Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:04/02/2012 07:00
A torcida já deu demonstrações de que o Atlético precisará fazer bem mais do que vencer partidas pelo Campeonato Mineiro para ela voltar a apoiar incondicionalmente o time. Na vitória por 2 a 0 sobre o Boa, domingo, em Sete Lagoas, os torcedores protestaram, ainda chateados com o que consideraram falta de comprometimento dos atletas na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, quando a equipe alvinegra tinha a chance de rebaixar o rival, Cruzeiro, para a Segunda Divisão, mas acabou goleada por 6 a 1. Todos foram cobrados, mas os maiores alvos foram o goleiro Renan Ribeiro, o zagueiro Réver e o volante Richarlyson, que vem jogando como lateral-esquerdo.
Eles encaram a situação com tranquilidade, principalmente os dois da linha, que já são bastante experientes. De qualquer forma, todos só pensam em conquistar mais um resultado positivo, desta vez longe da torcida, para ganhar mais ritmo e ficar cada vez mais próximo do ideal para a sequência da temporada. Afinal, será preciso jogar muito e, principalmente, ganhar títulos para apagar a má impressão daquele 4 de dezembro.
“O torcedor vai cobrar, mas temos de trabalhar e dar a resposta em campo”, afirma Réver, que acredita que é até bom que a maior cobrança seja sobre atletas que já estão acostumados às adversidades no futebol e sabem conviver com isso.
Já Richarlyson espera que a equipe consiga se entrosar o mais rapidamente possível e engate sequência positiva, vencendo o jogo de amanhã e outros que virão. Com isso, acredita que finalmente será selada a paz com a torcida. “Temos que dar a confiança necessária para que o torcedor sinta que o que passou passou. Claro que há ressentimentos, que só o tempo e as conquistas vão apagar”, argumenta.
Falando individualmente, o volante admite que ainda não rendeu tudo que pode no Atlético. Ele chegou ao clube há um ano, cercado de expectativa, mas nunca conseguiu cair nas graças da torcida. Porém, não desiste. “Já passei por esses problemas em outros clubes e os superei sempre com muita vontade de trabalhar. Devo um futebol melhor ao torcedor atleticano por tudo que eu fiz na minha carreira. No momento certo, eles vão me aplaudir e eu vou retribuir tudo aquilo que foi esse carinho e essa paixão que os torcedores atleticanos têm, não só pelo Richarlyson, mas pela instituição Atlético”, diz.
Já Renan Ribeiro, o mais jovem dos três Rs atacados pelos torcedores, garante estar tranquilo. “O torcedor está no direito dele, cabe a nós, jogadores, ouvir, mas também entrar em campo concentrados. Temos de evitar os erros e ajudar o Atlético”, declara ele, que continua bastante otimista. “Projeto um ano maravilhoso, quero procurar título, toda competição que a gente entra é para vencer, seja Campeonato Mineiro, Copa do Brasil ou Brasileiro.”
Dúvida Para o jogo com o América-TO, os três jogadores têm escalação confirmada. Como Bernard participou normalmente do treino coletivo ontem à tarde, não reclamando da dor no joelho direito que o tirou mais cedo da atividade da véspera, a única dúvida do técnico Cuca é de ordem tática: ele iniciou a atividade com o lateral-direito Marcos Rocha, que assumiu a vaga do contundido Carlos César, mas na etapa final colocou o atacante Guilherme em seu lugar. Com isso, o armador e atacante Danilinho passou a atuar aberto do lado direito, fazendo as vezes de ala e ponta. “São opções que temos. O Danilinho vinha jogando assim no México e vamos usá-lo nessa função, só não sei se desde o começo ou no decorrer da partida”, explicou Cuca.
E mais...
Indefinido
Depois que a equipe desperdiçou três pênaltis nos três jogos-treinos que fez este ano, o técnico Cuca ainda não definiu quem será o cobrador caso o Atlético tenha penalidade máxima a seu favor na partida com o América-TO, amanhã. Ele vem colocando seus comandados para treinar o fundamento praticamente todos os dias e diz que só vai se decidir após a atividade de hoje, baseado no aproveitamento de cada um. Porém, ressalta que isso pode ser alterado em função do que ocorrer na partida. “Às vezes, um jogador está bem na partida, se sente confiante e tem de cobrar”, disse Cuca.
Pontaria
Mas os pênaltis não são a única preocupação do treinador. Ontem, ele dedicou a parte final do treinamento às finalizações, com o intuito de colocar o pé de seus comandados na forma. Alguns atletas, como Richarlyson, Serginho e Bernard, também aprimoraram as cobranças de faltas. O Galo carece de um especialista no fundamento, principalmente depois que o armador Daniel Carvalho deixou o clube.
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