Além de sair da incômoda zona de rebaixamento, Galo tenta, quinta-feira, encerrar triste sequência em São Januário
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:07/09/2010 08:37
Depois de perder outra oportunidade de sair da zona de rebaixamento, ao ser derrotado de virada pelo São Paulo por 3 a 2, no Ipatingão, o Atlético terá de buscar três pontos contra o Vasco, quinta-feira, às 21h, em São Januário, de onde não guarda boas recordações. Nas três últimas visitas ao local, viveu instantes dramáticos, nos dois últimos, voltando a Belo Horizonte sem técnico.
O primeiro desses três jogos foi pelo Brasileiro de 2005. Naquele ano fatídico, que culminaria com o rebaixamento, o Galo perdeu de virada por 2 a 1 (gols de Romário) e caiu para a lanterna. Um torcedor revoltado invadiu o gramado para agredir o lateral-esquerdo Rubens Cardoso, mas levou uma voadora do atacante Walker, provocando confusão generalizada. O armador Rodrigo Fabri agrediu Romário, com quem se desentendera quando atuavam no Flamengo, e foi expulso.
Na chegada da equipe ao aeroporto de Confins, torcedores tentaram agredir Walker. No dia seguinte, nove jogadores eram afastados pelo técnico Marco Aurélio, que substituíra Tite: Evanílson, Tesser, Leandro Smith, Ataliba, Djair, Prieto, Marcelo Sá, Rodrigo Fabri e Pablo Gimenez.
Em 2006, o alvinegro mineiro estava na Série B, a exemplo da equipe cruz-maltina no ano passado. Em 2007, o técnico Zetti, que substituíra o campeão mineiro Levir Culpi, não resistiu à goleada por 4 a 0 para os cariocas, em um sábado, e foi demitido. Passava o domingo em São Paulo quando foi avisado pelo diretor de futebol Beto Arantes de que não precisava se reapresentar. Deixou o time na 15ª posição, com três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.
No ano seguinte, na noite de quarta-feira da Semana Santa, foi a vez de Alexandre Gallo perder o emprego, ainda nos vestiários, depois de nova goleada: 6 a 1. Quem lhe anunciou a dispensa foi o diretor de futebol Alexandre Faria. Coincidentemente, o Atlético ocupava o 15º lugar, com quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas.
VENCER OU VENCER Em 17º lugar no Brasileiro, os atleticanos esperam pôr fim, quinta, a essa lamentável sequência. Mesmo em momento tão delicado, mantêm discurso otimista. “A pressão agora vai aumentando. Estamos trabalhando e as coisas não estão acontecendo. Temos de fazer algo de diferente dentro do jogo. Nosso objetivo é sair da zona de rebaixamento para respirar. Agora é o segundo turno de um campeonato bem disputado. São só 19 jogos e a competição começa agora para nós. Não há mais desculpas. Temos de tirar o time dessa situação, temos a obrigação de vencer. Podem ter certeza de que o Atlético não vai cair para a Segunda Divisão, como muita gente quer”, diz o lateral-esquerdo Leandro, que deve retornar.
O abatimento, no entanto, é visível depois da 12ª derrota no Brasileiro, domingo, para o São Paulo, de virada, por 3 a 2, no Ipatingão. “Nossa cabeça também fica ruim, pensando se o pior vai acontecer. Também temos essa preocupação. Somos humanos, afinal. Mas não podemos nos abater. Temos de vencer em São Januário, honrar os nossos compromissos. Não há alternativa”, afirma Leandro.
Sem o atacante Obina (três cartões amarelos), Vanderlei Luxemburgo tem de novo à disposição o armador Daniel Carvalho, recuperado de problema no joelho.
O jogador espera que a recuperação do Galo coincida com a sua. Mas recusa o rótulo de salvador da pátria. “Tomara que o time consiga evoluir no segundo turno. Estou voltando para contribuir. Posso ajudar pela minha qualidade, mas futebol é coletivo. Temos Obina como maior exemplo. Ele faz a diferença individualmente, só que o coletivo não tem dado certo. Mas vamos dar a volta por cima.”
O armador Diego Souza volta de suspensão. Já o atacante Diego Tardelli ainda se recupera de contusão e está vetado. O lateral-direito Rafael Cruz aguarda o aval dos médicos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário