quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Torcedor foragido da Polícia já é condenado por outra morte em Minas 15/12/2010 - 12h21

Do UOL Esporte
Em Belo Horizonte
Um dos dois suspeitos de espancar até a morte o torcedor do Cruzeiro Otávio Fernandes, 19 anos, no último dia 27, na Savassi, região nobre da capital mineira, Fagner Lúcio de Carvalho, considerado foragido pela Polícia Civil de Minas Gerais, está envolvido na morte de outro cruzeirense, em 2004.
Fagner foi condenado em 2007, pela Justiça mineira, a 12 anos de reclusão pela morte do torcedor da Mancha Azul, Francisco Agnaldo Felício, conhecido por "Tonelada". O crime ocorreu em 2004 na Estação BHBus, região de Venda Nova, Norte de Belo Horizonte.
Apesar de ter sido condenado pela Justiça, Fagner está livre e é considerado foragido desde então. Segundo a Polícia Civil, ele está diretamente envolvido na morte do estudante Otávio Fernandes, ocorrida durante briga entre torcedores de Atlético e Cruzeiro na Avenida Nossa Senhora do Carmo, próximo à casa de eventos Chevrolet Hall, onde acontecia um torneio de luta livre.
Mateus Magalhães, conhecido como “Tildan”, que é membro da Galoucura, maior torcida organizada do Atlético, se entregou no início da noite de terça-feira. Ele chegou acompanhado de advogado ao Departamento de Investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. Em seguida, ele foi levado para o Ceresp (Centro de Remanejamento de Presos) São Cristóvão.
Outro torcedor foragido é Diego Alves Ribeiro, o “Fiuri”. A Polícia Civil mineira iniciou, no sábado passado, operação para cumprir nove mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça contra os suspeitos da morte do estudante. No mesmo dia Cláudio Henrique de Souza Araújo, o "Macalé", diretor de patrimônio da Galoucura, foi preso quando dormia na sede da facção organizada, no Bairro Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Na última segunda-feira, outros cinco acusados pelo assassinato do torcedor cruzeirense apresentaram-se espontaneamente. Entre eles, Roberto Augusto, o “Bocão”, e William Palumbo, o “Ferrugem, presidente e vice, respectivamente, da Galoucura, além de um dos diretores da facção, Marcus Vinícius, o “Vinicin”.
Os outros dois são Josimar Júnior, o “Avatar” e Diego Felipe, “Feijão”, filiados à mesma torcida. Os advogados da torcida organizada negam o envolvimento do grupo na morte de Otávio Fernandes.
Imagens identificam suspeitos
Os suspeitos foram identificados pela Polícia Civil como participantes na briga que provocou a morte de Otávio Fernandes e deixou outros dois torcedores feridos. A morte do torcedor cruzeirense foi a nona ocorrida em confrontos de torcedores em Minas Gerais desde 2004. Dessas, sete foram longe dos estádios.
Além dos depoimentos de testemunhas, a Polícia Civil utiliza vídeos da agressão ao torcedor cruzeirense captadas por câmeras próximas à casa de eventos Chevrolet Hall, à Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região da Savassi.
As imagens, que servem de complemento aos depoimentos e ajudaram a Polícia Civil a chegar aos suspeitos pelo crime, mostram Otávio Fernandes caído ao chão e sendo agredido covardemente, na cabeça e nas costas, pelos torcedores rivais, que utilizaram cavaletes de trânsito e chutes para atingir o cruzeirense.
Por causa dessa morte, as torcidas Galoucura, Máfia Azul e ainda a Pavilhão Independente, também do Cruzeiro, foram suspensas por 120 dias por determinação do Ministério Público de Minas Gerais. A "medida educativa" começou a valer na rodada final do Brasileirão, não apenas nos estádios mineiros, mas também nos outros estados.
As referidas torcidas estão proibidas de entrarem em qualquer estádio em Minas e em outros estados portando bandeiras, instrumentos destinados à bateria ou charanga, e faixas de qualquer natureza que possam identificar a torcida, além do “bandeirão”, de acordo com a portaria do Ministério Público de Minas Gerais.

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