quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Derrota, derrota, derrota...

Pela 14ª vez na competição, sétima diante da massa, Galo sai de campo amargando a perda de três pontos. Festa agora é dos baianos

Eugênio Moreira - Estado de Minas

Publicação:20/09/2010 07:00


Sete Lagoas – O torcedor que foi à Arena do Jacaré sabia que o Atlético não deixaria a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, com qualquer resultado. Mas, com certeza, não esperava por mais um tropeço em casa, principalmente depois da demonstração de comprometimento dos jogadores durante a semana, quando anunciaram que ficariam concentrados por 15 dias consecutivos. Por isso, a decepção foi grande com a derrota por 3 a 2 para um Vitória que jogou mais de uma hora com 10 jogadores.
Depois do jogo, Diego Tardelli, que retornara à equipe como esperança de gols e de triunfo, reclamou do comportamento dos companheiros de defesa, que, segundo ele, não batem tanto quanto os dos adversários. O clima ficou quente no vestiário, dando para ouvir muitos gritos de cobrança sobre os jogadores. Na entrevista coletiva, o técnico Vanderlei Luxemburgo minimizou a declaração do atacante. “O Tardelli, que se empenhou bastante em campo, estava de cabeça quente.”
Sobre a situação da equipe no Brasileiro, afundada há meses na zona de rebaixamento e com pouca margem para escapar de nova queda, Luxemburgo repetiu declarações anteriores. Chamou para si a responsabilidade e garantiu que o Galo não voltará à Série B. “Acredito pela qualidade nossa. Com certeza, o Atlético não vai cair. Claro que a reação está demorando, mas ninguém pode afirmar que o time já caiu.” O próximo jogo, quinta-feira, será contra um dos papões da competição, o Fluminense, no Engenhão. Na preliminar de ontem, o Galo venceu o Avaí por 1 a 0, gol de Wendel, na estreia da Copa Sub-23.
CARTÃO DE VISITAS O primeiro gol baiano, logo aos 5min de jogo, foi um prenúncio de que a tarde seria de sofrimento para a massa, como em jogos anteriores. Na primeira subida ao ataque de sua equipe, Elkeson recebeu livre na área e foi derrubado por Fábio Costa. O goleiro colombiano Viáfara cobrou o pênalti no ângulo esquerdo e abriu o placar. Uma ducha de água fria na torcida e no Galo.
Era de espantar a facilidade com que os jogadores do Vitória achavam espaços para chegar à área alvinegra. Como num time de pelada, os defensores atleticanos, talvez por não confiar nos companheiros, partiam para cima de quem conduzia a bola e deixavam outros livres. Assim surgiu o segundo gol rubro-negro. Desde que a jogada começou na direita, Egídio pedia a bola livre na esquerda. Acabou recebendo-a na área, depois de distração de Cáceres, e finalizou sem chances para Fábio Costa.
No lance seguinte, Obina acertou o travessão, depois de cruzamento de Tardelli, numa das poucas jogadas de perigo criadas no jogo. A situação parecia que iria melhorar com a expulsão de Anderson Martins, aos 27min. Os treinadores fizeram substituições, o Vitória passou a jogar mais em seu campo e o Atlético cresceu. Seu primeiro gol, no entanto, só saiu aos 42min. Daniel Carvalho recebeu pelo meio, na entrada da área, e acertou o ângulo esquerdo.
Animado, o Galo demonstrou mais vontade no início do segundo tempo. Obina perdeu boa chance, Neto Berola reclamou de pênalti não marcado, mas a equipe não chegava a pressionar o adversário, apesar de dominá-lo. Apenas aos 20min saiu o empate. Leandro ganhou jogada pela esquerda e cruzou, Obina cabeceou, Viáfara rebateu e Neto Berola completou.
Mas, quando a torcida acreditava que a pressão aumentaria e a virada ocorreria, foi o Vitória quem voltou a marcar, em outro cochilo da defesa atleticana. Depois de falta na intermediária, Schwenck ajeitou para Henrique, que superou a zaga e bateu à direita de Fábio Costa, aos 29min. Novamente à frente no placar, o time baiano teve tranquilidade para segurar o resultado até o apito final, enquanto o Atlético, sem forças para reagir, saía de campo derrotado pela 14ª vez, metade delas diante da sofrida massa.

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