terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Renan Oliveira faz planos para 2011 no Atlético-MG


Renan Oliveira terminou 2010 em alta e quer crescer ainda mais de produção em 2011 - (Crédito: Ramon Bitencourt)

Meia fala ao LANCE!NET sobre o ano de 2010, o momento difícil na saída para o Vitória e os planos para a temporada 2011
Publicada em 26/12/2010 às 12:41
Belo Horizonte
Renan Oliveira traçou planos ambiciosos para 2010. Ele esperava que esse ano fosse o seu melhor desde que subiu para o profissional do Atlético-MG em 2008. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram.
O então técnico do Galo, Vanderlei Luxemburgo, o liberou no mês de maio para que fosse emprestado ao Vitória e nos quatro meses em trabalhou em Salvador, quase não teve oportunidades de mostrar seu futebol.
Mas sair do clube mineiro pode ter sido o que faltava para que o jovem talentoso pudesse deslanchar na carreira e deixasse de ser apenas uma promessa para se tornar, enfim, uma realidade.
Com a chegada de Dorival Júnior, veio o pedido para que Renan retornasse para a Cidade do Galo. Ele entrou no time na reta final, num momento delicado, mas foi peça importante na recuperação atleticana.
Na próxima quarta-feira (29/12) o camisa 10 que colocou Paulo Henrique Ganso no banco de reservas na Seleção de base completará 21 anos e quer seguir o caminho do meia santista. Para isso, conta com a ajuda de Dorival, treinador que fez com que Ganso decolasse em 2010.
Confira abaixo a entrevista concedida por Renan Oliveira ao LANCE!NET:
FELIPE RIBEIRO: Como você avalia a temporada de 2010?
RENAN OLIVEIRA: Quando o ano começou, eu tinha a expectativa de que seria a minha melhor temporada pelo Atlético. Começou muito bom, fiz jogos em sequência como titular, mas infelizmente depois as coisas acabaram não dando certo e eu saí para o Vitória. Não era a minha vontade, mas foi um grande aprendizado, eu cresci bastante e valorizei mais as coisas. Meu retorno para o Atlético foi um grande presente. Eu estava longe, mas queria ajudar e pude participar ativamente da reta final do Brasileirão. Foi um ano para aprender muito. Eu sempre tinha o sonho de trabalhar com um treinador top de linha como o Luxemburgo, esperava muito por isso, não foi como eu queria, me deixou para baixo, mas valeu a pena. Eu esperava ser titular com ele. Acho que as coisas boas que eu fiz foram esquecidas por dois ou três jogos que fui mal. Mas não fica nenhuma mágoa. Depois tive a oportunidade de trabalhar com Dorival e ele foi muito bom para mim, me passou confiança e consegui corresponder às expectativas dele, que pediu meu retorno.
FR: Qual a avaliação que você faz da experiência no Vitória? Por que você jogou pouco lá?
RO: No começo, em todos os jogos eu estava entrando bem. Fiz até um gol na goleada em cima do Bahia pelo placar de 5 a 1. Depois passei a não ir mais para os jogos, ser cortado da concentração e a própria torcida não entendia. Os torcedores me perguntavam o motivo de eu não estar jogando, cobravam minha entrada, mas não foi como eu queria. De qualquer maneira, foi uma oportunidade que me fez amadurecer muito. Foi uma etapa de crescimento que fez com que eu voltasse fortalecido para o Atlético, focado nos meus objetivos e acabou sendo positivo.
FR: Como foi morar em outro estado pela primeira vez?
RO: A cidade de Salvador é muito bacana, o pessoal é muito receptivo, alegre, fanáticos pelos seus clubes e gostei de ter morado lá. O grande problema foi não ter jogado mesmo. Não foi como eu esperava em termos de futebol. Mas foi uma experiência de vida muito boa.
FR: Qual foi a sua ração ao saber da notícia que o Galo queria sua volta?
RO: Foi uma surpresa para mim. Eu estava com outras propostas, praticamente acertado com o América para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro, quando o Maluf (Eduardo, diretor de futebol do Atlético) me ligou e pediu para que eu retornasse porque o Dorival Júnior queria contar comigo. Nem pensei direito e encarei como um presente. Eu estava de longe, vendo a situação ruim que o Galo passava no Brasileirão e não podia fazer nada para ajudar. Foi uma volta muito boa, o professor Dorival me passou confiança, me deu sequência de jogo e pude corresponder em campo.
FR: O torcedor até brinca que você voltou mais raçudo, dando carrinho, levando até cartão amarelo...
RO: É verdade. Foi uma experiência muito boa e como disse, valorizo mais as coisas agora, estou mais focado e sei que preciso estar sempre determinado. O torcedor sempre me cobrava mais raça, entrega dentro de campo e vontade, porque confiava na minha capacidade técnica. Hoje, entendi que meias e atacantes têm de defender também, participar mais do jogo e a tendência é só melhorar.
FR: Você foi o jogador que colocou Paulo Henrique Ganso no banco na Seleção de base. Espera se firmar na carreira como ele?
RO: É verdade. Os meias da Seleção eram o Douglas Costa, que era do Grêmio e hoje está jogando no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e eu. O Ganso era reserva, mas sempre teve uma qualidade muito grande. Ele sempre teve muito talento. Eu vou procurar seguir os passos dele porque também tenho qualidade para fazer o que ele faz. Ele sempre foi muito concentrado e é isso que estou fazendo agora.
FR: E o treinador que deu moral ao Ganso agora é seu treinador...
RO: Agora eu entendo porque ele estava jogando tanta bola. Trabalhar com o Dorival Júnior é muito bom, porque ele é um treinador que dá muita confiança para os seus jogadores. Ganso aproveitou muito bem o período em que esteve com ele e agora é a minha vez de tirar proveito de um treinador como Dorival.
FR: O fato de na sua volta a responsabilidade maior não ser sua como em outras épocas, ajudou a melhorar o seu rendimento?
RO: Com certeza. Eu estava num grupo qualificado, cheio de jogadores decisivos e pude dividir a responsabilidade com eles. Em cada jogo, um decidia, diferentemente de antes, quando eu tinha de decidir sozinho. O pessoal me recebeu muito bem, com uma alegria enorme e até a estrutura melhorou. Em quatro meses fora, quando voltei, vi que a Cidade do Galo tinha melhorado ainda mais.
FR: Você passou de meia a terceiro homem do meio de campo. Isso te ajudou?
RO: Ajudou muito. Acho que o professor Dorival Júnior achou a posição que eu posso render mais. É muito mérito dele. Eu sempre vendo o jogo de frente, organizando as jogadas por trás do meia e tenho liberdade para chegar ao gol. Eu até brinco que nem queria que o Brasileirão tivesse acabado agora, porque eu estava numa sequência muito boa e evoluindo a cada partida.
FR: Nesta função, você tem um mestre no grupo que é o Ricardinho. Como é o convívio com ele?
RO: Ricardinho é uma pessoa espetacular. Ele sempre me cobrava nos treinamentos para que eu chegasse mais ao ataque para finalizar e marcar os gols. E quando eu consigo marcar os gols nas partidas, eu sempre corro para abraçá-lo e dizer que ele tinha razão. Tenho aprendido muito com ele. É um cara muito bom de grupo, que mesmo quando não está jogando, sempre nos incentiva e orienta.
FR: A temporada do Galo terminou com você sendo o garçom com dez assistências. Tem trabalhado mais esse aspecto?
RO: Tenho trabalhado, sim. É muito importante aquele último passe para colocar os companheiros na cara do gol. É uma responsabilidade grande e tem de ser um momento de perfeição. O grupo tem muita qualidade e aos poucos fui pegando o jeito que cada atacante gosta de receber a bola.
FR: O que você ainda acha que precisa melhorar?
RO: Todo mundo, em qualquer coisa da vida, tem sempre de melhorar e comigo não é diferente. Estarei sempre trabalhando no dia a dia para evoluir e preciso estar provando meu valor a cada dia, até para mim mesmo. Mas uma coisa que sempre tento aperfeiçoar é a finalização, já que sempre foi uma dificuldade. Mas nesse ano acho que já evolui um pouco. Também busco melhorar a parte física.
FR: Você falou em evolução física e é nítido que você está mais forte do que quando começou. Como foi esse trabalho?
RO: Foi um trabalho muito bem feito pela comissão técnica. Fisiologia, nutrição, enfim, todos trabalharam muito para me ajudar. Quando eu subi para o profissional em 2008, eu tinha 18 anos e 69 quilos. Agora estou perto de fazer 21 e já estou pesando 78 quilos, num trabalho de ganho de massa muscular. Até tive de comprar roupas novas (risos).
FR: O que você espera da temporada 2011?
RO: Espero que o Atlético seja muito feliz. Está sendo mantida uma base, reforços de qualidade estão chegando e com isso o time só tem a ganhar. Dorival vai ter uma boa dor de cabeça para montar a equipe. Eu estou confiante para a próxima temporada. Espero ter sequência, confiança e continuar correspondendo. Tenho o sonho de chegar à Seleção principal, depois de ter feito carreira na de base. Estarei ligado na Seleção Olímpica também, pois ainda sou novo.

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