terça-feira, 4 de outubro de 2011

Como um foguete molhado

Com jogadores que vieram a peso de ouro, ataque do Atlético é uma decepção, conforme ficou claro diante do Ceará. Cuca vai exigir capricho e concentração dos homens do setor
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:04/10/2011 07:00
Sem vencer há quatro partidas, o Atlético vê sua situação se agravar no Campeonato Brasileiro. A intenção de ser “campeão” do returno deu lugar a um objetivo bem mais imediato, que é escapar do rebaixamento à Segunda Divisão. Para isso, já detectou onde precisa melhorar: no ataque. Se tem a melhor defesa da segunda metade da competição, com apenas sete gols sofridos em oito jogos, tem o quinto pior ataque, ao lado do Corinthians, com nove gols marcados.
Depois do empate por 1 a 1 com o Ceará, domingo, em Sete Lagoas, considerado desastroso, principalmente porque o Galo atuou com dois jogadores a mais durante quase todo o segundo tempo, o técnico Cuca lamentou as chances desperdiçadas. O atacante Magno Alves, por exemplo, perdeu um pênalti, defendido por Fernando Henrique. O também atacante André acertou a trave em bela cabeçada, enquanto Bernard jogou fora duas oportunidades cara a cara com o arqueiro do Vovô.
O treinador vai pedir mais capricho e concentração aos homens de frente, mas fala em falta de sorte, lembrando que a equipe é uma das que mais finalizam no Campeonato Brasileiro. “A equipe (contra o Ceará) tentou, correu, acho que ninguém criou tantas oportunidades em uma única partida quanto nós, mas a bola passou aqui, saiu ali, deu na trave, ela não quis entrar. Vamos continuar trabalhando”, disse Cuca.
Se ele evita condenar um só setor pela campanha ruim, o certo é que os goleadores estão devendo. O ataque foi o que mais recebeu reforços e no qual o clube mais investiu, porém o retorno não foi o esperado.
Só para adquirir 60% dos direitos do atacante Guilherme foram gastos 3 milhões de euros (cerca de R$ 7,5 milhões à época). Apresentado em 25 de março, ele só jogou 14 partidas com a camisa alvinegra, nas quais marcou míseros dois gols.
Depois de desfalcar o Galo contra Flamengo, Internacional e Ceará, ele ainda não tem escalação garantida no clássico com o América, sábado, pela 28ª rodada. Assim como Marquinhos Cambalhota, contratado em 15 de abril, ele esteve sob cuidados médicos até a semana passada, devendo voltar a treinar com o grupo esta semana.
Quem também luta para voltar à equipe é Neto Berola. Ele chegou a ser relacionado para a partida de domingo, mas acabou vetado pelos médicos por ainda sentir dor no tornozelo direito, no qual sofreu entorse justamente contra o xará goianiense.
BOAS OPÇÕES A volta desses atletas será uma boa para Cuca, que não poderá contar com André, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo. O ex-santista também ainda não justificou os cerca de R$ 4,9 milhões pagos por 20% de seus direitos, o que garantiu o empréstimo por um ano. Em 12 jogos, foram apenas três gols.
A situação só não é pior para ele porque o artilheiro da equipe no Brasileiro, Magno Alves, tem a mesma média de gols, 0,25 por partida. A diferença é que ele chegou sem que o clube tivesse que desembolsar quantia alta, o mesmo ocorrendo com outros contratados, como Jonatas Obina, Mancini e Wesley.

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