sexta-feira, 11 de março de 2011

Um chega, mas vem mais gente

Alvinegro apresenta Guilherme, que vem da Espanha para tentar resolver problema na lateral esquerda, e diretoria promete nomes de peso para repor saídas de homens de frente
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:11/03/2011 07:00
A transferência do artilheiro Diego Tardelli para o russo Anzhi e a chegada do lateral-esquerdo Guilherme, apresentado ontem, são apenas algumas das mudanças por que passa o Atlético neste mês de março. Ao mesmo tempo em que se esforça para contratar outro atacante, porque negociou também Obina (hoje na China), o clube, alvo de muitos empresários, corre o risco de perder mais jogadores.
Para ter 30% dos direitos de Guilherme, que estava emprestado pelo Almería ao Valladollid, o Galo cedeu os 10% que ainda detinha dos direitos de Diego Alves. O lateral assina contrato por quatro anos, cabendo ao Almería 20% dos direitos, e ao Tombense, 50%.
Com isso, o alvinegro não precisou gastar nenhum centavo dos cerca de R$ 15 milhões que arrecadou com a saída da dupla de atacantes e do armador Diego Souza (Vasco). Esse dinheiro certamente será importante para a recomposição do grupo. “Estamos recebendo muitas ofertas de atletas, mas não vamos falar nada, pois todas as nossas contratações só deram certo porque foram feitas em silêncio. O torcedor pode confiar que virá um bom nome, talvez dois”, informa o diretor de futebol Eduardo Maluf.
Entre os atacantes oferecidos, estão Keirrison, de 23 anos, que pertence ao Barcelona, mas está emprestado ao Santos, e Alecsandro, que conta com o lobby do irmão, o volante Richarlyson, para trocar o Internacional pelo Atlético. “No caso do Alecsandro, ele chegou a brincar em janeiro que havíamos contratado o irmão errado. No do Keirrison, houve o contato cerca de um mês antes da negociação do Tardelli e, havendo uma composição, podemos, sim, contratá-lo. Mas repito: estamos trabalhando, mas só vamos falar quando estiver tudo certo”, diz Maluf.
O dirigente faz questão de ressaltar que o Galo não negociou ninguém por necessidade financeira. Assim, os recursos que entrarem devem ser integralmente reinvestidos na contratação de reforços. “Diego Souza não queria continuar na reserva e dissemos para ele: se conseguir algum clube que pague o que a gente quer, liberamos. Já para o Diego Tardelli, o presidente (Alexandre Kalil) disse: ‘Vê se você gosta da proposta, do clube. Se acertar, nós te liberamos’. Não dá para segurar um jogador que tem a chance de fazer a independência financeira.”
O lastro financeiro obtido pelo clube com as últimas transações leva o torcedor atleticano a sonhar com grandes nomes do futebol brasileiro, até mesmo os do exterior. Para isso, o Galo tem de correr, pois o prazo para inscrições de jogadores de fora termina em 8 de abril. Depois dessa data, será preciso esperar a janela de transferências de agosto.
GRATIDÃO Enquanto outros não chegam, Guilherme se mostra muito feliz com a chance de vestir a camisa alvinegra. Ele começou no Vasco e, aos 19 anos, se transferiu para o Almería. No ano passado, foi emprestado ao Valladollid, da Segunda Divisão espanhola, e agora espera construir bela história no Galo. “Agradeço ao Atlético pela confiança que depositou em mim e tomara que consiga retribuir jogando bem. Espero mostrar todo o meu potencial, ajudar o time, e cair nas graças da torcida.”
O lateral-esquerdo procurou se informar sobre o novo clube com Diego Alves, que vai trocar o Almería pelo Valencia no meio do ano, em negociação de 3 milhões de euros. Guilherme revela ter tido muitos problemas de adaptação ao futebol europeu, pois, além da pouca idade, estava sozinho e sentia falta de apoio. Mesmo assim, acredita ter crescido profissionalmente, principalmente na marcação. “Antes, era muito afoito para ir ao ataque. Na Espanha, aprendi a dosar, a subir na hora certa.”
Ontem à tarde, o técnico Dorival Júnior comandou mais um coletivo na Cidade do Galo e novamente escalou Ricardo Bueno como substituto de Tardelli, ao lado de Neto Berola, com Jóbson e Magno Alves na reserva.

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