quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Presidente na mira do MP e STJD

Estado de Minas
Publicação:09/09/2010 07:00

O Ministério Público de Minas Gerais e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) estudam possíveis medidas a serem tomadas contra o presidente Alexandre Kalil por causa das recentes declarações de apoio ao disque-denúncia criado por uma das torcidas organizadas do Atlético. Segundo o promotor José Antonio Baeta, o mandatário atleticano pode ser enquadrado por incentivo à violência e apologia do crime. “Ele pode perder o cargo se houver a conclusão de que declarações como essa estão incentivando a violência nos estádios”, disse o jurista à TV Globo.
Já o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, ressaltou que cobrará explicações a Alexandre Kalil e que o áudio da declaração será analisado para verificar se cabe ou não denúncia. “Vamos pedir a gravação da entrevista e que ele esclareça e se explique, como temos feito em alguns casos. Isto é uma coisa fora de campo, e o Ministério Público já está agindo. Mas vamos analisar o que poderemos fazer na esfera desportiva”, disse Schmitt ao site justicadesportiva.com.br.
SUSPENSÃO Kalil pode ser enquadrado no artigo 243-D (incitar publicamente o ódio ou a violência) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. E a pena não é nada leve. O parágrafo único do artigo diz que “quando a manifestação for feita por meio da imprensa, rádio, televisão, internet ou qualquer meio eletrônico [...] o infrator poderá sofrer, além da suspensão pelo prazo de 360 a 720 dias, pena de multa entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Motivado pelo movimento de torcedores, Kalil afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo, segunda-feira, achar normal se “jogadores tomarem um cacete na madrugada”. No dia seguinte, ironizou a repercussão da declaração. “Se vocês quiserem que eu mude para agradar e ficar politicamente correto, eu mudo. Acho que se pegar jogador de madrugada, com a gente na zona de rebaixamento, deve pagar uma dose de uísque para ele e arrumar uma mulherzinha. Isso tudo é uma cretinice”, disparou.

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