O preço da ousadia

Galo fazia jogo equilibrado contra o Inter até Luxemburgo abrir o time. Alvinegro sofre a virada e cai para a zona de rebaixamento

Marcos Avellar


22/07/2010 07:00

Sete Lagoas – O Campeonato Brasileiro vai passando e o Atlético, um dos clubes que mais investiu para a competição, não encaixa. Ontem, foi derrotado pela sétima vez em 10 rodadas: 2 a 1 para o Internacional, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Tudo bem que o armador Diego Souza e o lateral-esquerdo Fernandinho fizeram apenas sua primeira partida como titulares; que o atacante Daniel Carvalho só teve a situação regularizada agora; que o volante Edison Méndez ainda está no departamento médico; e que o zagueiro Réver nem foi apresentado; mas esperava-se mais que duas derrotas e apenas uma vitória em três jogos depois da paralisação do Nacional para a disputa da Copa do Mundo da África do Sul.
O resultado de ontem à noite levou o Galo de volta à zona de rebaixamento. Para sair logo, só mesmo vencendo o Avaí, sábado, na Ressacada, em Florianópolis, contando ainda com outros resultados. O que aliviaria um pouco o clima para o clássico contra o Cruzeiro, marcado para 1º de agosto, novamente na Arena do Jacaré.
O técnico Vanderlei Luxemburgo, porém, não se abala. Com a equipe deixando o gramado vaiada por parte da torcida, ele pede paciência. “Claro que estamos chateados, a torcida está chateada, a imprensa cobra, mas temos de manter a calma. Estamos em uma situação de desconforto, mas certos que o caminho escolhido é o certo”, disse o treinador, que admite estar ficando difícil brigar pelo título brasileiro. Da vaga na Copa Libertadores, porém, ele não abre mão.
APOSTAS No jogo de ontem, ele não pôde contar com o zagueiro Werley nem com o lateral-esquerdo Leandro, suspensos. Além de colocar Cáceres e Fernandinho, respectivamente, optou por escalar Diego Souza desde o começo pela primeira vez. A ideia inicialmente pareceu acertada, pois foi Diego Souza quem abriu o placar, logo aos 8min, depois de Fernandinho receber passe excelente de Neto Berola e tirar de Abbondanzieri. Mas cinco minutos depois saiu o empate do Inter, com Alecsandro, que ganhou a disputa de Diego Macedo ao entrar na área e tocar na saída de Fábio Costa. O gol deu ânimo aos gaúchos, que, porém, não ampliaram. O jogo caiu de produção no fim do primeiro tempo, pois as equipes se precipitaram nas jogadas.
Com o Galo precisando da vitória, o técnico Vanderlei Luxemburgo tirou o volante Zé Luís e colocou o armador Ricardinho. Mas os gaúchos se mostraram mais organizados e viraram o marcador aos 16min: Guiñazú fez passe por elevação para Alecsandro, que aproveitou vacilo de Fernandinho e de Fábio Costa, que tentou cortar com o pé, ganhou o lance e só empurrou para a rede.
Os donos da casa ainda tentaram reagir, mas esbarraram em seus próprios erros e na boa marcação adversária. Com isso, foi mantida a escrita de oito anos sem vitórias do Galo sobre o Saci – a última foi em outubro de 2002, quando fez 3 a 2, no Independência, em Belo Horizonte, pelo Brasileiro. Depois disso, foram 13 jogos, com seis vitórias gaúchas e sete empates.