende a formação de uma base sólida. “Todo campeonato, nós mudamos de time. Está aí o nosso futebol agora... É preciso parar com isso, ter equilíbrio, uma espinha dorsal, que tenha identidade com o clube. Precisamos procurar isso no time júnior, nas categorias de base”.
Ele defende a criação de um banco de dados interno para o clube se apoiar no momento das contratações. “Temos 20 clubes na Série A e 20 na B. Se cada um tem 30 jogadores, são 1200 jogadores. O Atlético tem que ter o scout deles todos, no mínimo da metade. Tem que saber quando nasceu, quantas cirugias fez, quantos cartões amarelos tomou daquele juiz, quantos jogos fez nos últimos anos... São informações que precisamos saber”.
Confira outros pontos abordados na entrevista coletiva:
Sócio-torcedor
Vamos ter uma diretoria de novos negócios que será criada. Só que nós temos muito cuidado, porque já tivemos ‘Fica, Ronaldo’, ‘Cemig’, e algumas (propostas) que nós só tropicamos. Acredito que temos que dar e receber. Precisamos dar para o torcedor, um condicionante para que ele possa nos dar aquilo que nós pretendemos.
Diretoria de novos negócios
Vamos ter uma diretoria de novos negócios, que vai ter uma assessoria de marketing, que vai colocar o Atlético em ponta no marketing no Brasil, que é outro diferencial da atual diretoria. Hoje, marketing é negócio, é número um. Essas questões vão ser discutidas ponto a ponto. Não podemos é errar, como erramos, em algumas situações que passamos.
Departamento de marketing
Eu costumo ouvir, por exemplo, que o Atlético é o quarto maior vendedor de pay-per-view. Temos que ser o primeiro. Podemos conseguir isso com profissionais de ponta. Não sou profissional de marketing. Não me peça para pilotar um avião porque eu não sei. Profissional de ponta vai ser contratado para ser cobrado.
Assumir o Atlético em bom momento financeiro
Eu fui candidato a vice-presidência na última eleição. Portanto, não tive nenhum receio de assumir o Atlético da maneira que estava. O Sérgio Bias era o candidato a presidência e eu, vice dele. A outra coisa que eu quero dizer é que a minha campanha é de oposição a idéias. Nada contra ninguém. Vejo o doutor Irmar declarar que é situação, mais uma opção. Eu sou oposição a idéias, nada contra ninguém, com direito a concordar e discordar das coisas. Em relação a pagar em dia, sobre a vida financeira do clube, isso é obrigação. Não estou vendo vantagem.
Ponto positivo da atual administração
Eu já subi na tribuna dos conselheiros e já aplaudi a Adriana Branco quanto a organização do centro de treinamentos. Minha secretária tem contato com a secretária dela e sempre fomos bem recebidos no CT. Mas acho que temos que melhorar e abrir um pouco mais. Existem pontos positivos, mas o time não funciona desta forma. Temos que ter regra para contratação, para definição do time de futebol. Essa é a grande diferença.
Relação com o conselho
Eu fui convidado por inúmeros conselheiros do Atlético para formar várias chapas dentro do conselho do Atlético nos últimos oito anos. Por isso que eu digo que precisamos dessa mudança de administração. Eu conversei com todos os conselheiros antes de lançar a minha candidatura. Se alguém preferir votar em outro, acredito que não seja contra mim, mas que é a favor das idéias de outras pessoas. Não significa que a pessoa é minha inimiga. O Atlético precisa de união. Precisa de um movimento, que todos votem com consciência em aquilo que acham melhor.
O lado profissional
A minha empresa trabalha em mais de dez estados do Brasil, mas tenho executivos da minha confiança que vão suprir as necessidades. Um ponto aqui ou ali, é claro que vamos discutir. Mas vamos cuidar do Atlético.
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