quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Do sonho ao pesadelo (31/12)

Na decisão do Campeonato Mineiro, o Atlético foi goleado na primeira partida pelo arqui-rival, Cruzeiro, e perdeu também a segunda, para desgosto da massa atleticana
Paulo Galvão - Estado de Minas


O ano do centenário do Atlético chega ao fim, nesta quarta-feira, sem deixar saudade nos torcedores. Eles esperam que, a partir da 0h de quinta-feira, 2009 chegue trazendo resultados bem mais positivos que os obtidos no ano que se encerra, no qual foram acumulados fracassos e vexames em campo e muita turbulência fora dele, com direito a renúncia de presidente, junta administrativa provisória e convocação de eleições extraordinárias. A esperança de um 2008 glorioso foi reforçada ainda em 2007. Sob o comando de Emerson Leão, que voltou agora ao clube, o Galo terminou o Campeonato Brasileiro com 10 partidas de invencibilidade, na oitava colocação, garantindo vaga na Copa Sul-Americana. Pode não ter sido digno da história do clube, mas ao menos serviu para livrar a equipe do rebaixamento e acender a esperança. Já poucas horas antes da virada do ano, uma iniciativa do departamento de marketing levou a marca Galo a todo o mundo: os quenianos Robert Cheruiyot e Alice Timbilili subiram ao degrau mais alto da tradicional Corrida de São Silvestre, em São Paulo, carregando bandeiras do clube. Mesmo questionada por alguns, a estratégia serviu para que os atleticanos tripudiassem sobre o maior rival, que mantém equipe de atletismo, mas não pôde mostrar seu escudo com tanta eficácia. Porém, a chegada de janeiro coincidiu com o início de decepções para os atleticanos. Para começar, os tão esperados “reforços de peso” não vieram. Em vez disso, foram contratados atletas pouco conhecidos, como o uruguaio Agustín Viana e o paraguaio Ricardo Martinez, além de outros de qualidade questionável, como Bruno Barros. Aliado a isso, os dirigentes resolveram trocar Leão por Geninho, alegando necessidade de diminuição de custos. Mesmo sem jogar bem, o Galo conseguiu ir avançando na Copa do Brasil e também no Campeonato Mineiro. As limitações da equipe, porém, começaram a se tornar claras a cada jogo e, em menos de 20 dias, entre o fim de abril e o meio de maio, o alvinegro já dava adeus ao título das duas competições. No Estadual, perdeu o título para o Cruzeiro, com direito a goleada por 5 a 0 no primeiro jogo – no segundo, novo revés, por 1 a 0. Já na competição nacional, diante do Botafogo, foi eliminado nas quartas-de-final depois de empate sem gols no Mineirão e derrota por 2 a 0 no Rio. A troca de Geninho por Alexandre Gallo não foi suficiente para que o time reencontrasse o caminho do sucesso. Tampouco as contratações de Élton, César Prates e Castillo ou mesmo de Petkovic, craque, mas em fim de carreira, que chegou ainda em maio, mas só pôde jogar a Copa do Brasil. Tanto que o treinador não ficou muito mais que dois meses no clube, dando lugar a Marcelo Oliveira. Sempre chamado nos momentos difíceis, o ex-atleta do próprio clube não conseguiu impedir que o Galo fosse eliminado da Copa Sul-Americana com duas derrotas para o Botafogo, por 3 a 1, no Rio, e 5 a 2, em Belo Horizonte. Porém, ajudou o time a escapar de qualquer ameaça de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o que seria um vexame inimaginável num ano marcante da história alvinegra. CRISE POLÍTICA Para completar, Ziza Valadares renunciou à presidência em 18 de setembro, alegando estar sendo boicotado por conselheiros e até por membros de sua diretoria, sendo acompanhado por seus quatro vice-presidentes. Com o vácuo no poder, o clube foi tocado por conselheiros, como o ex-presidente Afonso Paulino, até a eleição de Alexandre Kalil, em 30 de outubro. De presidente novo, Leão de volta e Bebeto de Freitas como diretor-executivo, renovam-se as esperanças atleticanas. Resta saber se em 2009 elas se tornarão realidade. Campanhas: Campeonato Mineiro: Vice-campeão Copa do Brasil: Eliminado pelo Botafogo nas quartas-de-final Copa Sul-Americana: Eliminado pelo Botafogo na primeira faseCampeonato Brasileiro: Depois de lutar contra o rebaixamento, terminou em 12º lugar, com vaga na Sul-Americana

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