Enquanto 14 jogadores decidem vaga nas quartas de final da Sul-Americana, amanhã, em Bogotá, com o Santa Fé, os demais começam hoje, em BH, a se preparar para o clássico
Ivan Drummond - Estado de Minas
O Atlético – ou parte dele – chegou ontem a Bogotá, onde amanhã decide com o Independiente Santa Fé uma vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana, cujo campeão terá vaga na Libertadores de 2011. Por ter vencido por 2 a 0 há seis dias, na Arena do Jacaré, o Galo, que será dirigido pelo assistente-técnico Ivan Izzo, pode até perder por um gol de diferença para avançar – ou até dois, desde que marque pelo menos um gol.
Apenas 14 jogadores – isso mesmo, um time e três reservas (um deles o segundo goleiro) – foram relacionados para a viagem pelo técnico Dorival Júnior. Este permanece em Belo Horizonte, onde hoje começa a preparar o restante do grupo para o clássico de domingo contra o Cruzeiro, em Uberlândia, pela 31ª rodada do Brasileiro.
Na escassa delegação atleticana, a sensação de estranheza marca tanto o mais jovem dos escolhidos (o armador Diney, de 19 anos, em seu batismo internacional) quanto os experientes, como o zagueiro Lima, revelado pelo Atlético e com passagem pelo futebol espanhol.
O primeiro vê grande chance para mostrar serviço. “É uma oportunidade grande, mais uma. Sei que tenho de agarrá-la com unhas e dentes. Se for bem, sei que poderei abrir as portas do futuro para mim aqui no Atlético, ainda mais se fizer um gol. Já imaginou?”, sonha.
“Não esperava que as coisas acontecessem tão rápido. Estava lá nos juniores e fui chamado para treinar com o profissional, no campo principal. Já estava achando muito e, de repente, fui escalado para jogar na semana passada. Um jogo internacional! Agora, estou indo para meu primeiro jogo no exterior. Tenho um sonho e vou lutar para torná-lo realidade o mais rápido possível. Quero ser titular no Galo”, avisa.
Em meio às novidades, uma preocupa o jovem Diney: os 2.640m de Bogotá. “Sempre ouvi falar disso e fiquei imaginando o que seria estar num lugar tão alto.” A curiosidade o levou a consultar companheiros mais experientes, como Diego Souza. “Procurei conversar com ele, que me contou já ter desmaiado na altitude e falou também de ânsia de vômito. Prefiro nem falar muito disso, para não ficar sugestionado. Não quero ficar pensando que vai faltar ar no campo. Prefiro pensar que vou jogar, ajudar o Galo a vencer ou empatar e, se possível, marcar um gol.”
Diney diz também que a vida da família mudou nas duas últimas semanas. “Acho que meus pais estão sonhando mais do que eu. Estão felizes, orgulhosos. Quero melhorar a vida deles, dando-lhes uma casa boa. Mas, para isso, tenho de jogar e muito.”
Lima confessa sentir outra situação. “É estranho pensar que, quando entrarmos em campo, o Dorival não vai estar lá para dar as instruções e as ordens.” O zagueiro espera mesmo que os colombianos achem que enfrentarão equipe mista. “O time é forte, com muitos jogadores experientes. Fernandinho, Jairo Campos, Cáceres, Méndez, Alê, Fabiano não têm nada de inexperientes, pelo contrário. Pensamos é em sair com a vitória, embora o empate seja suficiente para nos classificar.”
Ele apoia integralmente a divisão do grupo. “É importante, pois quem fica tem de pensar só no Cruzeiro. Pode ser um divisor de águas na nossa campanha no Brasileiro. Uma vitória poderá nos tirar da zona de rebaixamento. Por isso, o clássico tem maior importância. Acredito que, se vencermos na Colômbia, manteremos o alto astral do time.”
ENQUANTO ISSO... As atividades do restante do grupo recomeçam hoje, às 10h, na Cidade do Galo. Entre os jogadores que se reapresentam, a novidade é Diego Tardelli, já confirmado para domingo. “É muito ruim ficar de longe vendo o time em campo. Contra o Inter (derrota por 1 a 0, há nove dias, no Beira-Rio), por exemplo, a vontade de jogar era muita, mas vem a sensação de impotência por não poder fazer nada.”
O lateral-esquerdo Fernandinho, que levou o terceiro cartão amarelo na vitória por 2 a 0 sobre o Avaí, não poderá enfrentar o ex-time. Curiosamente, os dois anteriores foram recebidos quando defendia os celestes. A primeira opção é Eron, que depende, porém, de avaliação médica, porque, domingo, levou forte pancada nas costas. “É um jogo que quero muito disputar. Vou melhorar.”
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