segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Próximo!

Mesmo sem grande exibição, Galo conquista a sexta vitória no Brasileiro, se isola na liderança e leva a massa ao delírio no Independência com mais de 18 mil pagantes
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:09/07/2012 07:00
Atualização:09/07/2012 14:44
Novamente a mistura perfeita de massa apaixonada com time em sintonia e força para buscar os objetivos gradualmente surtiu efeito. Mesmo sem repetir as boas exibições de jogos anteriores, o Atlético fez o dever de casa ao superar a Portuguesa por 2 a 0, ontem à noite, no Independência, e manteve a liderança do Campeonato Brasileiro – agora isolado, porque o Vasco empatou com o Figueirense. A cada partida, o Galo ganha confiança e o respeito dos adversários e vence suas batalhas. É evidente que Cuca e os atletas têm muito a trabalhar para formar um grupo comprovadamente vencedor, capaz de trazer títulos para o clube.
Foi necessária a ajuda dos homens do sistema defensivo para o alvinegro garantir os três pontos. Mas a turma da frente também foi importante ao abrir espaços na marcação da Lusa, que veio a Minas para atuar com cautela e se aproveitar de erros dos donos da casa. Tudo deu certo para o Atlético. Justamente nas dificuldades os mineiros vão se superando e crescendo na competição, embora ainda restem inúmeras etapas, muitas difíceis, que exigirão maior esforço atleticano.
O futebol às vezes permite que um atleta possa ir do inferno ao céu em poucos minutos. Perdido em campo e vaiado pela massa, Marcos Rocha respondeu à altura na metade do primeiro tempo. Depois que Júnior César cobrou lateral da esquerda e Jô escorou de cabeça, a bola sobrou para o lateral-direito chutar com categoria no ângulo, vencendo o até então invicto Dida, que parou para reclamar de falta em Diego Augusto.
Enquanto os torcedores se empurravam nas cadeiras do estádio, cheios de satisfação e alegria pelo gol, Victor, o principal personagem da noite, começou a trabalhar de fato. Sobretudo em cabeçadas de Diego Viana e André Luís, que representaram perigo. Ele estava seguro e ciente de que as boas atuações o ajudarão a se transformar em ídolo do Galo. O primeiro passo foi dado em grande estilo.
No momento em que o Atlético recuou, a Portuguesa foi ao ataque, aproveitando avenida deixada por Júnior César e Bernard na esquerda. Luís Ricardo, Leo Silva e Moisés assustaram a zaga, mas não superaram Victor. Cuca não estava satisfeito com o comportamento tático do time e reagia furioso a cada erro de passe de Marcos Rocha e Bernard. Sinalizou, gritou e xingou seus comandados, sem nada adiantar. Os anfitriões também passaram dificuldades para anular o contra-ataque adversário. “Temos de controlar o jogo e pressionar a saída de bola da Portuguesa”, ressaltou o capitão Leonardo Silva, certo de que o segundo tempo seria diferente.
ERRO DO GOLEIRÃO Quem foi ao Independência jamais imaginaria que o mais experiente jogador em campo pudesse falhar feio. Dida inspirava confiança aos companheiros até o início do segundo tempo, quando Ronaldinho Gaúcho se preparou para cobrar falta na intermediária. O chute não representava grande perigo, mas o goleiro soltou a bola nos pés de Leonardo Silva, que bateu forte para o fundo das redes, incendiando o estádio e fazendo com que os bandeirões fossem agitados. O zagueiro e capitão atleticano estava em posição de impedimento, mas era lance dos mais difíceis para a arbitragem e não serve de atenuante para o erro do ex-camisa 1 cruzeirense.
Depois do segundo gol, a Lusa sumiu no ataque e o Galo aproveitou para dar show e ser aplaudido. Jô, Bernard e Danilinho tiveram chances de transformar o triunfo em goleada. Mas foi Ronaldinho Gaúcho quem mais apareceu. Por tudo o que representa, cada lance de categoria dele é motivo de admiração. No lençol que aplicou em Leo Silva, todo o estádio fez festa, como se fosse um terceiro gol. Realmente, o craque é capaz de mudar o astral dos torcedores em um único lance e assumir a responsabilidade nas horas complicadas. Cada vez mais parece ser o jogador de que o Atlético necessitava para voos mais altos – ou seja, o reencontro com o título brasileiro sonhado há 40 anos.

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