segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Casa cheia. E só (01/12)

Ivan Drummond - Estado de Minas

Foi um dia diferente para o torcedor atleticano. O time não disputava muita coisa mais no Brasileiro, mas pouco importava. Ele queria era festejar o último encontro com sua paixão no ano do centenário do clube. Um período ruim, que está se encerrando com a esperança de dias melhores. Com o empate sem gols diante do Santos, ontem à tarde, no Mineirão lotado, o Galo pelo menos comemorou a classificação à Copa Sul-Americana.
Na Avenida Abrahão Caram, um mar de camisas em preto e branco se misturou aos carros. O clima de alegria se espalhou pelas dependências do estádio, com a massa cantando o hino do Galo e o sucesso Vou festejar, de Beth Carvalho.
Na entrada do time em campo, os jogadores se confessaram impressionados: “Olha só essa torcida. O estádio está lotado. Que beleza”, arrepiou-se Marques, desde ontem o recordista de jogos pelo Atlético em Campeonatos Brasileiros, com 190. “Ver a torcida cantar estimula a gente. Dá mais vontade de jogar”, disse o zagueiro Leandro Almeida. “É maravilhoso jogar com o Mineirão assim. O que nós, jogadores, temos de fazer é retribuir com a vitória”, comentou o goleiro Édson, que viria a se tornar o herói da partida.
Foi nesse ambiente que o jogo começou. Enquanto a torcida fazia a sua parte, em campo, o time tentou partir para cima, mas esbarrou numa defesa fechada. Com duas linhas de quatro homens, o Santos se defendia. Mas era rápido nos contra-ataques. Somente aos 10min o Galo conseguiu a primeira chance, com Elton chutando por cima, depois de cruzamento de Sheslon da direita. Em seguida, Marques e Castillo chutaram por cima.
O Peixe cresceu e passou a ameaçar o gol de Édson, que se destacou, ao fazer três grandes defesas, a última diante do atacante Lima. Tantas vezes vaiado, o goleiro foi ovacionado e teve o nome gritado. Após 15 minutos de domínio santista, o Atlético voltou a ditar o ritmo, mas continuou a mostrar falta de pontaria.
VAIAS
No segundo tempo, a torcida não parecia mais empolgada como no início do jogo. Nos primeiros minutos, para piorar, Lima invadiu a área e finalizou por cima. Mas uma jogada de Marques na seqüência voltou a agitar a massa, apesar do chute do ídolo para fora. Pouco depois, o Mineirão explodiu em vibração: Fernandinho desperdiçava o pênalti para o Cruzeiro na derrota para o Inter no Beira-Rio.
O Galo se lançou ao ataque, empurrado pela massa. E protagonizou uma seqüência de gols perdidos. O mais incrível é que o goleiro Fábio Costa não fez uma defesa difícil sequer no segundo tempo. Como o gol não saiu, a torcida passou da empolgação à frustração e ensaiou algumas vaias. A primeira vítima foi Márcio Araújo. Quando o jogo terminou, elas foram para todo o time.

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