domingo, 14 de dezembro de 2008

Tributo ao xodó alvinegro (14/12)

Paulo Galvão - Estado de Minas

O ano do Atlético foi bastante turbulento, com a saída de muitos atletas, a chegada de outros, alguns treinando em separado, a troca de treinadores e até de presidente. Isso ajuda a explicar por que poucos atleticanos se salvaram da mediocridade na temporada. Como o time não conseguiu deslanchar em nenhum momento no Campeonato Brasileiro, alternando boas e más atuações, os jogadores também não se destacaram, salvo em lampejos, que também podem ser vistos como brilharecos.
Assim, o experiente atacante Marques, de 35 anos, foi, segundo avaliação do Estado de Minas, o mais eficiente alvinegro no Nacional. Presente em 21 dos 39 jogos, ele atingiu o ápice em partidas contra a Portuguesa, em junho, quando o Galo conquistou a primeira vitória no Brasileiro, ao fazer 2 a 0, ou na goleada por 4 a 1 sobre o Vasco, mês passado, ambas no Mineirão, quando obteve nota 8. Porém, mesmo com toda a categoria, não deixou de ter jornadas ruins, como em outubro, quando recebeu duas notas 4 seguidas: a primeira, na derrota por 3 a 1 para o Palmeiras, no Parque Antártica, quando abriu o placar, mas acabou expulso infantilmente ainda no primeiro tempo, prejudicando a equipe; e no clássico contra o Cruzeiro, no qual ele praticamente nada fez para impedir que o Galo saísse derrotado por 2 a 0.
As partidas em que ele foi bem devem ter ganhado mais importância na avaliação da diretoria do Atlético, que na quinta-feira anunciou acordo para renovação de contrato do xodó até o fim do Campeonato Mineiro de 2010. “Sei que sou modelo para os mais jovens e vou procurar ajudar o Atlético em tudo que for possível, como sempre fiz.”
Este ano, além dos adversários, ele teve de driblar os problemas físicos para dar sua contribuição. Nos últimos meses, por exemplo, o grande problema foi um edema ósseo no joelho direito, que o tirou de muitas partidas. Além disso, revelou ter jogado no sacrifício algumas vezes, o que pode ter prejudicado seu desempenho e, conseqüentemente, suas notas.
CORRENDO ATRÁS encalço de Marques, aparecem Édson e Juninho, que se revezaram no gol alvinegro durante toda a competição e tiveram desempenho igualmente irregular. Como o time, eles alteraram atuações de gala, que lhes renderam nota 8, com falhas bisonhas, dignas de 2. Juninho começou o Nacional como titular, falhou, foi sacado por Alexandre Gallo, mas voltou a ganhar chance quando Marcelo Oliveira perdeu a paciência com os erros de Édson. Porém, contusão nas costas o tirou novamente da equipe e deu chance ao concorrente, que terminou o ano como titular.
Se Marques conseguiu três 8 e sete 7 neste Brasileiro, não conseguiu a maior nota dada pelos profissionais do Estado de Minas para um atleticano. Essa honra coube ao volante Serginho, uma das gratas surpresas, que obteve 9 na goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, no Mineirão, em agosto, pela 22ª rodada do Brasileiro. Na ocasião, ele marcou um golaço, arrancando do meio-campo, deu assistência para outro, tirou bola em cima da linha e ainda marcou com eficiência. Pena que, pouco mais de dois meses depois, ele tenha tido séria contusão no joelho direito, sendo submetido a cirurgia. A volta aos gramados está programada para ocorrer só em julho.

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