terça-feira, 26 de novembro de 2013

O SEGREDO DO SUCESSO

Audácia na mesa de negociações
Na segunda reportagem da série sobre a temporada vitoriosa de Atlético e Cruzeiro, Estado de Minas mostra a eficácia dos dirigentes na montagem dos grupos
Paulo Galvão - Estado de Minas
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:26/11/2013 08:44
Para atingir conquistas tão importantes como as de 2013 e colocar Minas Gerais como centro das atenções do futebol brasileiro, Atlético e Cruzeiro contaram com dirigentes audaciosos e que foram extremamente felizes em suas ações. Com perfis bastante diferentes – para não dizer até opostos –, os presidentes Alexandre Kalil, pelo lado alvinegro, e Gilvan de Pinho Tavares, pela parte celeste, têm em comum o amor por seus clubes e tiveram o mérito de dar respaldo à comissão técnica e aos jogadores nos momentos difíceis, alicerce importante para que os frutos do trabalho fossem colhidos.
Para isso, eles contaram com diretores de futebol remunerados cuja competência é colocada à prova não só a cada contratação, mas também a cada partida. Se o atleticano Eduardo Maluf tem grande experiência e atua de forma bastante discreta, Alexandre Mattos tem o ímpeto da juventude. Eles tiveram de contornar crises e apaziguar vestiários, sempre suscetíveis a vaidades prontas a explodir.Antes mesmo de o Atlético formar a espinha dorsal campeã da Copa Libertadores, Kalil e Maluf tiveram papel fundamental ao manter o técnico Cuca no cargo, em agosto de 2011, quando o treinador estreou com seis derrotas seguidas. E coube ao presidente encabeçar a maior contratação da história do clube, no ano seguinte: a de Ronaldinho Gaúcho, que repercutiu no mundo inteiro e acabou consolidando o projeto ambicioso e vencedor do alvinegro.
“Fizemos um planejamento que deu certo. Trabalhamos numa performance de nível melhor, trazendo atletas de seleção para nosso grupo”, ressalta Eduardo Maluf. Cuca também agiu nos bastidores para que as carências da equipe fossem supridas em 2013. Com reuniões semanais, discutiram nomes de qualidade e possíveis reforços para o Galo. A partir daí, chegaram jogadores que se encaixaram bem no esquema tático, como o volante Josué e os atacantes Diego Tardelli, Luan e Fernandinho.A ambição do Atlético para outras conquistas de expressão existe, tendo em vista que a diretoria já garantiu quase todo o time titular para as duas temporadas – incluindo aí Cuca, que firmou compromisso até o fim de 2014. A exceção é justamente Ronaldinho, cujo vínculo vai até dezembro e a prorrogação depende de acordo com o irmão e empresário dele, Assis.
Assim, Cuca entende que é preciso renovar a equipe para que o sucesso continue: “Temos uma comissão técnica permanente e um grupo já com contrato para o ano que vem. Mas temos de dar uma mexida. Tem jogadores que em uma análise técnica, de repente, sairão e outros podem chegar para um upgrade. É um processo normal dentro de cada clube”.

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