Presente de luxo ou de grego?

Elogiado por ex-companheiros, Adriano vira nome forte para substituir Diego Tardelli e sacudir a massa
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:17/03/2011 07:00
Problema à vista? Com a saída de Obina e Diego Tardelli, o Atlético busca um grande nome para balançar a massa e fazer tremer os adversários. O desejo do presidente Alexandre Kalil é anunciar esse personagem até a sexta-feira da próxima semana, dia 25, quando o clube completará 103 anos. Entre os nomes falados nos bastidores alvinegros, ganhou força ontem um que jamais deixa de ser assunto – pela facilidade em fazer gols e, ultimamente mais ainda, por sempre se envolver em confusões: Adriano, campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009 e artilheiro da competição com 19 gols, ao lado justamente de Tardelli.
Como o polêmico atacante teve o contrato rescindido com a Roma há alguns dias, sua contratação não demandaria grande investimento inicial. Caberia ao Galo pagar salários e luvas. Mas seria um presente de luxo ou de grego para a massa? Dorival Júnior já teria aprovado a contratação, apesar do histórico de problemas disciplinares do jogador, confiando em mantê-lo na linha. Justamente o técnico, dispensado pelo Santos devido a um atrito com Neymar.
Empresário de Adriano, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, campeão mundial em 1994 pelo Brasil, confirmou ter recebido propostas de clubes brasileiros. Não revelou quais, apenas disse que o Flamengo, onde o atacante iniciou a carreira e tem grande identificação, não foi um deles, o que aumentaria a chance dos demais interessados.
Em entrevista coletiva na terça-feira, Kalil afirmou que Adriano ficaria muito bem com a camisa alvinegra. E os jogadores se mostram bastante animados com a possibilidade da vinda do artilheiro. Os mais próximos do Imperador já estão até em campanha para que a negociação dê certo. Toró, ex-rubro-negro, conversou por telefone com o amigo no fim de semana passado. “Contei a ele como é o Atlético, a estrutura que o clube tem, que cumprem o que prometem. Ele perguntou sobre Belo Horizonte e dei as melhores referências. Também falei da qualidade do grupo, que também é bastante brincalhão, exatamente como ele gosta”, conta o volante.
Ele não acredita que a distância entre a capital mineira e o litoral seja empecilho e a possível contratação provoque ciúmes no grupo. “Qualquer clube tem lugar para um craque como o Adriano. Tenho certeza de que todos aqui torcem para que a contratação seja fechada.” Outros entusiastas da ideia são os volantes Richarlyson e Zé Luís, que auaram com Adriano no São Paulo. Outro que o conhece bem, do futebol italiano, é o atacante Mancini.
OUTRO LADO Se no ataque a expectativa é pela chegada de um artilheiro, na defesa, o objetivo é se acertar. Afinal, o Galo sofreu gol em todas as partidas da temporada. Foram 14 nos oito jogos oficiais, além de um no amistoso com o River Plate-URU. Nem diante de adversários frágeis, como o Iape-MA, pela primeira fase da Copa do Brasil, o alvinegro passar incólume. No jogo de ida, em São Luís, venceu por 3 a 2. Na volta, fez facilmente oito gols, mas, quando todos esperavam que que passaria em branco lá trás, sofreu um no fim.
O goleiro Renan Ribeiro não é o único culpado pela deficiência defensiva, mas assume sua parcela. Reconhece, por exemplo, que falhou no primeiro gol do Ipatinga domingo, mas não desanima. “Tenho de continuar trabalhando, me entregando nos treinos para diminuir os erros. No futebol, erra um, erra todo mundo. Errei, mas podem ter certeza de que vou me doar ao máximo para voltar a ajudar o Atlético.”
No fim do ano passado, o preparador de goleiros Oscar Rodriguez deixou o clube, substituído por Barbirotto. Muitos apontam a troca como responsável pela queda de rendimento de Renan Ribeiro, mas ele não: “Oscar era excelente, assim como Barbirotto também é, casa um com sua característica. O importante é trabalhar bastante, e tenho certeza de que as coisas vão voltar a dar certo.”