Qualquer sacrifício é válido

Embora recuperado da contusão na coxa, Diego Tardelli diz que sente falta de ritmo de jogo, mas está pronto para ajudar

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:18/09/2010 07:00

O Atlético tem pagado um preço muito alto por ter desperdiçado tantas oportunidades no Campeonato Brasileiro. Já se foram 22 rodadas e o Galo passou mais da metade delas na zona de rebaixamento. Para complicar, mesmo se vencer o Vitória, amanhã, às 16h, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, permanecerá na zona da degola. É que foi prejudicado pelo empate (1 a 1) entre Avaí e Vasco, quinta-feira, no complemento da rodada.
A primeira chegada atleticana à zona de risco foi na sexta rodada, depois da derrota por 2 a 1 para o Grêmio, no Estádio Olímpico. Saiu dela na oitava, quando venceu o Atlético-GO (3 a 2), em Sete Lagoas, e retornou duas rodadas depois, ao perder para o Internacional (2 a 1), também na Arena do Jacaré. E de lá não saiu mais. Por isso mesmo, o jogo de amanhã ganhou ainda mais importância. O Galo precisa do triunfo para encostar na equipe baiana, quatro pontos e uma posição acima do alvinegro.
De volta ao time, depois de cinco jogos fora por causa de lesão na coxa, o atacante Diego Tardelli sabe da importância da partida. “A cada rodada, ficamos mais preocupados, principalmente porque não vencemos. Temos de pensar em coisas positivas e estamos preparados para fazer um grande jogo. O Vitória é um adversário direto. A diferença de pontos é pequena, então temos de procurar vencer.”
Tardelli deve reeditar com Obina, agora artilheiro do Galo no Brasileiro, a dupla que fez sucesso no Campeonato Mineiro. Ele se diz satisfeito com a possibilidade de voltar a jogar ao lado do companheiro. Mas confessa que irá para o sacrifício. “Sinceramente, não estou do jeito que gostaria. Do jeito que comecei a temporada. Sinto falta de ritmo, mas o momento é de sacrifício. Estou preparado para jogar. Trabalhei muito para ficar à disposição do grupo. Estou voltando em um momento muito difícil. Mas estou muito preparado psicologicamente. Pude refletir durante os cinco jogos que fiquei de fora e pude ver como sou importante para o grupo. Quero ajudar de alguma forma. Espero que a torcida possa acreditar em mim como sempre acreditou.”
Bastante criticado no período pós-Copa do Mundo, Tardelli revela ter feito uma autoanálise e reformulado alguns conceitos. Tomou algumas atitudes (uma delas foi apagar o seu perfil no microblog Twitter), o que considera importante para recuperar o seu futebol. “Resolvi parar com tudo, porque não acho bom ouvir coisas que me deixam para baixo. Não é momento para ficar ouvindo besteira. Por isso, resolvi cancelar tudo. Até rádio deixei de ouvir. Muitas pessoas não sabem, mas joguei muitas vezes no sacrifício, tentando ajudar, e isso me atrapalhou. As críticas só aumentaram.”
CONVERSA O volante Zé Luís também deve retornar contra o Vitória. Só não se sabe ainda se será titular. Apesar de o jogador ter participado de dois coletivos durante a semana, o técnico Vanderlei Luxemburgo prefere a cautela. Ele lembra que Zé Luís passou por cirurgia. “A situação do Zé Luís é um pouco diferente porque ele operou o joelho. Ainda terei uma conversa com ele para saber como está”, afirma o treinador.
O jogador, por seu lado, assegura que o momento é de sacrifício. “Estou recuperado, bem na parte médica. Claro que estou sem ritmo, mas isso se adquire somente jogando. Não adianta treinar exaustivamente. Já me coloquei à disposição. Mas o técnico sabe o que é melhor para o time.”
Outras opções de Luxemburgo são Serginho, de volta de suspensão (terceiro cartão amarelo), e Alê. O lateral-esquerdo Fernandinho, que tratava de problema na coxa, é outro de volta aos treinos. Por outro lado, o também volante Edison Mendez está vetado, por causa de estiramento na coxa.