quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2009: Atlético volta a brigar na parte de cima, mas termina o ano com ressaca



Depois de 12 clássicos sem vitória, Galo bate o rival por 3 a 0, no Brasileiro



Ninguém no Brasil fez mais gols que Diego Tardelli em 2009: foram 42



Atlético voltava a brigar pelo título do Brasileirão depois de muito tempo na parte de baixo

Victor Martins - Superesportes
Publicação:30/12/2010 08:00
Atualização:30/12/2010 08:44
A temporada 2009 começa com muita expectativa no Atlético. O primeiro de Alexandre Kalil como presidente do Galo. Com passagens de sucesso no clube, no período em que foi diretor de futebol, ele chegava carregando a esperança da torcida, que sofreu bastante ao longo da década. A primeira providência, ainda em 2008, foi contratar o técnico Emerson Leão.
Em campo, Kalil prometia um novo estilo de contratações. Segundo ele, as barcas não chegariam mais ao clube. Com ele, seria um “iatezinho”. Dentro desta política, ele trouxe reforços importantes, como o pentacampeão Júnior e o atacante Diego Tardelli. Depois de muito tempo o Atlético comprava um jogador relevante. O clube gastou cerca de R$ 2,4 milhões para buscar o atacante no Flamengo.
Com duas semanas de trabalho o Atlético estreava em 2009, numa competição amistosa, no Uruguai. Derrotado pelo Cruzeiro na semifinal, o Galo venceu o Peñarol na disputa do terceiro lugar. Então começou o Estadual e o Galo, apenas de nova derrota para o Cruzeiro, terminou a primeira fase na liderança. Fato que não ocorria desde 2004.
A mudança na administração do clube refletia em campo. O Atlético era um clube diferente e o time estava mais confiante. Porém, numa semana desastrosa, o Alvinegro voltou a ser goleado pelo maior rival, novamente na final do Estadual: outro 5 a 0. Três dias depois, pela Copa do Brasil, derrota por 3 a 0 para o Vitória, em Salvador.
Foi então que Kalil surpreendeu e trocou Leão por Celso Roth. Parte da torcida reclamou, já que a primeira passagem do treinador ficou associada aos títulos do Cruzeiro em 2003. O bom trabalho de Roth foi abafado pelo espetacular ano celeste. Porém, agora a situação era outra. A estreia foi diante do Vitória, com uma grande vantagem.
Mas o Atlético mostrou força e conseguiu fazer 3 a 0 no Rubro-Negro. A classificação, porém, parou no goleiro Viáfara. No último minuto ele defendeu uma bola de Diego Tardelli e pegou o pênalti batido por Leandro Almeida. Assim, o Atlético voltava suas atenções exclusivamente no Brasileiro.
A semana inteira de trabalho parecem que fizeram bem ao Galo. Logo o time era o líder da competição e sempre com o apoio da torcida, que lotava o estádio a cada rodada. Foram oito rodadas na liderança, o suficiente para trazer de volta a confiança dos torcedores. Depois de muitos anos o Galo estava no Brasileirão para ser campeão, não apenas para participar.
O ano parecia ideal para os torcedores. Além de ter o time na parte de cima da classificação, o atleticano vibrou muito com o título do Estudiantes na Libertadores, conquistado sobre o Cruzeiro, no Mineirão. No dia seguinte, contra o São Paulo, mais de 50 mil festejaram a derrota do rival e o triunfo sobre o Tricolor.
Confiante no trabalho de Celso Roth e na capacidade do time chegar ao título, Alexandre Kalil reforçou o contestado elenco atleticano. Chegaram o goleiro Carini, titular do Uruguai em Copa do Mundo, o meia Ricardinho, campeão do Mundo com a Seleção, e o atacante Rentería, alvo de gigantes brasileiros.
Mas diferente do que se esperava, o time caiu de rendimento no segundo turno. Na Copa Sul-Americana, cheio de reservas, foi eliminado para o Goiás, depois de empates em 1 a 1. A derrota foi nos pênaltis. Mas mesmo com a campanha irregular no segundo turno, o Atlético chegou nas rodadas finais com chances de título.
Entretanto, tinha um Flamengo no caminho. Assim como nos anos 80, a equipe carioca atrapalhou a vida do Galo. Numa partida que era considerada uma final, o Flamengo venceu por 3 a 1, no Mineirão. Os mais de 60 mil pagantes deixaram o estádio com a certeza que ali tinha ido embora o título.
Restava ao Atlético uma vaga na Libertadores. Bastava vencer duas das quatro partidas. Mas nem isso o time conseguiu. Mais quatro derrotas e um final de campeonato triste, bem longe do que a torcida esperava. Apesar de tudo, estava de volta o Atlético, aquele brigador, e com time para brigar por títulos.
O atacante Diego Tardelli marcou 42 gols, foi o artilheiro do futebol brasileiro na temporada. Ele faturou também as artilharias do Campeonato Mineiro e do Campeonato Brasileiro. Mas a ressaca pelo ano era enorme, ainda mais pelo fato do Cruzeiro ter conseguido a vaga na Libertadores, mesmo estando 17 pontos atrás do Atlético.
Para curar a ressaca, Alexandre Kalil mandou Celso Roth embora e contratou Vanderlei Luxemburgo. Estava chegando o ano que a torcida do Atlético tanto esperava.

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