quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dura realidade

Na parte de baixo da tabela, o Galo, pior visitante da competição, tenta o triunfo sobre o Goiás, pior anfitrião e lanterna. A pressão será dos dois lados hoje no Serra Dourada

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:01/09/2010 07:00

Pior visitante do Campeonato Brasileiro, o Atlético tentará desesperadamente, hoje, um triunfo sobre o lanterna e pior anfitrião, Goiás, às 21h, no Serra Dourada, pela 18ª rodada. Um confronto imprevisível diante da situação de ambos na competição. O time esmeraldino jogou oito partidas em casa e venceu somente uma (perdeu quatro e empatou três). O que não pode ser considerado vantagem para os alvinegros, que não conseguiram vencer o mesmo número de jogos longe de seus domínios (perdeu seis e empatou o restante). E, se for derrotado outra vez esta noite, trocará de lugar com os goianos na tabela.
O técnico Vanderlei Luxemburgo sabe bem da dura realidade atleticana. Antes ele sustentava um discurso otimista, de luta por títulos e por vaga na Copa Libertadores. Agora, reconhece que o Galo tem de lutar para não ser rebaixado. E que essa luta tem de começar esta noite em Goiânia. “Se não ganharmos três, quatro rodadas, vamos cair. A nossa realidade é brigar para não cair. Se eu chegar e falar que não tem mais jeito, vão falar que sou derrotado. Então, eu tenho de ganhar, mas não estamos conseguindo vencer. Acredito em três vitórias, acredito que o Atlético não vai cair porque não vai cair.”
Nitidamente abatido com a situação, Luxemburgo afirma que jogar sob pressão tem prejudicado o time. Os jogadores, segundo ele, não têm conseguido administrar a situação. “É um trabalho que vamos ter de fazer, é a confiança de alguns jogadores pelo momento que estamos vivendo. Quando está tudo bem, o cara aparece para dar uma caneta, quando não está, fica com medo de tomar uma vaia. Estou triste, porque o grupo que contratamos, que montamos, não está acontecendo em um clube que nos oferece toda a condição de realizar o trabalho.”
Talvez por isso, Luxemburgo tenha sido tão duro com os comandados no início da semana. Antes do treino de segunda-feira, ele reuniu os jogadores na sala de musculação e não poupou palavrões. A bronca foi ouvida pelos jornalistas da sala de imprensa da Cidade do Galo. “É um momento muito difícil, duro, que não era nossa proposta profissional. Não fui contratado para isso, nem a comissão técnica ou jogadores. O momento é complicado, com as pessoas questionando e a torcida, criticando e cobrando”, justificou Luxemburgo, sem apontar culpados.
MAIS OPERÁRIO No coletivo de ontem, no entanto, ele barrou três figurões: o atacante Diego Tardelli e os armadores Ricardinho e Diego Souza, que não têm rendido o esperado. O técnico preferiu apostar num time mais operário, com Obina no lugar de Tardelli, formando dupla de frente com Neto Berola. Mais tarde, a assessoria de imprensa do clube comunicou que o artilheiro do alvinegro está fora do confronto por causa de dores na coxa esquerda. Ele alegou o problema depois do treino, foi examinado pelo médico Rodrigo Lasmar e permanecerá em tratamento intensivo no CT de Vespasiano.
Obina considera natural a volta ao time, apesar de não confirmar se será o titular. “Quem está entrando tem de dar conta do recado, pois a responsabilidade é muito grande. Não sabemos se vai ser este time que jogará. Mas, se for, temos de assumir a responsabilidade e vencer, pois precisamos ganhar e temos condição para isso.”
Para o lugar de Ricardinho, Luxemburgo escalou Jackson no coletivo. Fabiano ganhou a vaga de Diego Souza. Já o volante Edison Méndez não foi relacionado para a partida. “O Filé (Nilton Petroni, fisioterapeuta) achou melhor não levá-lo. O objetivo é fazer um trabalho diferenciado para melhorar a parte física do jogador”, explicou Vanderlei Luxemburgo.
Apesar de liberados pelos médicos, o zagueiro Jairo Campos e o lateral-esquerdo Leandro também não foram relacionados.

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