sábado, 25 de dezembro de 2010

2004: Atlético paga caro por não manter a base e fazer apostas erradas



Atlético venceu o São Caetano e se assegurou na elite do futebol brasileiro



Vários jogadores foram contratados pelo Atlético para a temporada 2004

Victor Martins - Superesportes
Publicação:25/12/2010 08:00
Atualização:25/12/2010 08:47
O sétimo lugar do Campeonato Brasileiro de 2003 soou como fracasso dentro do Atlético. Com o Cruzeiro campeão, todo o trabalho da temporada anterior foi jogado fora. O Galo começou 2004 do zero. Paulo Bonamigo foi o escolhido para comandar o time. Com moral por ter colocado o Coritiba na Libertadores de 2004, ele chegou ao Alvinegro com o status de treinador revelação.
Mas não se impôs e aceitou contratações de baixo nível. O Atlético abria mão de grandes jogadores, como o atacante Guilherme, por exemplo, para apostar em Nilson Sergipano e Márcio Mexerica. Outros tantos, de qualidade abaixo do que se espera de um jogador com a camisa do Atlético, foram trazidos pela diretoria.
O anúncio do ano ruim pela frente ficou claro logo no primeiro amistoso da pré-temporada. O Atlético foi derrotado pelo Botafogo-SP, tanto na partida entre reservas quanto no jogo entre os titulares. No Mineiro, o time também começou questionado. Nas primeiras rodadas, foram empates com Social e Guarani, ambos no Mineirão, e a derrota para o Valério, em Itabira.
Foi então que veio o clássico, num momento de confusão pelo lado celeste. Vanderlei Luxemburgo havia sido demitido naquela semana e junto saiu o meia Rivaldo, em solidariedade ao treinador. Com atuação de gala do meia Tucho, autor de três gols, e o inspirado Alex Mineiro em clássicos, o Galo venceu por 5 a 3. O triunfo teve um gosto especial para a torcida, já que era o primeiro depois da Raposa conquistar o Brasileirão.
Mas o troco foi numa hora que não podia. Com vantagem de dois empates na decisão do Mineiro, o Galo perdeu para o Cruzeiro por 3 a 1, na primeira partida da final. No segundo jogo, o Atlético venceu por 1 a 0, mas não foi o suficiente para tirar o título do rival.
A Copa do Brasil também não estava das melhores. Derrota para a Catuense, na Bahia, por 4 a 2, e virada no Mineirão, por 5 a 1. Mas na fase seguinte a história não se repetiu. O Atlético levou 3 a 0 do Santo André e não reverteu o placar, fez somente 2a 0. A eliminação precoce na competição nacional fez Paulo Bonamigo balançar no cargo.
Mas foi com ele que o Atlético partiu para o Brasileiro. A estreia foi contra o Palmeiras, num empate sem gols. A 14ª colocação depois da primeira rodada foi a melhor do Galo em toda a competição. Depois disso, o time sempre esteve na parte de baixo. Paulo Bonamigo caiu depois de perder para o Criciúma. Chegou então Jair Pircerni, mandado embora ao levar 5 a 0 do Atlético-PR, na Arena da Baixada.
A Sul-Americana também fez parte da temporada alvinegra, mas como no caminho atleticano estava o Goiás, o Galo caiu na primeira fase. Derrota por 4 a 2 no Serra Dourada e empate em 1 a 1 em Belo Horizonte.
Mário Sérgio aprecia como a última solução para evitar o rebaixamento, mas ele também não deu conta do recado. Apelidado de Professor Pardal, ele fez jus ao apelido no Atlético, como no jogo contra o São Paulo, quando entrou com apenas um zagueiro e perdeu por 5 a 0, no Estádio Independência.
Faltavam três rodadas para o final da competição e o Galo estava na 22ª colocação (competição com 24 times) e três pontos atrás do Flamengo, primeiro time fora da zona de rebaixamento. Procópio Cardozo estava de volta e com uma missão bem mais complicada do que em 2003. Mas ele deu conta. Empatou com o Paysandu em 0 a 0, no Ipatingão, e venceu o Grêmio por 1 a 0, em Erechim.
Assim, o Galo dependia apenas de uma vitória, contra o desinteressado São Caetano, no Mineirão, para continuar na Primeira Divisão. E não deu outra. Com dois gols de Alex Mineiro e outro de Wagner, o Atlético fez 3 a 0 para alegria dos quase 50 mil atleticanos no estádio e outros tantos espalhados pelo mundo.
Confira, neste domingo, no Superesportes, a retrospectiva do ano de 2005

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