domingo, 18 de julho de 2010

‘Maldição da camisa 1’ do Atlético-MG não preocupa comissão técnica Atualizado em 17/07/2010 09h00




Fábio Costa falhou logo na estreia pelo Atlético-MG
(Foto: Bruno Cantini / Site Oficial)
Quarto goleiro a defender o Galo na temporada, Fábio Costa falha na estreia
Aranha tem o melhor aproveitamento de todos
(Foto: Bruno Cantini / Site Oficial)
Preparador de goleiros não acredita em maldição
(Foto: Marco Antônio Astoni / Globoesporte.com)
Por Lucas Nogueira e Marco Antônio Astoni
Belo Horizonte


Os goleiros do Atlético-MG definitivamente não têm tido sorte em 2010. Depois de Aranha, Carini e Marcelo, foi a vez de Fábio Costa, contratado recentemente do Santos, estrear pelo Galo. E nessa quinta-feira, logo na primeira partida, diante do Atlético-GO, o experiente jogador, de 32 anos, foi vítima do mesmo pesadelo que atormentou seus antecessores: o frango.
Já no segundo tempo da partida, o Galo vencia o Dragão, com facilidade, por 3 a 1. Porém, após longo lançamento, Fábio Costa foi enganado pelo quique da bola ao sair do gol, e Rodrigo Tiuí não perdoou, fez 3 a 2 e colocou fogo na partida.
Nesta temporada, o primeiro a falhar foi Carini. No empate em 1 a 1 com o Ipatinga, no Mineirão, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro, o uruguaio engoliu um frango clássico, por entre as pernas, no chute de longe do atacante Jajá.
Ainda pelo Estadual, só que pela sétima rodada, Aranha tentou sair jogando com os pés e acabou se complicando. Paulo Roberto, do Uberlândia, aproveitou a bobeada e mandou a bola para as redes. Para a sorte do goleiro, o Galo venceu por 5 a 2.
A falha de outro goleiro, desta vez Marcelo, foi parecida. O atleta tentou dominar no peito uma bola recuada pelo lateral-direito Diego Macedo. Porém, foi surpreendido por Schwenck, do Vitória. Com a lambança, o time baiano derrotou o Galo por 4 a 3, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
O detalhe é que todos esses quatro goleiros (e ainda o jovem Renan Ribeiro) fazem parte do elenco do Galo e treinam normalmente todos os dias. Isso possivelmente faz do Atlético-MG o clube o que mais gasta com goleiros no Brasil. Além de investir na contratação dos atletas, ainda existe o alto custo com salários, que não são baixos.
Fábio Costa
A pedido de Vanderlei Luxemburgo, Fábio Costa foi contratado para solucionar o problema do gol atleticano. Apesar da falha, que gerou o segundo gol do time goiano, o goleiro não perdeu a confiança do treinador.
- Fábio é um goleiro que eu conheço muito bem. Tirando aquela situação que a bola quicou e foi embora, ele estava muito atento ao jogo, foi muito bem, não se abalou com o gol, até por se experiente.
O próprio Fábio Costa reconheceu a falha e atribuiu o erro à falta de ritmo de jogo.
- Queria que o torcedor entendesse que tem quase 14 meses que não faço uma partida oficial, é diferente. Antes do jogo, tinha falado que o campo estava um pouco liso, a bola quicou um pouco mais forte e acabei falhando, não é justificativa.
Para o preparador de goleiro do Atlético. Eduardo Bahia, o lance foi mais um acidente que uma falha propriamente dita, causada pelo tempo de inatividade do goleiro.
- Eu não vi o lance como uma falha. Eu vi como um acidente de trabalho. O Fábio Costa está há mais de um ano sem jogar. Ele fez um cálculo errado, mesmo sendo experiente. Ele não está acostumado a jogar e a treinar na Arena do Jacaré. O atacante do Atlético-GO foi muito feliz e fez o gol, mas não considero falha. Ele estava muito bem no jogo, inclusive tendo feito grande defesas. O Fábio Costa é um excelente goleiro e provou isso no Santos e no Vitória.
Médias
Entre os quatro goleiros que defenderam o Galo este ano, o que tem melhores números é Aranha. Em 37 partidas, sofreu 41 gols, média de 1,1 por jogo. Nas 37 vezes em que esteve em campo, o Atlético-MG venceu 22, empatou oito e perdeu sete.
Carini jogou 19 vezes pelo Galo e levou 30 gols, o que representa 1,57 por jogo. Com o uruguaio em campo, o Atlético-MG mais perdeu do que ganhou. Em 19 jogos, foram sete vitórias, três empates e nove derrotas.
Marcelo também não tem bons números. Sua média de gols sofridos é a pior entre os goleiros do Atlético-MG: 2,5 gols por partida, já que ele levou dez em quatro jogos. Com Marcelo em campo, o Galo venceu uma vez e perdeu três.
Psicologia
Eduardo Bahia não acredita em problemas psicológicos, em ‘maldição’ ou em qualquer outra coisa do tipo em relação à camisa 1 do Atlético-MG. O preparador acha que o Galo precisa de um goleiro que chegue, assuma a posição de titular e ganhe a confiança da torcida atleticana.
- Eu trabalho com os goleiros do Atlético-MG no dia a dia e não acho que o problema seja psicológico. Desde que o Diego Alves saiu do Atlético-MG, foi um entra e sai de goleiros aqui, e o torcedor fica sem referência de um camisa 1, como o São Paulo tem com o Rogério Ceni, e o Marcos, com o Palmeiras. Mas o Fábio Costa é muito experiente e vai dar tudo certo com ele aqui no Atlético-MG.
Futuro
Mesmo acreditando no talento de Fábio Costa, a grande aposta do preparador de goleiros Eduardo Bahia para o futuro do gol do Galo é o jovem Renan Ribeiro, de 20 anos e com passagens pelas seleções de base do Brasil.
- Ele é um grande goleiro e está sendo preparado em todos os aspectos, físico, técnico e psicológico. O Renan vem evoluindo também nos aspectos tático e emocional. Com a chegada do Fábio Costa, ele ganhou muito, isto ficou visível. Ele me lembra muito o Dida e o próprio Fábio Costa, que trabalharam comigo no Vitória, e nesta idade já mostravam maturidade.

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