Gustavo Andrade
Em Belo Horizonte
Com a unificação dos títulos brasileiros entre 1959 e 1970 ratificada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Cruzeiro passou a ser oficialmente bicampeão brasileiro. O clube celeste viu ainda seu arquirrival Atlético-MG perder a condição de primeiro campeão nacional, com o Campeonato Brasileiro de 1971. O diretor de futebol cruzeirense, Dimas Fonseca, entretanto, evitou provocar os atleticanos.
“Não diria por esse lado, porque o esforço para se ganhar o título independe de ser o primeiro ou o último campeão brasileiro. Nós não podemos deixar de reconhecer os valores do Atlético naquela oportunidade, quando se sagrou campeão brasileiro. É importante esse reconhecimento”, afirmou o dirigente.
Dimas Fonseca destacou que a unificação de títulos anteriores a 1971 dá a Minas Gerais três conquistas nacionais. “A rivalidade nessa hora acho que o correto seria ela ficar à parte. Prefiro dizer que é uma valorização maior ainda do futebol brasileiro e, muito especificamente, do futebol mineiro. Hoje não só ter Atlético e Cruzeiro como campeões, mas são também três títulos para o estado”, ressaltou.
Com a unificação da Taça Brasil, do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e da Taça de Prata, o primeiro Campeonato Brasileiro passa a ser o de 1959, conquistado pelo Bahia. O Cruzeiro contabiliza agora as conquistas de 2003 e de 1966, antiga Taça Brasil.
Para Dimas Fonseca, a unificação de títulos nacionais é uma forma de valorização aos jogadores que defenderam a seleção brasileira nas conquistas da Copa do Mundo em 1958, 1962 e 1970.
“Mais do que justo. É um reconhecimento que Cruzeiro, Bahia, Fluminense, Botafogo, Palmeiras e Santos aguardavam por muito tempo, haja vista que todos esses times tiveram jogadores da mais alta importância do futebol brasileiro na conquista dos títulos do tricampeonato mundial, em 1958, 1962 e 1970, e não eram reconhecidos como campeões brasileiros”, ressaltou.
O diretor de futebol do Cruzeiro destacou ainda que os campeões nacionais entre 1959 e 1970 representaram o Brasil na Copa Libertadores dos anos seguintes. “A representatividade que o futebol brasileiro teve nas Copas Libertadores desde aquela época foi pelos clubes que eram campeões brasileiros. Só faltava o reconhecimento, isso veio e estamos muito felizes”, observou.
O reconhecimento dos títulos nacionais ocorreu após entrega de um dossiê à CBF elaborado pelos clubes que conquistaram os torneios entre 1959 e 1970. Dimas Fonseca ressaltou que o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, havia se manifestado favorável à homologação.
“Ele também entendia que era mais do que justa a reivindicação, só que isso, oficialmente, nunca tinha sido feito à CBF. Quando nós entregamos um documento muito bem-feito e elaborado por esses clubes, não tive dúvida nenhuma de que o reconhecimento viria”, salientou.
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