sábado, 23 de julho de 2011

2 filhos de Lela

Richarlyson e Alecsandro deixam em aperto o pai, que foi ídolo do Coritiba. Ele tem de escolher para que time torcer, domingo: se o Galo, do primeiro, ou o Vasco, do segundo
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:22/07/2011 07:00
Atlético x Vasco, domingo, no Ipatingão, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, marcará mais um duelo entre os irmãos Richarlyson e Alecsandro. No mano a mano, será a oitava vez em que os representantes da família Filisbino se enfrentarão, com ampla vantagem do atleticano, que venceu seis dos confrontos contra o vascaíno e empatou o outro. O embate, para os jogadores, já é coisa corriqueira. Nada que os surpreenda mais. Mas se para eles faz parte da rotina, para o pai, Lela, é quase um calvário.
Lela é ex-jogador, bem conhece as alegrias e angústias da profissão. Mas, quando o assunto é os filhos, ele tem dificuldade para administrar os sentimentos. Sereno e comedido, o ídolo do Coritiba fala dos dois com orgulho e confessa se sentir aflito toda vez que se depara com a situação. “A gente fica dividido, acho que deve ser assim em qualquer família que tenha dois atletas do mesmo esporte. Então, nos resta torcer sempre para os dois jogarem bem. Infelizmente, a vitória de um é a tristeza do outro. Enquanto um comemora, o outro entristece.”
A rotina da família Filisbino tem sido essa. Afinal, Richarlyson e Alecsandro nunca jogaram juntos. Ambos começaram no Vitória da Bahia, mas em categorias diferentes. Depois, cada um seguiu seu caminho. “Eles passaram numa peneira aqui, em Bauru mesmo, e foram para Salvador. O Alecsandro é quase dois anos mais velho e foi para uma categoria acima”, conta Lela, que não pôde acompanhá-los porque ainda não havia pendurado as chuteiras.
No domingo, ele não sabe para quem torcer. Mas confessa que seria melhor mais um triunfo do caçula, uma vez que o Atlético vive pior momento no Brasileiro. “Fico feliz porque os dois estão em grandes clubes e torço pelo sucesso deles. Que eles continuem assim, trabalhando. Tenho dois filhos maravilhosos que seguiram a carreira do pai, mas em termos de tabela vitória do Atlético seria melhor para a situação não ficar ruim.”
O volante Richarlyson pensa como o pai e espera vencer o irmão mais velho novamente. E, mesmo achando a situação coincidência da profissão, aproveita para tirar sarro de Alecsandro. “Teve empate? Não me lembro. Ah, é! Foi mesmo. Quando ele estava no Cruzeiro eu ganhei e depois ele foi para o Internacional e ele empatou”, brincou.
Também brincalhão, o atacante Alecsandro diz que não gosta de jogar contra Richarlyson nem mesmo nas peladas da família, quando estão em férias em Bauru. “Jogo afastado dele sempre, porque nem na pelada ele alivia.”
E é bom o atacante se preocupar, pois o volante, de volta ao Galo depois de cumprir suspensão por acúmulo de cartões na rodada passada, vai ficar na cola dele. Ricky promete não dar brechas para Alecsandro, pois sabe que se isso ocorrer, o irmão não vai perdoar. “Foi justamente assim no único empate entre nós. Nas minhas costas, ele marcou os dois gols do Internacional no 2 a 2 com o São Paulo”, recorda o volante, atentando também para o ex-atleticano Éder Luís. “Até porque, o Éder é o único desafogo da equipe do Vasco e meu irmão joga muito em função dele.”
Com o retorno de Richarlyson, o técnico Dorival Júnior vai apostar no time que venceu o clássico com o América por 2 a 0. O volante jogará mais recuado, como um terceiro zagueiro.
SILÊNCIO Ricardo Bueno não quis se pronunciar ontem sobre o processo que move contra o Atlético na Justiça Trabalhista. Conforme antecipou o Portal Superesportes na quarta-feira e o Estado de Minas publicou, o atacante pleiteia a rescisão indireta do contrato e verbas trabalhistas – mais de R$ 600 mil –, além de indenização por danos morais. Pelo Twitter, o empresário e advogado de Bueno, Marcelo Robalinho, afirmou que o jogador apenas seguiu as suas orientações. O clube também só vai se pronunciar judicialmente.

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