
Quarteto foi promovido ao time profissional através da base atleticana (Fotos: Gil Leonardi e Bruno Cantini/Divulgação)
Serginho, que fez um ano de júnior, Soutto, Renan Oliveira e Giovanni estão na frente para formar o quarteto no meio
Felipe Ribeiro
Thiago Fernandes
Publicada em 20/04/2011 às 08:00
Belo Horizonte (MG)
Os melhores times já formados pelo Atlético tiveram como ponto forte jogadores revelados pela categoria de base do próprio clube. A história, principalmente, nas décadas de 70 e 80, confirma a teoria.
Ao que tudo indica, esses tempos poderão voltar a reinar no Alvinegro. Dorival Júnior é reconhecidamente um técnico que sabe trabalhar com jovens e já mostra isso.
No domingo passado, por exemplo, depois da saída de Jackson, lesionado, o meio de campo que construiu a goleada sobre o América/TO por 7 a 1 foi composto por jogadores que tiveram passagem pela base alvinegra nas últimas temporadas.
Embora Serginho tenha feito boa parte de sua formação no Villa Nova, ele chegou ao Galo ainda para fazer parte do elenco de juniores e até disputou competições sub-20. Soutto, Renan Oliveira e Giovanni completam o quarteto criado em casa.
Serginho voltou a lembrar os bons tempos de 2008 e 2009, marcando com firmeza e saindo em velocidade, Soutto demonstra muita personalidade apesar da pouca idade, Renan Oliveira aliou a sua técnica a uma maior vontade e Giovanni parecia estar no time há muito tempo, apesar de ter sido a estreia em 2011.
Neste ano, outros jogadores de meio de campo que também são pratas da casa já tiveram oportunidades de jogar. Leleu, Bernard e Wendel ainda têm idade para jogar competições para atletas até 20 anos, mas já estão integrados ao grupo principal e já receberam oportunidades.
Além da meiúca, o goleiro Renan Ribeiro e o atacante Mancini, também têm como clube de origem o Galo. Ou seja, após a mudança no elenco e saída de atletas experientes, abriu-se espaço para que a base do time seja formada hoje pela base do clube.
COM A PALAVRA
André Figueiredo
Gerente técnico das categorias de base
O processo da formação de um atleta passa pela captação, observação, aprovação e depois ele chega ao profissional. É muito gratificante ver que jogadores que estiveram com a gente na base hoje estejam se destacando no time profissional. Isso representa um objetivo alcançado. Temos todo um grupo que trabalha para isso e estamos muito felizes de poder contribuir. Esperava até que mais gente chegasse lá, mas, infelizmente, alguns se perdem pelo caminho. Mas esses que lá no profissional estão, nós sabíamos que chegariam aos seus objetivos. Tem alguns que ainda têm idade para jogar no júnior e estão queimando etapas, mas se prepararam bem para isso. E eu ainda acho que todo atleta deveria ter mais tempo de base, pois o processo de maturação é demorado, a não ser quando se tem um fenômeno, o que não é fácil de se encontrar. E não vai parar por aí. Temos outros jogadores muito bons e uma geração de juvenil muito boa, que vem não só conquistando títulos, mas jogando muito bem e formando atletas de qualidade para que estejam no profissional daqui a alguns anos.
BATE-BOLA
Fillipe Soutto
LANCE!NET: Qual a importância de se ter atletas da base no elenco profissional?
Fillipe Soutto: É muito importante para o Atlético ter jogadores das categorias de base no elenco e principalmente jogando, porque nós sabemos da grandeza do Atlético, da importância que os torcedores dão para cada jogo, para cada título e é uma honra para todos que têm a oportunidade de jogar. Mas é muito importante para o Galo, pois mostra os seus valores e o que ele pode fabricar em casa.
L!NET: Como faz para driblar a inexperiência em um elenco repleto de jogadores renomados?
Soutto: Já conheço o Atlético há muito tempo, por isso, sei que a cobrança é grande e, pelo fato de atuar no meio de tanto atleta consagrado, ela aumenta. Mas eu procuro me firmar no meu trabalho, que se for forte e agregado a coragem e confiança, as coisas aparecerão para mim, como elas estão aparecendo. Eu procuro ter tranquilidade, frieza e confiança em meu potencial para entrar sempre forte nas partidas em que eu for solicitado para jogar.
L!NET: Você chegou ao time profissional com o Dorival, em setembro do ano passado. Como avalia a importância do treinador nesse processo de chegada ao elenco profissional?
Soutto: O Dorival foi fundamental para eu chegar ao profissional, pois foi ele quem pediu para eu integrar o elenco. Então, sou muito grato a ele, mas sei que só vou continuar jogando se eu mostrar futebol, competência e capacidade para me manter entre os profissionais do Atlético. Se eu conseguir, vou continuar agradando ao Dorival e ele continuará me dando oportunidades. O Dorival é um cara que eu respeito muito, uma ótima pessoa e um excelente treinador, que vem demonstrando isso com os resultados que tem conquistado.
L!NET: Após quatro partidas consecutivas entre os 11 prediletos de Dorival Júnior, já se considera titular da equipe?
Soutto: De forma alguma. No futebol, temos de estar preparados para o que der e vier. Até o momento, eu joguei quatro partidas consecutivas como titular, mas não há verdade absoluta no meio da bola. Então, tenho de estar me preparando cada vez mais, sem estar me acomodando em momento algum para eu me firmar na equipe e requer tempo. Precisa demorar para o jogador valorizar a condição de titular da equipe. Sei que não existe um jogador titular no futebol, porque você tem de estar sempre mostrando o seu real valor para o treinador. Mas eu me considero um jogador que estou buscando meu espaço e vou continuar atrás de oportunidades.
Últimas Seleções sub-20 sempre tiveram meias atleticanos
Renato
O meia foi revelado pelas categorias de base do Atlético e promovido ao profissional em 2004. Atualmente faz parte do elenco do Sport Recife.
Ramon
Surgiu como um grande talento em meio ao time que caiu em 2005, mas foi se perdendo na carreira. Nesta temporada fechou contrato com o Bahia.
Tchô
Eterna promessa da base alvinegra, subiu para o elenco profissional em 2005, mas nunca se firmou no clube. Atualmente está defendendo o Marítimo-POR.
Renan Oliveira
Promovido ao profissional em 2008, chegou a colocar Paulo Henrique Ganso no banco da Seleção sub-20. Tenta se firmar como profissional do Galo.
Wendel
Considerado uma das maiores revelações dos últimos anos, chegou a subir para o profissional em 2010, voltou para a base e hoje busca se firmar novamente.
João Pedro
Subiu jovem ao profissional no ano passado, em momento ruim do time e mesmo assim foi vendido ao Palermo. Passou por Portugal e voltou para a Itália.
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