quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Atlético corre risco de fazer jogo decisivo com goleiro que não se firmou 25/11/2010 - 07h01

Bernardo Lacerda
Em Vespasiano (MG)
Com a contusão do goleiro Renan Ribeiro, titular nos 12 jogos sob o comando de Dorival Júnior no Brasileirão, o Atlético-MG poderá enfrentar o Goiás, em partida que vale sua permanência na Série A do Campeonato na próxima temporada, sem o jovem jogador, apontado como um dos responsáveis pela ascensão do time e com Aranha, um dos arqueiros testados sem êxito ao longo do ano.
PERFORMANCE DOS GOLEIROS ATLETICANOS
Renan Ribeiro
Clube: Atlético-MG
Posição: Goleiro
Aranha
Clube: Atlético-MG
Posição: Goleiro 20 Bolas recuperadas 2
1,7 Bolas recuperadas 0,5
4,3 Defesas 2,5
51 Defesas 10
12 Escanteios cedidos 1
1 Escanteios cedidos 0,3
1.080 Tempo jogado 360
90 Tempo jogado 90
Desde a chegada do técnico Dorival Júnior ao comando do Atlético-MG, na partida contra o Grêmio, quando o time mineiro foi derrotado por 2 a 1, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, Renan Ribeiro vem sendo escalado como titular. O jovem goleiro, que ganhou a vaga de Fábio Costa, que foi indicação de Luxemburgo, caiu nas graças da torcida atleticana, que já reivindicava a sua escalação há muito tempo.
Em 18 jogos como titular na temporada, Renan Ribeiro sofreu 18 gols. Porém, mesmo tendo uma média de um gol por partida, o jovem jogador leva a melhor sobre Aranha e Fábio Costa, que são os outros goleiros do atual elenco atleticano.
Aranha, que deverá ser o substituto de Renan Ribeiro contra o Goiás, caso o jovem titular não tenha condições de jogo, sofreu 27 gols em 25 jogos que fez na temporada. No Brasileirão, o goleiro foi vazado oito vezes, em apenas quatro jogos. Já Fábio Costa foi vazado 28 vezes em 20, sendo 27 apenas na competição nacional.
O jovem jogador, que foi preterido em todo o período de Vanderlei Luxemburgo à frente do Atlético, quando deu oportunidades também para outros dois goleiros, o uruguaio Carini e Marcelo, contratado por indicação dele, está sendo tratado pela torcida atleticana como a solução para o crônico problema da posição.
Desde a saída de Diego Alves para o Almería, em 2007, um goleiro não conseguia agradar ao torcedor atleticano. Coincidentemente, assim como Alves, Renan Ribeiro foi formado nas divisões de base do Atlético-MG. Carini, que não jogou no Brasileiro, e Marcelo, que em quatro jogos sofreu 10 gols, já não se encontram mais no elenco atleticano, seguindo caminho tomado por outros arqueiros que passaram pelo clube, nesse período, e também caíram em desgraça, casos de Juninho, Edson e Bruno, os dois últimos igualmente revelados pelas divisões de base do clube.
A trajetória de Aranha no Atlético, até o momento, tem se mostrado bastante diferente da seguida por Renan Ribeiro. Enquanto foi titular do Atlético, tanto na temporada passada, quanto na atual, ele nunca se firmou e conseguiu passar confiança para a torcida, que constantemente pegava no seu pé nos jogos em casa. Com cobrança excessiva, o ex-goleiro da Ponte Preta encontrou dificuldades em campo.
Fora dele, Aranha também viveu momentos conturbados. O goleiro viu a torcida fazer ameaças seguidamente para sua família. O jogador inclusive disse, em entrevistas coletivas na Cidade do Galo, que precisou mudar de moradia, afastando-se um pouco de Belo Horizonte, para aumentar a segurança para sua família.
Aranha se disse confiante no possível reencontro com a torcida atleticana. “Todo mundo que está aqui acompanhou as mudanças que aconteceram, não tenho de ficar falando, tentando colocar na cabeça
das pessoas que eu mereço jogar. Se o Renan não tiver condições de jogar eu vou lá e tentar fazer o meu melhor”, disse.
Independente de ser titular no domingo diante do Goiás, o goleiro destaca que irá torcer para uma vitória do Atlético para que o time consiga escapar de vez do risco de rebaixamento. “Espero que a equipe possa fazer um bom jogo, independente de contar comigo ou não, mas que possa vencer”, ressaltou Aranha.

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