sábado, 4 de dezembro de 2010

Como fugir da armadilha

Todos no Galo só pensam em vencer o Goiás, amanhã, garantindo a permanência na elite, ano que vem. Mas a preocupação maior é não deixar que a ansiedade leve ao nervosismo
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:27/11/2010 07:00
O Atlético entrará em campo amanhã, às 17h, em Sete Lagoas, para enfrentar o Goiás, mas durante toda a semana tem lutado para superar outro adversário: a ansiedade. Todos no clube alvinegro só falam e pensam em vencer a partida, garantindo a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. Se isso mostra que a equipe está mobilizada pelo objetivo, também pode levar ao nervosismo quando a bola começar a rolar, criando uma perigosa armadilha.
Caso tropece diante do time goiano, o Galo decidirá a vaga na última rodada, quando jogará contra o São Paulo, no Morumbi. A sorte é que o time paulista não tem mais ambições na competição, mas o melhor mesmo é antecipar a solução do problema, evitando contornos dramáticos ao fim de competição tão desgastante.
O técnico Dorival Júnior sabe disso e considera natural que haja vontade de definir logo a situação. Mas alerta seus comandados para os riscos que o jogo de amanhã poderá representar. “Desde terça-feira, só falamos nesta partida, no que ela representa, na ansiedade que tem gerado. É um jogo perigoso, no qual temos de redobrar nossa atenção”, afirmou o treinador.
Para que tudo saia como o desejado, ele tem reservado tempo para conversar com os atletas. Nessas ocasiões, sempre pede que eles se lembrem de tudo o que passaram desde o início do Brasileiro – foram 26 rodadas na zona de rebaixamento, o que pôs em xeque a qualidade de todos que vestiram a camisa alvinegra. “Todos sabem que o momento é de decisão e têm de estar preparados para isso”, disse.
Os jogadores demonstram ter assimilado as palavras do comandante e mostram estar bastante atentos a tudo que envolve o jogo com o Goiás. Até sacrifício alguns prometem fazer, como o zagueiro Réver e o goleiro Renan Ribeiro, que tratam de um estiramento na coxa esquerda e de uma torção no tornozelo esquerdo, respectivamente.
Para o goleiro, é hora de passar sobre as dificuldades para ajudar o Galo a triunfar. “Vai dar para jogar, sim. O que pode ser feito está sendo feito desde que me machuquei e venho fazendo tratamento intensivo, em três períodos. Estou me doando ao máximo para estar bem na hora do jogo”, afirmou Renan Ribeiro, que se contundiu durante uma atividade recreativa, na tarde de terça-feira.
Ele aproveitou para agradecer aos fisioterapeutas do Atlético, Guilherme Fialho e Rômulo Frank, que não mediram esforços para auxiliá-lo a retornar o mais rapidamente possível às atividades. Ontem, ele treinou separado do grupo e deve voltar a se exercitar hoje para garantir a escalação. “Se não fossem eles, ficando aqui comigo das 7h às 22h30, eu não teria condições de jogar. Agradeço muito aos dois.”
Segundo o jogador, o momento é mesmo de todos se esforçarem. “Passamos muitas rodadas na zona de rebaixamento, fomos criticados, mas agora só dependemos de nós mesmos para sair dessa situação definitivamente. Vamos buscar essa vitória para, finalmente, podermos respirar aliviados”, declarou o goleiro.
A preparação para pegar o Goiás será encerrada hoje pela manhãg, quando Dorival Júnior comandará mais uma atividade na Cidade do Galo. Ontem, por causa da forte chuva em Vespasiano, os jogadores ficaram pouco tempo no gramado, complementando o trabalho na sala de musculação.
Julgamento Ontem, o presidente Alexandre Kalil foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a pagar multa de R$ 1 mil por ofensas ao árbitro Evandro Rogério Roman. Depois da derrota por 2 a 0 para o Botafogo, o dirigente atleticano, segundo relato da súmula, xingou o paranaense de “mal-intencionado” e disse que ele não iria mais apitar jogos do clube. Por outro lado, escapou de ser suspenso.
Também ontem, o STJD absolveu o Galo da acusação de “deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária e assegurar plena garantia e segurança para sua realização”, denúncia oferecida após Roman relatar que a Arena do Jacaré não tem condições ideais no vestiário do árbitro. A pena iria de multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além de interdição do local.
Os jogadores mostraram-se solidários com as vítimas das chuvas no estado e doaram, ontem, 1,7 mil cestas básicas para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.

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