Procura da paz no interior

Ainda tentando assimilar a eliminação na Copa do Brasil, alvinegro agradece por jogar em Poços de Caldas, onde a cobrança será menorPaulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:09/04/2011 07:00
Tradicional destino de quem busca sossego e descanso, Poços de Caldas poderá ser o recanto ideal para o Atlético recuperar suas forças. Eliminado precocemente da Copa do Brasil pelo Prudente, lanterna do Campeonato Paulista, e vivendo período de instabilidade na temporada, atuar no Sul de Minas, amanhã, contra a Caldense, pela 10ª rodada do Campeonato Mineiro, veio a calhar para o alvinegro. Afinal, se vê livre das cobranças da torcida, sempre mais fortes em Belo Horizonte e na região metropolitana, tendo tranquilidade para buscar a vitória, garantir vaga nas semifinais e continuar sonhando em terminar a primeira fase da competição na liderança.
Diante do time paulista, na Arena do Jacaré, foi fácil perceber o nervosismo de alguns jogadores, vaiados de forma inclemente pelo torcedores quando pegavam na bola. Sem essa pressão, ou com ela menor, é possível que eles se sintam mais à vontade para tentar as jogadas, principalmente os menos experientes ou pouco acostumados a atuar em clubes de massa.
“As vaias atrapalham qualquer jogador, não é fácil jogar sendo cobrado pela própria torcida, acho que qualquer um fica inibido. O torcedor tem de jogar do nosso lado”, argumentou o lateral-direito Rafael Cruz, de 26 anos e que passou por Santo André, Democrata-SL e Atlético-GO antes de chegar ao Galo.
Como os demais jogadores, ele sabe que só a vitória interessa diante da Caldense, mesmo que o adversário jogue em seus domínios. Por isso, a ordem é atenção total, evitando repetir os erros de quarta-feira, quando faltou poder de definição à equipe.
“Vamos procurar inverter o clima ruim jogando bem e vencendo. Para isso, temos de esfriar a cabeça, esquecer a eliminação na Copa do Brasil e nos concentrar nos compromissos pelo Mineiro. Ser campeão é a melhor forma de amenizar a situação e é isso que vamos buscar daqui para frente”, disse.
Para o jogo de amanhã, o técnico Dorival Júnior não poderá contar com o volante Richarlyson, ainda se recuperando de contusão no joelho direito, nem com o atacante Neto Berola, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo. Além disso, ele promove outra mudança, pondo Mancini no lugar do atacante Ricardo Bueno, talvez o maior alvo da revolta dos torcedores no momento.
Rafael Cruz sai em defesa do companheiro dizendo que todos confiam nele e estão procurando ajudá-lo. O próprio treinador também continua acreditando em Ricardo Bueno, mas, por estar buscando outra situação, decidiu fazer a troca. O restante da equipe permanece inalterada em relação à que começou jogando contra o Prudente.
REFORÇOS Ontem, o Atlético apresentou o volante Dudu Cearense, que só poderá estrear no Brasileiro, uma vez que as inscrições para o Mineiro já estão encerradas. Semana que vem, o clube vai anunciar dois jogadores. Um deles seria o atacante Marquinhos Cambalhota, de 34 anos, que estava no futebol japonês. O outro é do Brasil, provavelmente um armador.
Dudu Cearense passou os últimos oito anos fora do Brasil. Depois de despontar no Vitória e ser campeão da Copa América de 2004, foi negociado, passando pelo Kashiwa Reysol-JAP, Rennes-FRA, CSKA-RUS e Olympiacos-GRE até ser contratado pelo clube de Lourdes.
Ele completará 28 anos sexta-feira, e mostra-se animado em defender o clube alvinegro. “Espero crescer aqui, evoluir durante o Brasileiro e, quem sabe, voltar à Seleção Brasileira. Mas isso é questão de trabalho e muito empenho. Na Europa, é bom, é maravilhoso, mas no próprio país, entendendo tudo, é muito melhor. Aqui a cobrança é maior e você evolui mais. Lá na Grécia você fica um pouco acomodado, com pouca visibilidade”, disse. Dudu assinou contrato até 30 de junho de 2014.