Galo investiu 27 milhões de reais em atletas que já saíram ou estão na reserva

Contratados a peso de ouro, alguns jogadores atleticanos amargam a condição de reserva
Atlético vive fantasma do rebaixamento após reformular o elenco no meio do Nacional
Luiz Martini - Superesportes
Publicação:30/09/2011 14:16
Atualização:30/09/2011 15:32
A falta de resultados dentro do campo culminou em muitas modificações no elenco do Atlético durante a temporada 2011. O time que se safou do rebaixamento na última edição do Brasileiro começou o ano depositando as fichas na manutenção de Dorival Júnior e na dupla Diego Tardelli e Obina, mas negociou os atacantes e demitiu o técnico no decorrer do Brasileirão’2011. As contratações também ocorreram em demasia e nomes que vieram como soluções por causa do alto investimento, caso de Guilherme, Richarlyson, Dudu Cearense, André, Patric e Guilherme Santos, acabaram afastados ou amargando a reserva nesta reta final do nacional. Também há os casos de jogadores menos consagrados, mas que tiveram parte dos direitos comprados pelo Alvinegro, como Toró, Jonatas Obina, Gilberto e Wesley. Ao todo, o clube investiu R$ 27,7 milhões de reais em contratações que ainda não corresponderam ou já deixaram o time.
Depois de fracassar no Mineiro, na Copa do Brasil e na Sul-Americana, o Galo luta novamente contra o drama do descenso. Dorival foi embora no meio da disputa e Cuca assumiu o barco para tentar livrar a equipe da degola. A sina de isolamento dos atletas contratados a peso de ouro teve início sob o comando do paranaense no Atlético. Cuca optou por não trabalhar com Patric e Guilherme Santos e colocou Richarlyson, Dudu Cearense, André e Guilherme entre os reservas. Apesar dos dois últimos também conviverem com uma série de lesões no decorrer da competição.
Entenda as contratações
O primeiro reforço do Galo para 2011 foi Patric. Com um problema crônico na lateral-direita, o clube apostou que o ex-jogador do Cruzeiro, com passagem apagada na Toca em 2008, e que havia feito um bom Brasileiro’2010 pelo Avaí, seria a solução para resolver a crise na lateral. O Galo desembolsou algo em torno de R$ 2,2 milhões, para comprar metade dos direitos federativos do atleta, que eram vinculados ao Benfica, de Portugal.
Apresentado ao lado de Toró e Wesley, a polivalência do volante Richarlyson, que também atua na lateral-esquerda e na zaga, foi valorizada pelo Atlético. Apenas no jogador de 27 anos, o Galo investiu aproximadamente R$ 1,5 milhão de reais. Os outros dois custaram juntos R$ 1.250,00 aos cofres atleticanos. Embora tenha perdido a condição de titular há poucas rodadas, Richarlyson teve uma grande sequência de jogos e não conseguiu cair nas graças da torcida. O atacante Jonatas Obina e o volante Gilberto também engrossam a lista de atletas que foram comprados, mas que não corresponderam e foram para a reserva. Depois de ser artilheiro do América-TO, Obina foi adquirido por R$ 500 mil reais. Já Gilberto veio por empréstimo até o fim do ano por R$ 200 mil reais e com passe estipulado em um R$ 1 milhão de reais.
Guilherme Santos é outro que veio para consertar outro problema grave: a lateral esquerda. O jogador foi contratado por R$ 680 mil junto ao Almería, da Espanha, além do clube ceder os 10% restantes dos direitos que detinha sobre o goleiro Diego Alves, que atualmente é destaque do Valência. Quando estreou no Mineiro, o lateral demonstrou que valeria o investimento e seria o fim do trauma na esquerda. Mas o jogador se envolveu em polêmicas com os torcedores, caiu de rendimento e treina à parte na Cidade do Galo.
Embora tenha se esforçado para dar um belo presente de aniversário para a torcida com a contratação do atacante Guilherme, o presidente Alexandre Kalil ainda não viu o retorno esperado pela chegada do jogador. Guilherme foi anunciado pelo Alvinegro no dia 25 de março, e se tornou a quarta contratação mais cara do futebol brasileiro, cerca de R$ 14 milhões de reais. Só que o valor não foi pago integralmente pelo Atlético. O clube ficou responsável por 60%, enquanto o BMG ficou com 25% e a Traffic com 15%. A direção atleticana só não confirmou se a quantia foi à vista ou parcelada.
Depois do imbróglio que determinou a saída de Zé Luís e Ricardinho, no meio da temporada, o Atlético repatriou o volante Dudu Cearense. Especula-se que o valor investido no atleta, que veio do Olympiacos, da Grécia, foi de R$ 2,5 milhões de reais. Com isso, o time teria adquirido 70% dos direitos do volante. Dudu chegou a ser titular no meio-campo, mas o excesso de lesões fez com que ele parasse na reserva e perdesse espaço para Fillipe Soutto e Pierre.
O atacante André foi o último dos reforços considerados de peso a desembarcar em Belo Horizonte. Destaque do Santos na conquista da Copa do Brasil'2010, o artilheiro que atuou ao lado de Neymar e Ganso foi para o exterior e amargou passagens frustradas por Dínamo de Kiev e Bordeaux. O cartão de visitas do atacante encheu o torcedor de esperança. O candidato a ídolo marcou de cabeça o gol da vitória contra o Fluminense e deixou a impressão que a ausência de Tardelli e Obina ficaria no passado. Depois disso, ele viveu altos e baixos no time, além de uma contusão no duelo ante o São Paulo, e foi parar na reserva de Magno Alves e Neto Berola. Para ter o empréstimo de André por um ano, o Galo pagou cerca de R$ 4,9 milhões e ficou com 20% dos direitos do goleador.