segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Para provar quem manda no terreiro


Num jogo em que manteve o domínio, o Atlético para o Cruzeiro no Horto e vence com golaço de Fernandinho no fim. Pela primeira vez o líder perde duas partidas seguidas
Antônio Melane - Estado de Minas
Publicação:14/10/2013 09:06
Havia uma expectativa enorme para o clássico de ontem, no Independência, por inúmeros fatores. Valia mais do que a tradição neste duelo de número 480 nas contas do Atlético e 463 nas do Cruzeiro. Pela primeira vez, no Horto, o Atlético campeão da Copa Libertadores recebeu seu arquirival. Sobrando no Campeonato Brasileiro, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, a Raposa tentava confirmar sua excelente fase. Iria prevalecer o melhor momento celeste, com a 19ª vitória na competição, ou a massa atleticana iria dar o seu grito: “Caiu no Horto está morto”?
Deu Galo, gol de Fernandinho, aos 40min do segundo tempo, pela 28ª rodada, mas não foi um clássico que preencheu tudo o que o torcedor esperava, porque faltou qualidade ao futebol, e o Cruzeiro se preocupou muito mais em defender do que em atacar. Dizer que acovardou é forte, para quem chegou por duas vezes com perigo na segunda etapa, mas é possível afirmar que foi um time sem inspiração, tentando levar o jogo na base do quanto mais frio melhor. Só que o castigo veio a cinco minutos do fim, com o gol que decretou sua derrota, sem tempo e força para reagir. Tanto que o Atlético até que poderia ter feito o segundo.
Com vários desfalques (Ronaldinho, Réver, Victor e Jô), os atleticanos fizeram do jogo uma festa de autoconfiança. Afinal, foram raros os momentos em que se sentiram ameaçados. Estavam tão empolgados que apresentaram pela primeira vez no estádio várias bandeiras de Marrocos, onde o time vai decidir em dezembro o título do Mundial de Clubes. Já criaram refrões para embalar o Galo na África. Nem mesmo o fato de o Atlético ter jogado sem sua principal estrela, Ronaldinho Gaúcho, e outras peças importantes, facilitou as coisas para o rival. O esquema montado pelo técnico Cuca era a prova de que a equipe havia entrado para vencer, ainda que se desdobrasse na marcação. “Clássico é como ganhar um título”, definiu o treinador.
O Atlético foi o dono da posse de bola, das principais atuações, com jogadas perigosas pelas pontas, especialmente na esquerda, com Fernandinho, apesar de no lance do gol ele ter recebido a bola pela direita. Além disso, marcou melhor (21 a 13 roubadas de bola). Se esses números ainda não dizem tudo o que foi o confronto, o total de finalizações é sintomático: 12 a 3 para o alvinegro.
Para a história fica registrado o melhor momento: Marcos Rocha pegou a bola pela direita e lançou Fernandinho. Ele ganhou na disputa com Bruno Rodrigo e chutou com violência no ângulo direito de Fábio. Golaço. O atacante disputava o seu primeiro clássico e vai para a história como um dos personagens principais de uma tarde em que o Galo venceu com todos os méritos. Recuperou a quinta colocação no Brasileiro.
OTIMISMO Para o Cruzeiro, que ontem esteve irreconhecível, sobra o alento da vantagem de 10 pontos sobre Botafogo e Grêmio e a lembrança de 2003, quando conquistou a Tríplice Coroa, incluindo o Brasileiro. Naquele ano, a Raposa também perdeu duas seguidas – Juventude e Internacional – como agora, já que vinha de tropeço por 2 a 0 diante do São Paulo. A diferença de 12 pontos à frente na liderança caiu para seis, mas no fim deu Cruzeiro campeão.
Atlético 1 x 0 Cruzeiro
Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Emerson e Júnior César; Pierre, Josué (Leandro Donizete 29 do 2º), Diego Tardelli e Luan (Carlos César 43 do 2º); Fernandinho e Alecsandro (Neto Berola 26 do 2º)
Técnico: Cuca
Cruzeiro
Fábio; Ceará, Leo, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Lucas Silva (Henrique no intervalo), Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian (Dagoberto 31 do 2º) e Borges (Alisson 21 do 2º)
Técnico: Marcelo Oliveira
Estádio: Independência
Gol: Fernandinho 40 do 2º
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Janette Mara Arcanjo e Fábio Almeida da Costa (MG)
Cartão amarelo: Lucas Silva, Pierre, Leonardo Silva, Ceará, Neto Berola
Pagantes: 15.368
Renda: R$ 574.655

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