L! OPINA: A quem interessa a desunião dos clubes

LANCEPRESS!
Publicada em 22/02/2011 às 08:38
Os méritos da conquista do Flamengo em 1987 são inquestionáveis. Desde sempre este LANCE! defendeu a legitimidade do título, amparado em critérios estritamente esportivos: a Copa União representava a primeira divisão do nosso Fut e o regulamento foi mudado com a competição já em curso, inventando o cruzamento entre módulos.
A resistência da CBF durante anos em aceitar essa realidade, bem como a intempestiva decisão de segunda-feira têm um ponto em comum: não seguem critérios técnicos, não foram resultados de um debate sério. Ao contrário, foram medidas autocráticas, sem transparência, como é de praxe na gestão de Ricardo Teixeira.
Numa postura como noutra, há claros interesses políticos. As decisões dos últimos meses, reconhecendo títulos anteriores ao Campeonato Brasileiro, entregando ao São Paulo a Taça das Bolinhas e, agora, dividindo o título de 87 entre Flamengo e Sport estão contaminadas por um poder autoritário de quem se julga dono do futebol brasileiro.
E que não engoliu uma eleição em que seu candidato foi derrotado no Clube dos 13.
Não dá para reconhecer pura e simplesmente o ranking da CBF.
Teixeira, com seu jogo de títulos, aposta no racha. Manobra contra uma entidade forte na representação dos clubes, a formação de uma liga independente. E isso é ainda mais grave quando ocorre às vésperas da mais importante negociação de direitos da história do fut brasileiro. Quando decisão do Cade extinguiu o direito de preferência e recomendou a negociação das diversas mídias em separado.
A quem interessa provocar ressentimentos, rusgas como definiu a presidente Patricia Amorim? Ao conjunto de nossos clubes, certamente não é.