terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2005: Brigas, greve e elenco rachado resultaram no rebaixamento no Brasileiro



Walker reage a torcedor que tentou agredir Rubens Cardoso, no Rio



Marques retornou para tentar evitar o rebaixamento, mas não conseguiu


Torcedor atleticano chora depois do empate com o Vasco, que confirmou a queda do Galo
Victor Martins - Superesportes
Publicação:26/12/2010 08:00
Atualização:26/12/2010 16:19
O susto de brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2004, fez a diretoria atleticana mudar de postura em 2005. O então presidente Ricardo Guimarães manteve Procópio Cardozo como técnico do time e apostou em jogadores renomados para formar uma grande equipe. Rodrigo Fabri foi mantido, assim como Danrlei. Chegaram Euller, Fábio Júnior, Fábio Baiano entre outros.
Mas no Campeonato Mineiro o time já dava sinais que não teria uma grande temporada. O Alvinegro se classificou apenas no quarto lugar, atrás de Cruzeiro, Ipatinga e URT, respectivamente. O cruzamento colocou o clássico na semifinal e o Galo jogava em desvantagem, por ter campanha pior que a do Cruzeiro.
No primeiro jogo o time celeste aumentou a vantagem, ao vencer por 1 a 0, com gol do atacante Fred. No jogo seguinte, o empate sem gols desclassificou o Galo na final do Estadual, o que não acontecia desde 1997. Então caiu Procópio e chegou Tite. O treinador estava em alta no futebol brasileiro, depois de ficar três anos no Grêmio e fazer um bom Brasileiro de 2004 com o Corinthians.
Mas o time continuava mal e mais uma vez caiu nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Desta vez para o Ceará. Empate em 1 a 1 no Mineirão e derrota por 2 a 0 no Castelão. Sem a Sul-Americana, o Atlético concentrava suas forças apenas no Campeonato Brasileiro. A meta era apagar a péssima imagem deixada no ano anterior.
A estréia, apesar de complicada, foi com goleada. O time alvinegro fez 4 a 1 no Figueirense, mas empatava a partida até os 35 minutos do segundo tempo. O inicio era promissor, mas na segunda rodada as coisas começara a desandar na Cidade do Galo. O Atlético vencia a Ponte Preta, em Campinas, mas Adriano marcou contra nos acréscimos e partida terminou 3 a 3.
Outro gol contra, desta vez na terceira rodada, causou a primeira derrota do time na competição, para o Brasiliense, por 1 a 0, no Mineirão. Com uma série de resultados ruins, na sexta rodada o Galo já estava dentro da zona de rebaixamento, de onde não mais conseguiria sair.
Marques voltou ao Atlético como grande esperança para salvar o time. Na reestreia, contra o São Caetano, ele fez dois gols, mas o Galo perdeu por 3 a 2, no Mineirão, mesmo com quase 40 mil pagantes. O jejum de vitórias foi acabar só na décima rodada, com o 3 a 1 sobre o Flamengo.
Com apenas três vitórias em 16 jogos, Tite pediu demissão depois de novo tropeço, diante do Goiás. Mas o presidente Ricardo Guimarães não aceitou. Na rodada seguinte, empate com o Paysandu, dentro de casa, e aí sim Tite ficou sem emprego. Marco Aurélio foi o substituto escolhido.
Mas o time não reagia em campo. Sob o comando do novo treinador, o Atlético venceu o Juventude, depois de perder três partidas seguidas. Neste período uma grande confusão entre o volante Walker e um torcedor que invadiu o gramado de São Januário tomou conta do noticiário. O Galo fechou o turno na lanterna, sete pontos atrás do Flamengo, primeiro time fora da zona do rebaixamento.
Depois do triunfo sobre os gaúchos, mais três vitórias seguidas e a sensação de que o time escaparia da queda. A série de quatro triunfos consecutivos foi interrompida pelo Botafogo dentro de casa, no Independência, sem nenhum torcedor, já que o clube estava punido por conta da invasão de campo em São Januário.
Em seguida uma nova reação. Vitória sobre o Santos e empates com os líderes Corinthians e Internacional. Se dentro de campo o time mostrava vontade de não cair, fora dele a diretoria não dava condição. O atraso dos salários fez com o que os jogadores do Galo entrassem em greve e ficassem um dia sem treinar.
Depois disso foram seis jogos, com somente uma vitória e cinco derrotas. O resultado foi o retorno à lanterna da competição e a queda do técnico Marco Aurélio, na partida que está marcada na história do clube. Contra o Fortaleza, no Mineirão, o Galo fez 2 a 0, mas permitiu a virada do time cearense.
Faltavam oito jogos e o Atlético tinha de fazer pelo menos 20 pontos não depender de nenhuma outra equipe. Então, a conta era seguinte: sete vitórias e uma derrota, ou seis vitórias e dois empates. O escolhido para comandar o time nesta difícil tarefa foi Lori Sandri.
Estreia com derrota para o Palmeiras fazia o time precisar de 100% de aproveitamento na reta final. Mas em seguida um empate em 2 a 2 com o São Paulo, no Morumbi, e derrota por 2 a 1 para o Goiás, no Mineirão. Com poucos esperanças de permanecer na Série A, o Atlético afastou os medalhões e apostava na garotada da base e num milagre para não cair. Euller e Marques foram os únicos que se salvaram.
Os resultados o time conseguiu, fez 13 pontos em 15 possíveis, mas insuficientes para evitarem a queda. Assim, a tarde de 27 de novembro de 2005 está na história do Atlético como o pior momento do clube, rebaixado à Série B, depois de empatar sem gols com o Vasco. O ano foi fechado com o triunfo sobre o Juventude, mas não capaz de mudar a campanha da temporada. Com apenas 43% de aproveitamento, o Atlético fechava o seu pior ano da década.
Confira, nesta segunda, a retrospectiva de 2006 no Superesportes

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