sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Gols que fazem história (26/02)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Enquanto Obina entra na galeria do Galo como um dos poucos atacantes que marcaram cinco ou mais em uma partida, Marques já balançou as redes adversárias por 132 vezes

A goleada por 7 a 0 sobre o Juventus-AC, na noite de quarta-feira, serviu mais do que levar o Atlético à segunda fase da Copa do Brasil sem a necessidade do jogo de volta. Com os gols feitos em Rio Branco, o atacante Obina escreveu seu nome na história do clube, enquanto Marques consolidou o seu nas centenárias páginas alvinegras, independentemente da (pouca) qualidade do adversário. Ao marcar cinco vezes contra o clube acreano, o baiano entrou para a seleta galeria dos que fizeram cinco ou mais gols em um único jogo com a camisa atleticana, o que ocorreu apenas pela 15ª vez na história do clube. Isso não acontecia há quase 19 anos – a última vez havia sido em 28 de fevereiro de 1991, quando o falecido Gérson também balançou as redes por cinco vezes na goleada por 11 a 0 sobre o Caiçara-PI, curiosamente também pela primeira fase da Copa do Brasil, só que no jogo de volta, em Belo Horizonte. Antes, outros oito atletas haviam alcançado tal feito: Meireles, Jairo, Said, Orlando, Guará, Baiano, Dario e Reinaldo. O maior goleador em um único jogo foi Jairo, que balançou as redes nove vezes na goleada por 10 a 2 sobre o Palmeiras de Nova Lima, em 10 de novembro de 1929. Ele ainda marcou cinco vezes nos 13 a 0 sobre o Calafate, em 11 de agosto de 1929. Já Guará o fez em quatro oportunidades, sendo que em uma delas, em 27 de dezembro de 1936, na vitória por 9 a 1 sobre o Retiro-MG, deixou sua marca sete vezes. Quem também marcou cinco gols duas vezes foi Dario, ambas em 1969. “Um jogo como esse marca nossa carreira. Vou lembrar para sempre, pois nunca havia feito cinco gols na mesma partida, só em peladas”, afirmou Obina, contratado há exatamente um mês e que havia marcado uma vez nos outros três jogos com a camisa do Galo. Mesmo que o adversário seja fraco tecnicamente, os gols contra o Juventus-AC elevaram o prestígio do atacante, que já era alto, com os atleticanos. Desde o fim da partida, os torcedores usaram a internet para enaltecer o jogador, chegando a criar no microblog Twitter o “obinafacts”, no qual publicaram feitos fictícios. “A TV não repete os gols do Obina durante a transmissão para não perder os outros”, dizia um deles. “Vão mudar o nome da capital do Acre de Rio Branco para Rio Negro em homenagem a Obina”, brincava outro. Já o ídolo Marques marcou apenas uma vez contra o Juventus-AC, o suficiente para novamente se destacar. Afinal, foi o de nº 132 pelo Galo, o que o deixa a apenas três de Ubaldo, o oitavo maior artilheiro da história do clube. Ele não fazia a alegria maior da torcida desde 24 de agosto de 2008, quando ajudou o Galo a golear o Atlético-PR por 4 a 0, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. É bom lembrar que ele só jogou 15 vezes desde então, sendo que passou praticamente todo o ano de 2009 recuperando-se de cirurgia no joelho. O gol só anima Marques a continuar se empenhando nos treinamentos e jogos. “Foi bom marcar, mesmo que ainda sinta um pouco a falta de ritmo de jogo”, argumentou ele, que sonha em renovar até o fim do ano o contrato que termina em maio. Isso certamente aumentariam suas chances de passar não só Ubaldo mas também Guilherme e Said, sétimo e sexto maiores goleadores da história alvinegra, respectivamente.

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