quinta-feira, 21 de julho de 2011

Bagagem cheia de gols

André é apresentado e pode até estrear, domingo, diante do Vasco. E como não marca há mais de um ano, chega com expectativa de deslanchar de vez vestindo a camisa alvinegra
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:21/07/2011 07:00
Se depender da vontade, ele está pronto para vestir oficialmente a camisa atleticana. Depois de fazer exames médicos pela manhã, o atacante André foi apresentado no início da noite de ontem, na Cidade do Galo, e mostrou muita disposição. Sobretudo porque não marca gols há 13 meses, desde que trocou o Santos pelo Dínamo de Kiev, um fardo pesado para um jogador da posição. “Por mim, eu jogaria no fim de semana, pois estou louco para isso. Para quem é atacante, a pior coisa do mundo é não balançar as redes. E também não estar jogando. A vontade de voltar a jogar e fazer gol é absurda”, disse André, referindo-se ao confronto de domingo, contra o Vasco, no Ipatingão, no Vale do Aço.
A escalação do jogador, no entanto, dependerá da vontade do técnico Dorival Júnior, com o qual foi campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista. Ele estava em pré-temporada na Ucrânia e vem em boas condições físicas. A documentação do ex-menino da Vila já foi encaminhada para a CBF. Os dois títulos sob o comando de Dorival no ano passado, porém, não diminuem a desconfiança do torcedor atleticano, que, afinal, considera a passagem frustrada do jogador pela Europa.
Sem chances no clube ucraniano, pelo qual jogou nove partidas, acabou emprestado para o francês Bordeaux, onde atuou 12 vezes e também não se firmou. Ele conta que a frieza dos europeus e a língua foram os principais obstáculos. “A cultura deles é muito diferente, é um povo fechado, muito diferente do brasileiro. Saí de um grupo muito brincalhão e caí em um extremamente frio. Mas não me arrependo de ter saído do Brasil. Tudo na vida tem um propósito.”
André está certo de que no Galo reencontrará a alegria de jogar futebol. Principalmente porque será novamente comandado por Dorival Júnior, a quem credita a convocação para a Seleção Brasileira que enfrentou os Estados Unidos em amistoso em agosto do ano passado. “O Dorival é como um pai. É um prazer voltar a trabalhar com ele, que foi quem me deu a oportunidade de jogar no Santos. Agradeço a ele por ter ido à Seleção. Espero que isso aconteça de novo.”
O atacante chega em momento delicado do Galo no Campeonato Brasileiro. Com cinco derrotas em 10 rodadas, o alvinegro flerta com a zona de rebaixamento. Mas o jogador não foge da responsabilidade. “Tudo é uma questão de tempo. Infelizmente, o grupo ainda não engrenou, mas se vencer duas seguidas, isso vai ocorrer. O time é bom e estou preparado. Vou dar alegria para o torcedor do Atlético”, assegura.
O Atlético pagou 2,2 milhões de euros (R$ 4,9 milhões) por 20% dos direitos econômicos do jogador, que assinou contrato de um ano. Ao fim do compromisso, o clube mineiro terá prioridade na compra do restante (o valor não foi divulgado), mais vínculo de quatro anos com o ex-santista, segundo o diretor de futebol Eduardo Maluf.
NÃO COMPENSA O Galo procura ainda por um armador e um lateral-direito. A contratação do armador Jadson, do Shaktar Donetsk, foi inviabilizada pelo valor do negócio (R$ 18milhões). Não compensaria para o clube investir tão alto num jogador de 27 anos, conforme o dirigente alvinegro.

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