terça-feira, 5 de abril de 2011

Roth pediu. Luxa pediu. Dorival pediu.

E só agora o Galo atendeu...
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:05/04/2011 07:00
No mesmo dia em que explicou os motivos que levaram o clube a dispensar o armador Ricardinho e o volante Zé Luís, o presidente Alexandre Kalil anunciou ontem que o Atlético já busca jogadores para substituí-los. Dizendo-se satisfeito com as opções para a defesa e o ataque, ele acredita que o grupo necessita exatamente de um volante e um armador para seguir forte na temporada e pretende anunciá-los até sexta-feira, último dia do prazo para a inscrição de jogadores vindos do exterior.
Diante disso, volta a crescer a chance de o Galo investir em Diego (ex-Santos e atualmente no Wolfsburg-ALE). Também não está descartada a possibilidade de mais um atacante, mesmo que o ex-cruzeirense Guilherme, contratado há 10 dias, ainda não tenha estreado.
Procurando tomar muito cuidado com as palavras, pois os dois jogadores ainda não acertaram a rescisão do contrato, Kalil apontou o respeito à hierarquia como principal motivo para a dispensa de Zé Luís e Ricardinho. “Eles não são bodes expiatórios do que vem acontecendo no Atlético. É um conjunto de coisas e estamos realizando uma correção de rota. O que ocorreu é que, há 30 ou 35 dias, o treinador detectou um problema e, depois de um período de observação, resolvemos tomar medidas. Se me perguntarem se eles seriam dispensados caso tivéssemos vencido o Prudente, a resposta seria sim. A dispensa deles foi resolvida na segunda-feira. Como tinha jogo, esperamos um pouco”, contou.
Fazendo questão de ressaltar que os experientes atletas foram bons profissionais enquanto trabalharam no clube, Kalil afirmou que, por outro lado, começaram a ter comportamento avaliado como inadequado. Também lembrou que ambos já haviam tido a cabeça pedida por outros treinadores, que, porém, voltaram atrás. “O Atlético tem treinador, preparador físico, fisioterapeuta, quem coloca horário, quem escala o treinador. A partir do momento em que jogador critica horário de treino, escalação, treinamentos, seja publicamente ou aqui dentro, o treinador não pode aceitar. Busco explicações para tudo o que ocorre no clube. E se três treinadores (Celso Roth, Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior) pediram a cabeça do mesmo jogador (Ricardinho) e dois (Luxemburgo e Dorival) pediram a cabeça dos dois mesmos jogadores, temos de tomar uma atitude. Eles não são demônios, mas também não são santos.”
Ricardinho, aliás, já viveu problema parecido em outros clubes. No Corinthians, em 2001, sob o comando de Luxemburgo, teve desavenças com o atacante Marcelinho Carioca, que acabou deixando o clube, mesmo sendo ídolo da torcida. No Santos, foi acusado de influenciar negativamente os jogadores, principalmente os mais novos. Em enquete da Revista Placar, no início da década, o armador foi eleito o jogador mais odiado pela própria classe.
Quanto a Zé Luís, o volante deixa o alvinegro pela segunda vez – esteve no clube em 2004 e retornou no início de 2010. Este ano, insatisfeito com a condição de reserva, teria feito reclamações dentro do vestiário da Cidade do Galo em alto e bom som, desagradando à comissão técnica.
TREINADOR COM PRESTÍGIO Com a dispensa da dupla, a diretoria atleticana dá grande apoio a Dorival Júnior. Segundo Kalil, com isso, o Galo tenta inovar. “Quem não prestigia treinador quando tem problema com atleta paga uma conta muito cara depois. O que estamos fazendo é corrigindo a rota. Não tem nenhuma crise no Atlético. Tivemos a saída de alguns jogadores, mas vamos em frente. Estamos bem, obrigado”, declarou, sem descartar a possibilidade de mais mudanças, se necessário. “Existem outros problemas e vou continuar cobrando soluções. Estamos atentos.”
De acordo com o presidente, as mudanças foram muito bem assimiladas pelo grupo. Tanto que nenhum jogador teria procurado a diretoria ou a comissão técnica para interceder pelos dispensados.

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