segunda-feira, 7 de março de 2011

Ao encontro do pretendente

Tardelli muda a rota e viaja para a Turquia, onde o russo Anzhi, provável novo time, faz pré-temporada
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:07/03/2011 07:00
Diego Tardelli tem tudo para anunciar hoje oficialmente a ida para o Anzhi, da Rússia. Liberado desde sexta-feira pela diretoria do Atlético para negociar a transferência, o atacante iria inicialmente para o Leste Europeu, mas alterou a rota e foi para a cidade turca de Belek, onde o provável novo time faz pré-temporada – mudança de planos anunciada por ele próprio ontem, no Twitter (confira reprodução).
Apesar de ter dito, quando deixou o Brasil, que não havia nada definido, é cada vez maior a chance de o ídolo deixar o alvinegro. Em Belek mesmo ele deve fazer exames médicos, assinar contrato e ser apresentado pelo clube russo, que terá de pagar 5 milhões de euros (cerca de R$ 11,6 milhões) ao Galo, detentor de 62,5% dos direitos do jogador.
Se a torcida se mostra triste com a saída do craque, para um atleticano que já atuou no futebol russo, Daniel Carvalho, a transferência é boa oportunidade na carreira do companheiro. “Às vezes, chamam o jogador de mercenário por sair do país, mas não vejo assim. Se for uma proposta boa financeiramente para o atleta e para o clube, tem de ser aceita. Na época em que recebi a proposta da Rússia, até brinquei que não queria virar pinguim, mas acabei indo e ficando lá cinco anos da minha vida”, lembra o armador, que defendeu o CSKA em duas etapas: de 2004 a 2008 e em 2009, depois de curta passagem pelo Internacional, onde fora revelado.
Mesmo sabendo que Tardelli é ídolo da massa, Daniel Carvalho pondera que a vida de jogador é curta e pode ser a chance de o colega conseguir a independência financeira. “Daqui a sete ou oito anos a carreira do Tardelli terá acabado, a minha também, e não haverá mais o salário do Atlético ou de outro clube. Então, se for uma proposta boa para o Tardelli, ele tem de ir. Claro que tem de ser bom também para o clube.”
O artilheiro chegou ao Galo no início de 2009 e se destacou logo na primeira temporada ao ser o principal artilheiro do país, com 42 gols. O bom desempenho lhe rendeu convocações para a Seleção Brasileira e despertou a cobiça de clubes estrangeiros, como o francês Saint-Etienne, que ofereceu 9 milhões de euros, proposta recusada pelo presidente alvinegro, Alexandre Kalil.
Uma vez confirmada a saída do goleador, a diretoria do Atlético deverá buscar um substituto. Ainda mais que o clube já havia negociado Obina para o futebol chinês, além do armador Diego Souza para o Vasco. Para isso, contará com o dinheiro recebido nas transações.
Preocupação
O próprio técnico Dorival Júnior já demonstrou a expectativa de reposição à altura para Tardelli, caso o atacante vá mesmo embora. Lembra que, no ano passado, o Galo sofreu com mudanças de jogadores depois de conquistar o Estadual e, no Brasileiro, brigou até a penúltima rodada para escapar do rebaixamento. “Nosso grupo tem de ser fortalecido, não enfraquecido.”

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