Ricardinho abriu a coletiva e anunciou decisão tomada pelos jogadores
Réver, Obina, Tardelli e Ricardinho durante entrevista coletiva na Cidade do Galo
Decisão partiu dos atletas, foi comunicada ao técnico Vanderlei Luxemburgo, e confinamento já começa nesta sexta-feira no CT de Vespasiano
Daniela Mineiro - Superesportes
Diogo Finelli - Superesportes
Publicação:16/09/2010 18:43
Os jogadores do Atlético surpreenderam a imprensa na tarde desta quinta-feira. Por decisão deles, o elenco atleticano ficará concentrado na Cidade do Galo, em Vespasiano, nos próximos 15 dias, a partir desta sexta-feira. As saídas do centro de treinamentos serão apenas para os jogos.
Primeiro foram os atletas que se reuniram, por cerca de 40 minutos, no hotel da Cidade do Galo, em Vespasiano. Depois, chamaram o técnico Vanderlei Luxemburgo para uma conversa de mais 30 minutos. Quatro jogadores ‘se escalaram’ para conversar com os jornalistas na sala de imprensa: o zagueiro Réver, o meia Ricardinho, e os atacantes Diego Tardelli e Obina.
Geralmente, a imprensa escolhe dois jogadores para as entrevistas coletivas, e os dois mais votados falam após os treinamentos. Com o pedido dos atletas, o esquema de entrevistas foi alterado, excepcionalmente.
O meia Ricardinho, o primeiro a falar, resumiu e explicou bem a proposta dos atletas. “Vou começar falando. Pedimos essa reunião para ter com o Vanderlei, porque depois do resultado de ontem (derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR), por esse momento que estamos vivendo desde o início da competição, e essa insatisfação nossa pela situação em que estamos, na zona de rebaixamento, chegamos à conclusão de que era o momento de procurarmos ter uma situação nova, modificar algo, para que a gente possa obter melhores resultados e tirar o Atlético dessa situação, que está incomodando a todos. Procuramos o Vanderlei e pedimos para que, nos próximos 15 dias, a gente possa estar junto o maior tempo possível, concentrados aqui”, disse.
Ricardinho pediu para que o torcedor continue apoiando o time, pois os jogadores vão fazer a parte deles, e, para isso, estão abrindo mão até mesmo do contato com seus familiares nas próximas duas semanas.
“Abrimos mão da nossa família, porque é o momento da gente procurar os resultados, tirar o Atlético dessa situação. Procuramos ele (Vanderlei) e falamos que temos que estar juntos nesses próximos 15 dias. Por isso, convocamos o torcedor para que ele nos apoie, como vem fazendo. Ele está triste e nós também. Queremos e vamos sair dessa situação. Foi um pedido que fizemos, foi aceito, e estamos aqui para passar isso ao torcedor, para que ele possa nos apoiar”, pediu.
O armador confia tanto na reação do time no Campeonato Brasileiro que estipulou um ‘prazo’ para o time superar o momento ruim na competição: 15 dias. “O que fizemos até aqui não foi suficiente para tirar o Atlético dessa situação e, pelo que o clube oferece, o Atlético não pode estar nessa situação. Contamos com o apoio do torcedor nos dois jogos aqui em casa e, além de contar com o apoio deles, vamos buscar, e tenho certeza que vamos conseguir, nos próximos 15 dias, tirar o Atlético dessa situação incômoda que estamos vivendo”.
O atacante Diego Tardelli ressaltou que a decisão foi de todo grupo. “Estamos os quatro falando em nome do grupo. Decidimos vir os quatro, em nome do grupo. Isso não partiu de nós quatro, mas do grupo. Vimos que chegou o momento de fazer isso. Temos cinco jogos importantes, cinco jogos em que temos a chance de sair da zona de rebaixamento”, destacou, chamando a responsabilidade do momento para os jogadores.
“Foi uma proposta que a gente teve e tenho certeza que o Vanderlei ficou feliz por essa nossa decisão. É um treinador que está com a gente, que está fazendo de tudo para nos tirar dessa situação. O que o presidente e o Luxemburgo fizeram para a gente, montar o elenco que montou, o que está faltando é nós, jogadores, tomarmos atitude dentro de campo. Temos um grupo forte, um dos melhores do Brasil, e até hoje não foi provado isso”.
Pelo alívio
Já o atacante Obina só vê benefícios nesse período de 15 dias de concentração na Cidade do Galo. “Vai ajudar muito. A gente vai conversar mais, saber o que o companheiro pensa, para dentro de campo estarmos mais entrosados, saber onde o companheiro quer se colocar. Isso vai nos ajudar bastante e, espero que nesse tempo que a gente vai ficar aqui, que tenhamos êxito. A gente vai em busca de vitórias”.
Por fim, o zagueiro Réver valorizou a importância do apoio do torcedor. “Todo mundo é culpado, principalmente a gente, que entra em campo. O momento não é de colocar culpa em ninguém. O Atlético só vai sair dessa situação com o torcedor do nosso lado. A partir do momento em que começarem a sair os resultados positivos, vai minimizar essa ‘crise’. Isso faz parte do futebol e só a gente pode tirar o Atlético dessa situação”. (UAI)
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