Promotor admite extinção de torcidas se conflito em BH tiver sido combinado 29/11/2010 - 19h01

Gustavo Andrade
Em Belo HorizDepois de mais um conflito entre torcedores causar a morte de uma pessoa na capital mineira, a nona nos últimos seis anos, o promotor do Ministério Público Estadual José Antônio Baeta admitiu a possibilidade de as torcidas organizadas Máfia Azul, do Cruzeiro, e Galoucura, do Atlético-MG, serem extintas.
A medida considerada “extremada” pelo promotor pode ser tomada caso haja averiguação pelo MPE de que as torcidas organizadas tenham combinado o conflito da noite do último sábado, que resultou na morte de Otávio Fernandes, de 19 anos.
Antes de tomar qualquer medida, o MPE espera receber relatório circunstancial da Polícia Militar sobre a ocorrência do último sábado. “Vamos analisar a mecânica dos fatos. Caso seja comprovada a participação das torcidas organizadas, elas podem receber suspensão de três meses a três anos. Se for configurada uma combinação para o conflito, pode haver extinção dessas torcidas”, afirmou o promotor, ao UOL Esporte.
Em uma punição mais branda e de caráter educativo, Máfia Azul e Galoucura podem ser proibidas de levar faixas e bandeiras aos estádios. José Antônio Baeta destacou que todas as torcidas organizadas de Minas Gerais já firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com a presença do MPE e comando da polícia, para regulamentar as suas ações. Há também um cadastro dos membros das facções.
A morte de Otávio Fernandes foi a nona ocorrida em conflitos de torcedores em Minas Gerais desde 2004. O rapaz foi agredido por torcedores do Atlético em um conflito entre integrantes das duas maiores torcidas organizadas do clube alvinegro e do Cruzeiro, Galoucura e Máfia Azul. A briga ocorreu durante evento de vale-tudo, o 3º MMA Fight Brasil, na noite de sábado, na casa de shows Chevrolet Hall, na zona sul da capital mineira.
Um ônibus de torcedores cruzeirenses chegou ao Chevrolet Hall para acompanhar o evento enquanto atleticanos entravam na casa de shows. Atletas representantes das duas torcidas competiam na disputa de vale-tudo, em que combatiam lutadores mineiros e paulistas. Em minoria, os torcedores do Cruzeiro foram encurralados e Otávio Fernandes foi morto no conflito. O seu corpo foi enterrado nesta segunda-feira em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais.
A Polícia Civil de Minas espera que imagens de câmeras do Pátio Savassi, shopping próximo ao conflito, ajudem a identificar os suspeitos envolvidos no crime. Esses vídeos já estão sendo analisados no inquérito instaurado e sob o comando da Delegacia de Homicídios Sul. O delegado responsável pelo caso é Breno Pardini Cesário.
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