quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nova chance a um campeão

O volante Dudu Cearense, que não foi feliz nas duas partidas nas quais entrou como titular, volta ao Galo contra o Santos, sábado
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:13/07/2011 07:00
Ele tem um currículo recheado de títulos expressivos, incluindo o da Copa América de 2004 com a Seleção Brasileira. Foi campeão na maioria dos clubes que defendeu. Só não levantou a taça quando vestia as cores do francês Rennes. No Atlético, no entanto, o volante Dudu Cearense ainda não mostrou o mesmo brilho que o fez campeão russo e grego. O jogador teve cinco oportunidades este ano, sendo titular em duas – nas goleadas para Flamengo (4 a 1) e Internacional (4 a 0). Teve desempenho questionado e bastante criticado pelos torcedores. Acabou perdendo a vaga. Terá, no entanto, nova chance com a camisa alvinegra diante do Santos, sábado, às 21h, na Vila Belmiro.
Ele entrará no lugar de Richarlyson, que cumprirá suspensão por causa do terceiro cartão amarelo. Exercerá contra o Peixe a função de terceiro zagueiro, como fez o companheiro no triunfo por 2 a 0 sobre o América na rodada passada. Só que jogará pelo lado direito, ajudando o lateral Patric na marcação, além de dar mais qualidade à saída de bola atleticana.
Dudu espera melhor desempenho diante do Santos e admite dificuldades de readaptação ao futebol do país. Foram sete anos na Europa, nos quais passou por diferentes escolas. Mas nenhum dos campeonatos nacionais que jogou é tão intenso quanto o Brasileiro. “Campo, adaptação, ritmo de jogo, que aqui é muito forte, é como uma máquina. Se um não ajudar o outro, será sempre complicado. Quando se está bem fisicamente, fica mais fácil. Eu senti isso muito dentro de campo, ia atacar e quando voltava sentia a perna pesada. Vi que os outros estão muito acima de mim e preciso melhorar, mas com calma, tranquilidade, sem me machucar, dando um passo de cada vez, vou poder evoluir sempre.”
Assim como os torcedores, Dudu Cearense assegura sentir um incômodo com a própria situação. “Estou totalmente insatisfeito. Tenho de lutar contra a minha desatenção e a forma física. Falei isso para os meus companheiros. Enfim, se estivesse bem aqui, arrebentando, ia me cobrar do mesmo jeito, porque posso ter uma queda brusca na carreira. Por isso, tenho de manter nível.”
O triunfo sobre o Coelho diminuiu a pressão e aliviou, sobretudo, a tensão na Cidade do Galo. Nada mais que isso, segundo o volante. “Melhorou o nosso astral, mas a cobrança tem de ser a mesma. Temos de cobrar melhor atitude. Se estivéssemos no topo, a cobrança seria a mesma, vencendo ou não, temos de nos cobrar. Temos de jogar cada partida como se fosse a última.”
PERIGO MAIOR O confronto com o Santos não será dos mais fáceis. O alvinegro praiano vem de derrota por 3 a 0 no clássico com o Palmeiras e ainda pode ter de volta Neymar, Paulo Henrique Ganso e Elano se a Seleção Brasileira for eliminada na Copa América, hoje (joga contra o Equador). Os atleticanos, por outro lado, não estão preocupados. Para eles, com ou sem os três santistas que defendem a equipe canarinha, jogar contra o adversário é sempre difícil. “Não estou pensando em enfrentar Neymar e Ganso. Sem eles, o Santos pode ser até mais perigoso, porque quem está lá quer mostrar trabalho”, acrescenta Cearense.
Patric reforça o discurso do companheiro e destaca a qualidade do técnico Muricy Ramalho. “O Muricy não brinca em serviço. A gente tem sempre que enfrentar todos os jogadores da mesma maneira. Lógico que Neymar e Ganso fazem a diferença. Mas temos de nos preocupar e respeitar os jogadores que estão lá.”

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